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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Politicando




JARDIM DESANCA RUBINA 'DESLEAL' MAS LEVA RESPOSTA DURÍSSIMA DOS REBELDES MUNICIPAIS



Briga no galinheiro dos Netos de poleiro para poleiro. O chefe continua com artigos clandestinos no JM


 



Ali para os lados da Câmara do Funchal, vive-se uma quinta-feira de agastamento e divertimento. Em simultâneo. Por um lado, a revolta pela utilização das páginas de um JM pago com dinheiro público para ridicularizar e chamar 'tontos' a quem desalinha de Jardim. Por outro lado, o bom humor que os apoiantes de Miguel Albuquerque dizem causar-lhes o desespero de Jardim no actual conflito interno e as contradições em que ele cai de hora para hora.

Um artigo assinado por um enigmático 'Luís Alcino', na 'Coluna do Cidadão', foi lido pelos activistas da candidatura de Albuquerque à liderança do PSD-M como sendo da autoria do próprio Jardim. Convicção legítima, obviamente. De há tempos a esta parte, o presidente do governo deixa de lado as já reduzidas funções oficiais para se arvorar em colunista misterioso, na ideia de propagar os seus desabafos com assinaturas desconhecidas e, mais grave, obrigando jornalistas do jornal a pôr o seu nome debaixo dos referidos arrazoados.

Por mim ou por Albuquerque

Agora, o escriba das Angústias escarrapacha na edição do 'Jornal da Madeira' desta quinta-feira as desculpas mal-amanhadas que vem apresentando desde há três dias, cada qual a contrariar a anterior. Tudo para justificar o seu desaire na reunião da comissão política do PSD, na Rua dos Netos, quando resolveu confrontar Rubina Leal com a sua presença no jantar de apoio a Miguel Albuquerque, no 'Almirante'.
Em plena reunião, Rubina desafiou aquele que ainda é chefe do poleiro mais alto na tempestuosa capoeira laranja para que fizesse a todos os membros da comissão a pergunta que lhe dirigia a ela: se estava ou não solidária com a comissão política. Ao que, da sua parte, a vereadora funchalense respondeu que estava lá sentada. Ou seja, se lá estava, era porque não estava contra.
Só que o venerando chefe das Angústias, mal acostumado à democracia, entendeu que estar com a comissão política é, no caso, estar contra Miguel Albuquerque. Conceito peregrino que caiu em desuso mesmo no interior mais conservador do partido laranja, sem que, percebe-se, Jardim se tenha apercebido do fenómeno.

Miguel Albuquerque, além de ter conseguido 'rebentar a cabeça' do chefe, deve estar a perceber o enxovalho que a oposição sofre há décadas.

No artigo assinado com o pseudónimo 'Luís Alcino', chefe Jardim, sem acrescentar nada de concreto às incoerências já debitadas pelo próprio acerca do assunto - daí a necessidade de vir sucessivamente a público emendar as bojardas que proferiu - tenta colar a Rubina Leal um rótulo de mentirosa. De cima abaixo, vai repetindo, de forma arrastada, a ideia de que a vereadora se rendeu ao chefe dentro da reunião e depois veio para a rua contar o contrário. "Ser Leal é ser correcto, não é inventar para nos valorizarmos" - escreve o homem na forma pueril de argumentação que se lhe conhece.
No seguimento, ele acusa Rubina de se deixar manipular por Miguel Albuquerque - "manipulador que pensa só em si e não se importa com os seus amigos, pares ou colegas", diz 'Luís Alcino', aliás Alberto João Jardim, segundo os rebeldes municipais.

Rubina é leal a quem a convidou para a política

"Rubina Leal não é desleal, pelo contrário", protesta um apoiante de Miguel Albuquerque, ainda divertido mas prestes a perder a paciência com as "prepotências do homem". "A Rubina é leal à pessoa que a convidou para a política e para integrar a equipa da Câmara, que foi o Miguel Albuquerque." A vereadora - lembra ainda o mesmo elemento - só depois é que entrou na comissão política do PSD, "quando ele (Jardim) achou que isso lhe era conveniente".

Há outro capítulo das posições jardinistas que intrigam o mesmo apoiante de Miguel: "No comunicado oficial do partido, diz-se que a imprensa é que especulou com o episódio da comissão política. Agora, neste artigo que indiscutivelmente é dele, vem dizer que a Rubina afinal é que é desleal. Estou farto de aturar aquele..."
E mais: "Ele diz nesses comunicados aquilo que lhe interessa dizer e omite o que o pode prejudicar."

'Filipe', 'Rui'... 'Sr. Silva' e 'Pinto de Sousa'

Neste caricato artigo, à página 6 do JM de quinta, o autor denuncia-se ao chamar 'Filipe' a Miguel Albuquerque e ''Rui' a Rui Abreu, chefe de gabinete do presidente da CMF. Velha e tonta prática. Comentário irónico da nossa fonte: "Ele também chamou 'sr. Silva' ao Cavaco ao imaginar que não precisaria mais dele. Mas, daí para cá, é sr. Presidente da República para aqui, sr. Chefe de Estado para acolá. Ele também andou a tentar achincalhar o 'Pinto de Sousa' durante uns tempos, mas depois baixou-se ao 'sr. primeiro-ministro' quando precisou do dinheiro da Lei de Meios. É um incoerente que também desta vez pode ser que mude de linguagem, um dia..."

"Não quero saber do g... para nada!"

O ambiente não está grande coisa para Jardim, nas hostes rivais... dentro do partido. Outro elemento com importância no processo avisa: "É bom para ele (Jardim) que eu não o encontre nos tempos mais próximos, porque se ele tiver a infeliz ideia de me tentar cumprimentar vou ser diferente desses a quem ele tenta ridicularizar mudando o nome oficial. Comigo ele terá certamente uma surpresa desagradável, porque não quero saber do g... para nada!"
Este mesmo político acrescenta outro argumento para desmontar as contradições do chefe das Angústias: "Ele diz que uma comissão política não é um parlamento e que aquilo ali é para quem concorda. Mas então esse g... quando ia às reuniões da comissão política nacional do PSD, antes de mandar o Guilherme, ele ia lá só para abanar a cabeça ao líder que lá estivesse? Ele fazia parte dos manipulados e fantoches de que fala agora? Se era para chegar lá e abanar a cabeça, então que ficasse aqui para evitar despesas, recebia as ordens por fax."

E a terminar: "É bom que o g... não se meta comigo porque, mesmo que seja o líder do meu partido, posso responder-lhe com uns dados de que ele não vai gostar nada. É com ele. Por mim..."

Já noutro andar do galinheiro laranja, ainda com gente hostil ao patrão mas em atmosfera bem mais tranquila, elogiaram o comportamento de Rubina Leal nesta fase complicada para a sua carreira política. "Seguramente, ela tem recebido muito mais mensagens de felicitações pela sua coragem, do que recebe parabéns em dia de anos, posso garantir", afiançam-nos sem hesitações.

Não custa acreditar nessa versão, para quem anda na rua e ouve falar hoje os laranjas do regime, desde o mais básico ao mais próximo do chefe. Só esperam o momento certo de saltar da carroça. 




2 comentários:

Anónimo disse...

Sua Excelência anda baralhado.
Para aqueles (poucos) que ainda acreditam na sua lucidez de espírito, o Grande Líder da Quinta das Angústias não dispensa esforços para os contradizer. Parece mesmo que quer disseminar aos sete ventos a sua inimputabilidade, que quer mostrar ao mundo a senilidade emergente que lhe corrói a alma e lhe deturpa os sentidos.
Não é que agora deu na gana da criatura escrevinhar anonimamente passando a utilizar pseudónimos na sagrada página que lhe é servilmente reservada no pasquim gratuito mais caro do mundo. O Único Importante, o Grande Líder já não enfrenta de caras o touro da realidade, preferindo antes a protecção do anonimato que julga garantir pela pega de cernelha.
Pior a emenda do que o soneto. O seu estilo (?) literário é uma indelével impressão digital que identifica o autor. O dito cujo quer que se saiba que é ele próprio que escreve tais barbaridades para, paradoxalmente, poder categoricamente negar a autoria.
A criatura anda mesmo baralhada!
18/05/2012
António José Jardim

Luís Calisto disse...

Caro Comentador
Simplesmente brilhante!
Deliciei-me com a perfeita caricatura do 'jornalista envergonhado', o famigerado e inimitável UI.
Se me permite, aponho o meu nome abaixo do seu.