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domingo, 27 de maio de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



Caso das 1878 facturas malparadas


GOVERNO REGIONAL DIZ QUE AINDA SABE ESCONDER UMA COISA COMO DEVE SER


Ventura Garcês, secretário regional do Plano e Finanças, rechaçou liminarmente as ondas que se estavam a formar a partir da notícia do Expresso deste sábado sobre o truque mágico do governo regional que teria feito desaparecer, num estalar de dedos, nada menos de 1878 facturas.

Ventura Garcês pede grandiosidade à sociedade, em vez da mesquinhez de valorizar umas míseras 1878 facturazecas.

"Acho muito estranho que o semanário tenha tido acesso a um relatório que ainda se encontra em processo de contraditório", filosofou com profundidade o homem.
Portanto, povo e comunicação social, o que devem fazer, a partir deste momento, é dar cada qual o seu contributo para que se esclareça como é que um relatório do Tribunal de Contas, no estado de confidencial, foi bater às mãos do jornalista Micael Pereira.
Não nos venham distrair com mais factura, menos factura, mais mil milhões menos mil milhões de dívida escondida. Concordamos com Ventura.

O ex-secretário do Equipamento Social Santos Costa, que andou de impermeável a mostrar a Sócrates e ao seu chefe os estragos de 20 de Fevereiro, agora que está em casa para gozar a sua reformazinha, os ressabiados não o deixam em paz. 


Investigue-se diligentemente até se descobrir quem foi o delator dentro do TC que copiou um ficheiro confidencial na 'pen' ou talvez tenha scaneado as 37 páginas do misterioso relatório para uso digital... nas páginas do jornal maçónico de Pinto Balsemão.
Claro que o artigo do hebdomadário deita porcaria diante da ventoinha, com nomes de quadros executivos, actuais e antigos - o próprio Ventura Garcês, Santos Costa e mais três colaboradores directos da máquina das obras e das finanças.
Tudo manobra de diversão.
"Não fulanizem o caso, ataquem é o que interessa, ou seja, descubram-me o cavalheiro que passou isso ao jornalista!", insistirá Ventura Garcês.

Apontar atrás da porta

Nesta lógica, pouco interessa saber se o diacho das 1878 facturas se referem quase todas a obras públicas realizadas entre 2003 e 2010 mas que não eram emitidas, se aquilo era ao estilo do regime jardinista - 'senhores empresários, vão anotando as contas atrás da porta, que depois a gente endende-se'.
Também não se vai sobrevalorizar as 'infracções graves' relacionadas com o 'esquecimento' do director regional do Orçamento quanto a transmitir ao INE tantos encargos assumidos pelo governo regional, 'esquecimento' que facilitou a política desenvolvimentista de esticar o endividamento mais de mil milhões de euros acima do permitido.
A isto, Ventura Garcês responderá com as cores suspeitas da gravata do jornalista do 'Expresso' nas deambulações do rapaz pelo Funchal, que bem o viu.

Acusação criminal? O Tribunal Constitucional é um 'albergue espanhol'

Isso da omissão de dados levará evidentemente a uma acusação criminal contra o governo de Jardim, mas aí entrará o grande chefe a dizer que o Tribunal Constitucional é um albergue espanhol de cores partidárias facciosas e que nunca assinou nada na sua vida.

O rei das Angústias, quando for confrontado com a falta das informações da parte do seu governo sobre a dívida oculta e exigidas por lei, obviamente que argumentará invocando o seu desconhecimento no plano informático. De computadores, costuma dizer que não distingue um teclado de um rato nem se interessa em saber disso.
Mais: se a dívida estivesse escondida, eles não a descobririam, ou acham que não sabemos esconder uma coisa? E dirá, a propósito, que o povo da Madeira está farto da maçonaria e não dará mais a outra face.
Concretamente sobre os 862 milhões de euros em despesas por pagar, de que fala o relatório, Jardim pegará na deixa para reiterar a disposição do povo madeirense, com mais incidência no litoral sul, de abandonar a União Europeia.
Dos 404 milhões de juros de mora que 12 empreiteiros têm a 'berrar', salvo seja, porque ali não há perdões, é tudo a somar, o chefe do nosso desgoverno dirá que sempre foi contra o sistema retrógrado instalado em 1976 e que não deixará nunca de o combater.

Teoria dos vinhos engarrafados

Só nos seis meses entre Dezembro de 2010 e Junho de 2011 tais juros aumentaram a 'bagatela' de 40 milhões de euros?
"A Madeira conta apenas consigo própria por não ter solidariedade nacional", repetirá o homem aquilo que disse no concurso regional de Vinhos Engarrafados, no Porto Moniz.

Quando Jardim aparecer em público, o que é para já, evidentemente, deverão perguntar-lhe também se sempre comparecerá terça-feira no parlamento para ouvir das boas no debate da moção de censura, porque até o Presidente da República já foi alertado para a hipótese de ele, a quem a moção é dedicada, desrespeitar mais uma vez o parlamento com a sua ausência. Já estamos a ouvir: "Desde Sócrates, o Estado intensificou uma campanha contra a Madeira que não se percebe!"
Outra pergunta para ele: não se demitirá para permitir novas eleições, já que, como tem dito Victor Freitas do PS-M, a situação é a mesma que justificou igual medida em 2007? E a resposta: "O governo de Lisboa falha com a solidariedade que nos deve e o povo começa a perguntar se não vai sendo hora de escolher o seu próprio destino."
- Os argumentos para voltar atrás no caso das taxas moderadoras não são válidos, já que... - aproveitará possivelmente algum jornalista para massacrar o homem.
- Vá para a redacção, seu **##"#* de **"# dizer aos »*+## dos seus patrões que enquanto Deus me der vida e saúde não me demito. ###**#, você é um ###**#!!!

3 comentários:

jorge figueira disse...

A História relata-nos situações difíceis na vida dos Povos quando, no fim de aventuras mal sucedidas, o "aventureiro" impõe a sua presença ao arrepio de toda a lógica. Tivesse o totalitarismo alemão assinado a rendição uns meses antes de Maio de 1945 e mais depressa aquele Povo teria encontrado Adenauer.

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

É bem de ver que, se Saddam tivesse esta equipa governamental, ainda hoje ninguém saberia que foi condenado enforcado.

Luís Calisto disse...

1. E esta presença ao arrepio de toda a lógica está para durar. O povo eleitor que se aguente.

2. Por aqui, há quem diga que a crise não chegou, tal como os americanos não haviam chegado a Bagdad.