GRUPO SOUSA À CONQUISTA DA CÂMARA DO FUNCHAL
A escolha de Sérgio Marques para candidato do PSD-Madeira à Câmara do Funchal, conforme a cacha do Diário de Notícias deste sábado, vem revelar que o líder Jardim continua com a situação partidária na mão e decidido a privilegiar as pessoas e os grupos que estão nas suas graças.
O Grupo Sousa, um dos dois ou três da Região com liquidez nesta fase de crise, tem expandido as suas influências a ponto de dominar hoje a própria televisão estatal na Madeira. Com as eleições autárquicas a despontar no horizonte, surge no DN o anúncio de que Jardim escolheu para suceder a Miguel Albuquerque, na corrida municipal, um político desde sempre conotado com o lobby de Miguel de Sousa, antigo vice do governo regional, e com o Grupo Sousa propriamente dito: Sérgio Marques, que ganhou alguns anos de experiência como deputado no Parlamento Europeu.
Sérgio chegou a deixar a vida pública para ocupar um cargo ligado ao Grupo Sousa, que teria como verdadeiro mentor, segundo se diz, precisamenbte Miguel de Sousa, primo de Luís Miguel e Ricardo Sousa, os rostos da empresa que domina os transportes marítimos.
Ao escolher Sérgio Marques para a candidatura, Jardim explora um certo estado de graça que ainda beneficia o ex-deputado europeu, provavelmente em busca de fazer esquecer a popularidade de Miguel Albuquerque, o actual presidente da CMF apanhado pela limitação de mandatos. Ao mesmo tempo, evita ter de candidatar Bruno Pereira, filho do rebelde Virgílio Pereira, seu compadre, e número dois de Miguel Albuquerque.
Uma forma de esvaziar, na medida do possível, a força do presidente da Câmara em vésperas da saída e que já assumiu a decisão de se candidatar à liderança do PSD-M, em luta com João Cunha e Silva ou com o próprio Jardim, na próxima eleição interna regional. Candidatura que, evidentemente, Jardim já começou a combater, tentando relativizar a popularidade do autarca.
Sérgio Marques capitula, resta ver se Bruno Pereira também
Quanto a Sérgio Marques, se já decidiu aceitar o desafio, certamente que o fez mais por pressões do grupo económico das suas ligações do que por missão partidária.
A já célebre expressão "Único Importante" nasceu quando Jardim resolveu reduzir a mero militante de base o próprio Sérgio Marques, que recusara reintegrar a lista ao Parlamento Europeu num lugar que considerou desonroso.
Sérgio, detentor de ambições e consciente de que uma vitória nas muncipais do Funchal lhe abre perspectivas para mais altas cavalarias - como acontece agora com Miguel Albuquerque -, acaba no entanto por cair numa cedência ao chefe que o vilipendiou na questão das europeias.
No fundo, Jardim mostra que põe e dispõe dos seus companheiros de partido. É de facto o Único Importante. Sérgio aproveitaria agora para lhe dar a resposta se não fosse alvo de pressões muito fortes. Até nisso Jardim foi mestre. Prendeu todos pelo rabo.
Resta ver se Bruno Pereira também aceitará ser um eterno número dois, à semelhança do que acontece com Miguel de Sousa, João Cunha e Silva e mais vedetas do centro de dia laranja.
Perante esta situação, Miguel Albuquerque, que ontem à noite interveio no congresso nacional do PSD, entende que a situação criada significa um teste a ele próprio mas também à coragem do seu ainda número dois Bruno Pereira.
(Imagens no Google)
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