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domingo, 27 de maio de 2012

Madeira ao Vivo



CIDADÃOS COM SAUDADES DA PÂNDEGA ILUDIRAM A CRISE NO FIM-DE-SEMANA



A madrugada de sexta para sábado fez recordar o movimento de 23 de Dezembro. A comparação é de um comerciante da Rua da Queimada de Baixo, que, como os outros, permaneceu no seu negócio aberto até às 4 horas da madrugada de sábado.

Depois de um fim-de-semana de pândega como há muito não se via, o domingo foi como o 'enterro do osso'.

"Qual crise?!", ironiza o homem, ainda um tanto azoado pelas horas extra da noite, enquanto arruma cadeiras e mesas da esplanada para recomeçar a vender sanduiches e bebidas, aí pelas 10h30 da manhã de sábado.

Mas não apenas a zona da Sé mexeu no fim-de-semana. Um dos organizadores da Festa da Cultura, que incluiu concertos, exposições, a Feira do Livro, cortejos e espectáculos populares, também realça os magotes de gente que percorreram a cidade na mesma madrugada, com incidência na Zona Velha.
"Há muito que não se via nada parecido", conclui o homem da cultura.

Miguel Albuquerque participou com os vereadores no cortejo histórico deste domingo. Conforme as facções laranja, uns dirão que o presidente do Funchal passa à história, outros que se prepara para fazer história. (imagem RTP)




À tardinha de domingo, desmontavam-se os equipamentos para concertos na Praça do Município...


Ao entardecer deste domingo, as esplanadas da Sé, na zona das ruas das Queimadas e do Bispo, continuavam concorridas, mas com ambiente mais calmo, na despedida do que era bom e que se transforma em trabalho ao começar da semana.

A Feira do Livro em hora de adeus. Resultados fracos. Há que privilegiar os livreiros e não a editoras. Mas se estas não forem bem tratadas, vão-se embora. Um dilema para os organizadores. As datas é que...
"Começar isto a meio do mês, quando as pessoas que têm emprego não haviam recebido ainda, mas que grande asneira!", protesta uma livreira com experiência de anos na feira. "A sorte foi reservar livros que as pessoas diziam vir buscar mais para o fim, depois de terem recebido o ordenado. Deu para compensar. Mas o negócio não correu nada bem, este ano."


...E a Feira do Livro queimava os últimos foguetes.

Mas, entre os responsáveis por estas iniciativas culturais, há quem defenda um modelo menos material e mais virado para o intelectual, o que não significa necessariamente elitismo. Os negociantes precisam de fazer pela vida, porém há urgência em ir para iniciativas que proporcionem às pessoa ocasiões para polemizar, debater, dialogar. O mundo continua com causas, as pessoas precisam de se lembrar dos outros.
"No próximo ano, as apostas têm de apontar para isso", diz um elemento de topo das festas culturais.

A vida retoma a normalidade já nesta segunda-feira. Desfeitos os vapores de fim-de-semana e no regresso das contas para pagar e dos insolúveis problemas de desemprego na família, será difícil iludir a crise por mais tempo.

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