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terça-feira, 22 de maio de 2012

Politicando



CARAMBA, DR. GUILHERME SILVA,  POUPE-NOS!



A entrevista corria na rádio. O jornalista dizia a todo o momento: "Mas oh Dr. Guilherme Silva, então..."
E nós também, como ouvintes, a repetirmos: "Mas oh Dr. Guilherme..." - tal o timbre sério da voz que o eterno deputado social-democrata utilizava para produzir, intencionalmente, as mais incríveis atoardas político-partidárias.




Um homem prático como o dr. Guilherme também
deve pensar que isto está nas últimas.




O caso é grave. Guilherme Silva está longe de ser aquele fanático jardinista, espécie em extinção acelerada, aquele cego jardinista que dá razão ao chefe se o chefe diz 'branco' e dá razão ao chefe se o chefe diz 'furadores'. Guilherme Silva diz sempre 'sim' ao chefe mas não por fanatismo. Fá-lo por calculismo.
Grave e perigoso.

Na dita entrevista à Antena 1, o deputado respondeu a uma pergunta opinando o seguinte: bem, quanto a mim o dr. Jardim deve continuar até final do mandado em 2015 e então, aí uma meia dúzia de meses antes, dar o lugar ao sucessor.
Bolas, mas onde é que já ouvíramos tal antevisão de cenário? Nem mais, é Jardim que costuma prenunciar esse caminho, para tentar esvaziar os ímpetos de Miguel Albuquerque pela luta interna eleitoral à liderança do PPD.



Em nome dos processos milionários e da eternidade em S. Bento


Não faz sentido fazer um congresso antes das autárquicas - disse também Guilherme, com entoação austera. Mas onde é que...? Pois, é a repetição da teoria de Jardim.
Seguidismo fanático? Não, Guilherme Silva é um homem prático, acima de tudo.

Para clarificar mais a sua tese, disparou à queima-roupa: não há, nem dentro do PSD nem fora, nenhum político capaz de aguentar a Madeira no momento que atravessamos!
Porra, Dr. Guilherme! - perdoem o desabafo - Se o senhor dissesse que ninguém se deve meter no governo porque Jardim é que fez a m... e portanto deve apanhar com o que está para vir, percebíamos. Agora dizer que não há ninguém capaz de...


'Vamos lá a ver' - usando o lugar comum que o doutor aplica sempre que precisa de tempo para justificar nova calinada injustificável do seu chefe das Angústias - 'Vamos lá a ver': o que o sr. deputado pode dizer é que não há, talvez nem dentro nem fora do PPD, alguém que, como Jardim, adjudique tanto serviço ao seu escritório de advogados, com processos pagos principescamente, e que, se somados todos os das três décadas, ajudariam a debelar a dívida oculta.

'Vamos lá a ver': não haverá talvez dentro do PPD ou fora dele alguém que reconduzisse a São Bento a 'brigada do reumático' laranja de que o dr. Guilherme é líder, mandatos atrás de mandatos... Aliás, sem que no hemiciclo tenham construído história que não a vergonha de se baterem em plenário pela defesa dos carnavais do seu patrão ilhéu.


Se o das Angústias sair, a Madeira fecha


Dr. Guilherme Silva! Com todo o respeito pelas estrevistas que nos concedeu em 20 e tal anos, e com agradecimentos por algumas cachas, poupe estes pobres conterrâneos seus.
Então não há quem substitua sua excelência, o venerando rei das Angústias?

Puxa! Oxalá não dê a louca no homem, oxalá não largue as Angústias da mão, de repente.
De contrário, isto é, se ele se demite, só teremos tempo de arrumar as malas e desandar para longe, porque a Madeira fecha. Tudo para a rua.

Antes do actual rei, não existia Madeira. E depois dele, é apagar a luz e fechar a porta.

Caramba, dr. Guilherme!

Veja se fica uns tempos sem dar entrevistas.

4 comentários:

jorge figueira disse...

A cada um seu Guilherme os Suíços têm o Tell....que, como sabemos atirava setas à maçã

Luís Calisto disse...

O problema, caro Doutor, é que não temos só o Guilherme. Também temos o Ireneu, o António (e ainda o Teodoro), o Mendonça, o Jaime e, obviamente, o... Pois, o que atira setas às maçãs, não as podres, mas as sãs.

jorge figueira disse...

Sem dúvida. Chegámos ao que chegámos graças à pusilanimidade do Estado que tudo permitiu, deixando proliferar a filosofia do "agora é a minha vez".

Luís Calisto disse...

Na Madeira, a 'vez' foi sempre dos mesmos.