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terça-feira, 15 de maio de 2012

Politicando

"GRITO DE REVOLTA" CONTRA... A POEIRA NOS OLHOS


Coito Pita subiu ao palanque para desovar as conclusões saídas do presumivelmente intenso e animado debate na comissão política do PPD, esta segunda-feira à noite. Fê-lo, vamos crer, com a barriga às voltas, porém conivente com a fastidiosa manha jardineirista de chamar burros indiscriminadamente aos madeirenses. Mesmo àqueles que não têm dever nenhum de aceitar a ofensa, porque sempre viveram sem se agachar à subsidiodependência bem armadilhada pela nomenclatura.

O 'grito de revolta' que se prepara para explodir não é contra Lisboa nem sequer contra a maçonaria, o Bush e a Trilateral. Acredite, Dr. Coito Pita, e diga isso ao seu chefe.


O deputado PPD, também comissário daquele órgão partidário, conseguiu repetir um ar sério para dizer mais ou menos isto: estamos aqui, estamos a ouvir o povo da Madeira gritar de revolta contra a grave crise em que a Madeira está enterrada... por culpa de Lisboa.
Pois. Coito Pita declarou aquilo que se concluiu pouco antes, no seio da reunião. Conclusão que foi a seguinte: vamos concluir que o que o chefe diz figurará no texto das conclusões para divulgar àquela carga de tontos que ou tornam a votar PPD ou perdem os empregos ainda mais depressa do que já estão a perder.

O porta-voz laranja sabe muito bem, apostamos, que o grito de revolta que se forma já nas goelas do povo madeirense não tem por destinatários Passos Coelho, a troika, George Bush, a maçonaria ou a Trilateral. A raiva prestes a rebentar aponta-se mas é ao patrão do porta-voz, o sua excelência das Angústias, que andou a mentir descaradamente durante 30 anos, a 'obrar a obrar', para 'inaugurar, inaugurar'... e esta massa intencionalmente acrítica durante décadas ter agora de pagar!

O grito não será pela autodeterminação, como sugere o laranjal, para distrair, mas sim pela libertação total de um povo que finalmente se farta de tanto ser achincalhado e chamado estúpido.

Não se trata de incumprimento por Lisboa, como o Dr. Coito Pita mais o patrão sabem muito bem, do programa de ajustamento económico e financeiro, ou do Estatuto da Região, dos estatutos do Grupo Folclórico da Camacha ou do Código de Estrada. Incumprir estatutos é com o seu chefe, que adia congressos ilegalmente por medo de os perder, como o Dr. Coito Pita ouviu de novo na comissão política (e disso falamos noutra peça, abaixo). Mas não é isso que está em causa agora. Agora trata-se é de saber quem é o verdadeiro culpado da situação a que se chegou nesta terra: desemprego dramático, obras loucas e caríssimas que só servem para cabras e ratos, astronómica dívida escondida sobre a qual votaram enganados vezes sem conta os contribuintes madeirenses. É disso que se trata.
Então, uma vez descoberto esse principal responsável, o que não será difícil se o povo se dirigir pelo Parque de Santa Catarina fora para entrar na Quinta das Angústias, aí sim se ouvirá o grito de revolta a sério. 


"Se necessário, temos de sair à rua" - disse ao debitar as conclusões o Dr. Coito Pita, parafraseando evidentemente o grande culpado pela desgraçada situação a que se chegou. Pois, Dr. Coito Pita, acredite que não sabemos se será boa ideia andarem muito pela rua, daqui para a frente.

É que, Dr. Coito Pita, até o prato de lentilhas se esvaziou.
Sabe como é o povo.

4 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Já é disparate a mais.
Quer-me parecer que as hostes do "jardinal" (não confundir com "laranjal"...) já estão a passar à fase de pânico.

Luís Calisto disse...

E esse pânico é por culpa da maçonaria lisboeta.

jorge figueira disse...

Seria interessante para mim ser um profundo conhecedor do fim de 71 anos de poder do Partido Revolucionário Institucional no México bem como da génese do poder do Papa Doc no Haiti. Creio que balançamos entre as duas situações. Gente assustada, fugindo da realidade que criou, (veja-se a não comparência na ALR para debater as remunerações dos médicos)obviamente, não inspira confiança. Paradigmático foi o formalismo legal com que o Sr. Pres. da ALR justificou a ausência governativa

Luís Calisto disse...

A mexicanização contaminou a Madeira há muitos anos, caro Doutor. Quanto à ausência governamental da ALM... Nesta democracia, o governo é que fiscaliza o parlamento. Se lá fosse hoje, dado o tema, o sr. governo ainda ordenava aos médicos alguma consulta psiquiátrica à oposição.