AGÊNCIA BANCÁRIA EM GREVE E O RESTO A CARBURAR
O Funchal entrou pela manhã dentro em tranquila normalidade. As lojas comerciais madrugadoras laborando. Cafés funcionando. Camionetas viajando. Bancos facturando.
A tradição de ignorar as lutas laborais no seu melhor. Pelo menos aparentemente.
Comprometi-me, em texto anterior, com pelo menos um caso de greve. Garanti que uma delegação bancária não funcionaria hoje. E lá está: a CGD no Bairro da Nazaré mantém-se de portas fechadas.
Desconheço se com os serviços todos, a sede no Funchal da CGD abriu, tal como a delegação nas Madalenas. Das outras ainda nada sei. O Banco de Portugal também abriu portas, mas com que serviços?
Um sindicalista da banca explicou: os trabalhadores da Caixa Geral e os do Banco de Portugal têm razões para optar pela paralisação, embora a banca seja UGT. Nessas duas instituições - diz ele, os bancários são tratados como funcionários públicos. Não lhes tiraram regalias de uma maneira, tiraram de outra. É normal que se rebelem.
Fora essa garantia que dei - da agência CGD/Nazaré, que se confirma -, vê-se os cafés da zona nevrálgica da capital em funcionamento, designadamente o Apolo e o Funchal. Um empregado explica a desmobilização laboral.
"Era para fazermos greve e combinámos 7h30 todos aqui, para ficarmos fora. Mas houve uns que resolveram entrar para trabalhar... Então fui também. Isto numa greve, ou vai tudo ou não vai ninguém."
No Apolo há quem tenha parado, mas o serviço continua.
Os trabalhadores dos supermercados estão no activo - pudera...
A velha "Indiana" funciona com normalidade.
As esplanadas e os autocarros também.
E ainda há pouco aquele grotesco espectáculo da distribuição gratuita do jornal que tem preço de capa mostrava o gosto de trabalhar de muita gente: os distribuidores do próprio JM e os cidadãos que "dão o litro" pelo que é de graça.
Para as 11 da manhã está marcada uma concentração de grevistas na Placa Central da Avenida Arriaga. Pelo menos os sindicalistas hão-de comparecer.
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