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sexta-feira, 30 de março de 2012

Politicando

Primeira acção intimidatória contra as 100 assinaturas

ALBERTO BOKASSA DEBITA MANIFESTO ANTI-ALBUQUERQUE


'Rei das Angústias' escarrapacha delirante artigalhada hoje nas páginas do jornal que sequestrou à igreja, com a conivência desta e à custa dos dinheiros públicos - um devaneio impresso que é de pôr uma pessoa bem disposta para o dia todo. Que aquilo ao menos sirva para isso.
A 'peça' vem assinada com as iniciais AB, e foi por aí que descortinei o seu autor: Alberto Bokassa, um pseudónimo óbvio e com muita lógica.
Fica-se bem disposto ao ler semelhante aranzel pela denúncia involuntária do nervosismo que tomou conta da cabeça real perante a hipótese de chegar alguém a dizer que ele, o Único Importante, deixará de mandar em breve. Tudo menos isso, julga o homem. O povo pode estar a morrer de fome que ele continuará percorrendo penosamente, como fantasma do rei que já era, os obscuros aposentos e corredores das Angústias, exigindo ser ele a determinar, em plenário de governo, a ordem dos enterramentos dos contribuintes que se vão finando à conta da política por ele imposta.

Briga de comadres

Começou na Madeira qualquer coisa semelhante a uma briga de comadres, já que as arranhadelas e puxões de cabelo agitam o interior de um mesmo partido. Nesta artigalhada anti-Albuquerque, o tal Único Importante cita fontes, ou seja, cita-se a si próprio, para declarar que a maçonaria lançou o nome do referido Albuquerque como candidato à liderança laranja para "tentar rebentar o PSD-Madeira por dentro".
Acrescenta que esse lançamento de candidatura está a ser analisado "no seio dos social-democratas madeirenses", isto é, pelo próprio chefe e pelas araras da Quinta das Angústias. Resultado dessa profunda análise: está ali "uma manobra mal calculada" por Albuquerque.
Lê-se no desengonçado mas divertidíssimo texto: "Há quem diga mesmo (talvez aquela arara com as penas azuis debruadas a cor-de-burro quando foge) que o novo candidato "seria o instrumento ideal da maçonaria" para fazer os já citados estragos no interior do palácio da Rua dos Netos. O dr. Saturnino que se ponha de prevenção.

Casa dos horrores onde o chefe das Angústias botará discurso de meter medo no 21 de Agosto.

E atenção àquele aviso de certos "sectores ligados às cúpulas laranja" - ou seja, os sectores do Alberto e do João que estão secretamente ligados ao Jardim: "Miguel Albuquerque corre o risco de ficar a falar isolado." E porquê? Porque o artigalhista Alberto Bokassa conhece tanto do chefão Jardim que atira desabridamente para a frente: "O líder do partido, Alberto João Jardim, não costuma discutir em público questões relacionadas com o PSD-Madeira." Logo, eis Albuquerque o fala-só.
Segue-se uma das mais giras bojardas daquelas que se podem ler de cima abaixo naquela página do nosso jornal (nosso na medida em que é pago por nós). E serve para enquadrar esta ideia do tal AB: "Miguel Albuquerque já ficou mal na fotografia com a aproximação ao CDS nas últimas eleições regionais. Como se arrisca agora a ficar pior, pois está a dar a impressão (ao chefe, claro) de se querer aproveitar pessoalmente das dificuldades da conjuntura actual."
Portanto: se alguém puser em causa a indiscutível ditadura do chefe em tempo de crise, é aproveitamento pessoal. Se o fizer em tempo de vacas gordas e total estabilidade, certamente é enviado pela trilateral para estoirar o partido (dele) quando a conjuntura não justifica ondas ao arrepio.
Numa palavra: é proibido contrariar sua excelência o rei seja em que circunstâncias for.
Mais arrazoado: "Diz-se no PSD que o pior que pode suceder a Miguel Albuquerque é este aparecer como o candidato dos Blandys e da oposição."
Não seria preciso mais para queimar o actual presidente da Câmara do Funchal, como se sabe.

Fim à vista

Segue-se: o JM sabe (o rei AB é omnisciente) ser mentira que o congresso regional do PSD vá realizar-se antes das eleições autárquicas de Outubro de 2013. Percebe-se esta preocupação do tirano de trazer por casa: ir para o congresso no contexto actual seria perigosíssimo para a obsessão que ele tem, que é continuar a mandar - porque é disso que se trata, mesmo com Manuel António já indigitado para a sucessão. A saída que lhe convém é chegar ao congresso com mais uma vitória do candidato que ele indicar para a Câmara do Funchal. E o que ele não está a ver, porque a idade pesa, é que reside precisamente na autarquia da capital o seu fim político. No meio desta cegueira, o homem esquece-se de que existe uma oposição na Madeira que muito em breve terá de desabrochar com vitórias. Tudo tem um fim.

Continuemos a ler a xaropada: "As mesmas fontes ligadas à máquina laranja (as fontes são ele e a máquina também é ele) questionam-se e afirmam desconhecer apoios numerosos de notáveis do PSD-M a Miguel Albuquerque."
Da minha parte, nunca ouvi o principal edil funchalense falar de apoios, pelo contrário, o seu discurso invariável é o seguinte: "Os únicos miguelistas que conheço sou eu e é o Rui Abreu (seu adjunto) e não percebo como este grupinho consegue incomodar governos, administrações e líderes históricos."
Na sequência do escrevinhanço, passe o termo, sua excelência já tenta criar atrito entre Bruno Pereira, a quem só tem humilhado nas suas competências, e Miguel Albuquerque. Dividir para reinar, como sempre.
O escabroso escrito - sejamos concretos - termina com alusões a situações familiares de Albuquerque, nojice que costuma fazer aos adversários da oposição e não apenas, mas cobardemente nunca de cara a cara, porque sabe de quantos não se importam nada em ficar na História como os primeiros a aplicar ao soba o solene correctivo que anda a pedir há muito. Neste caso, tenta retirar dividendos da tenebrosa ligação de um irmão do presidente da Câmara, na qualidade de enólogo, a uma empresa do satânico grupo Blandy.
Aqui neste caso não há muito que reflectir: não é com palavras que se resolvem ofensas deste jaez.

Nós a julgarmos que apenas a oposição e alguns media trabalhavam a soldo da maçonaria, eis senão quando Alberto Bokassa confessa que há desses paus mandados dentro do seu partideco! Ora, ele é conivente com a situação. Já agora, faz-me espécie o 'rei das Angústias' atacar tanto o que cheira a maçonaria e nunca ter jorrado vómito sobre os mistérios do opus dei.

Enfim, cumprida está, via artigo no JM, a primeira acção intimidatória para quem pense em participar nas 100 assinaturas necessárias à candidatura interna de Albuquerque. A ideia é, de facto, isolar o edil dentro do partido. Mas, hoje por hoje, a rua sabe quem é que está isolado... e em perigo de dar às pernas e às varizes.

1 comentário:

jorge figueira disse...

Falta a trilateral, o Presidente Obama, Alf: uma coisa do outro mundo,o buraco negro sideral e o Sandokan.Estes são todos os responsáveis pelo estado a que isto chegou.Nos adros, do poder extra-terreno, passará a sua mensagem anesticiadora de vontades baseado naqueles malandros enganadores do seu "Amado Povo"