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quinta-feira, 22 de março de 2012

Madeira ao Vivo

GREVE GERAL REANIMA SINDICALISTAS, MAS HÁ QUEIXAS DE DESUNIÃO 

O dia foi diferente para alguns activistas do sindicalismo regional: a greve geral, embora longe dos objectivos sonhados, resultou na melhor jornada de luta do género cá na Madeira.
A meio da tarde, Leonel Nunes, até há pouco deputado da CDU e um histórico do Sindicato da Hotelaria, manifestava exactamente esse sentimento. Cheirava-se militância, espírito de luta. Relativamente, claro.

A parte da tarde foi pouco movimentada, mas a manhã permitiu a Leonel Nunes (à direita) matar saudades de outros tempos.


"Fizemos como antigamente", dizia Leonel. "A marcha começou de manhã nos hotéis da zona turística, veio pela Estrada Monumental, reforçando-se hotel a hotel com os trabalhadores em greve, e chegou aqui (estátua Gonçalves Zarco) para criar um impacto muito mais forte do que aquilo se viu nos últimos tempos. Vieram em dobro dos grevistas que já estavam aqui na baixa."
Outro indicador do relativo sucesso foi a marcha pela Avenida Arriaga até à Quinta Vigia, para um protesto junto da presidência do governo. "A cabeça da manifestação contornavam a Rotunda e os últimos iam ali ainda no quiosque diante do Turismo", regozijava-se Leonel Nunes, que se deslocava de grupo para grupo animando as hostes, aí pelas quatro e pouco da tarde.
Diamantino Alturas, outro histórico do sindicalismo, pelas suas actividades na construção civil, foi uma presença inevitável, a par de outras figuras conhecidas do meio.
Quem não estava muito satisfeito com o dia de luta eram os quatro trabalhadores do Apolo também concentrados junto ao Golden. Queixavam-se de colegas que haviam assinado um papel de adesão à greve "e neste momento estão lá a trabalhar como uns cordeiros".
Um dos indignados: "Sabe quem é que está aqui? Os que têm trabalho e os salários em dia! Estamos aqui a lutar pelos outros. Onde estão os 21 mil desempregados? A luta deles é em casa?"

Diamantino Alturas, da construção civil, foi outro dos históricos do sindicalismo presentes.

Alguém observa: os desempregados receiam "queimar-se" a ponto de lhes serem negadas todas as entradas no mundo do trabalho..."
O mesmo indignado: "E então eu, que estou bem empregado, é que faço o papel deles?! Assim é que nunca vão ter trabalho. Que fiquem em casa, fiquem, os patrões hão-de ir lá buscá-los com propostas de bons ordenados!"

Ao contrário do que aconteceu no Continente, a polícia limitou-se a marcar presença.

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