RALI EM 'PONTO MORTO' MAS JÁ INSCRITO NA FIA
O presidente da comissão organizadora do Rali Vinho Madeira, Paulo Fontes, entregou à FIA o regulamento e o programa da prova deste ano. Mas a realização do rali continua em perigo: se o governo regional não entregar até final deste mês os pendentes 75% da verba de 2011, adeus 'festa das estradas'.
As dificuldades financeiras abrangem toda a vida regional, diz Paulo Fontes. |
Fontes teve de acelerar a fundo para chegar a tempo de cumprir os prazos da FIA. A organização do rali já estava a penalizar, até pela novidade nas datas da prova. O programa atrasou um dia na semana: em vez da quinta-feira, o arranque será na sexta.
A FIA conhece as dificuldades da Madeira que se reflectem em tudo, e também na prova rainha do automobilismo insular. Os dirigentes federativos, atendendo à crise, baixaram a inscrição dos habituais 11 mil euros para 6,5 mil. Mas há outras verbas para pagar, relativas a seguros, transportes, prémios.
O importante para já, segundo Fontes, é que o rali está inscrito, com regulamento particular e programa já na posse da FIA (Federação Internacional de Automóveis). Resta confiar num contrato-programa para 2012 (há verba inscrita no Orçamento da Região para o evento). Uma certa normalidade de tesouraria é o que os organizadores desejam.
Porém, o pagamento dos tais 75% da verba governamental de 2011 afigura-se decisivo para o futuro da prova. Porque seria impossível obter dos fornecedores os serviços para 2012 quando os compromissos do ano passado ainda estão em dívida.
É preciso dinheiro à vista para transmitir confiança aos fornecedores - concluíram os organizadores, na última reunião. Falavam dos serviços televisivos da Média Luso, dos bombeiros, da PSP... e até dos adiantamentos feitos pela banca e ainda por satisfazer.
Numa palavra, Paulo Fontes, consciente de que há outros segmentos da vida regional com mais urgência em termos de apoios, alimenta a esperança de que as verbas previstas no plano de ajustamento financeiro cheguem antes do fim do mês, a tempo de se preparar o rali. Se não...
'ARMAS', nome de ferry renegado
Outro obstáculo terá o presidente da organização de pular ainda: o dos transportes marítimos. Um ferry solucionaria tudo à partida, mas o fretamento de uma unidade dessas custa um 'balúrdio', como os açorianos, por exemplo, bem sabem. Além disso, Paulo Fontes prefere não abordar o assunto, para não voltar a ser acusado de 'defender o ARMAS'. Aquilo que interessa - diz Fontes - é um ferry, seja lá de quem for.
Se não for conseguido esse tipo de transporte, há que recorrer à via tradicional. Bem pior.
O rali continua em 'ponto morto' durante os dias decisivos que faltam para o final do mês. Se houver dinheiro, teremos roncar de motores pela estrada fora. Sem verba, nem se chegará a ver a bandeira xadrez da partida.
2 comentários:
Lembro-me de, bem catraio, ter visto na cidade do Funchal em exposição uma coisa intitulada jeep-anfibio. Faça-se uma rally inovador pondo a circular viaturas dessas nas estradas. Vinham até por meios próprios, não havia transporte. Já sei o que me vai dizer: ideias da "Madeira Velha" não! Esqueci-me desse pormenor. Peço desculpa. Adianto, porém,que a travessa do frigorífico nesse tempo chegava para a sopa das escolas agora vai por toda a ilha... Enfim...
Uma corrida de caixotes de sabão também tem o seu lugar...
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