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terça-feira, 23 de abril de 2019




23 de Abril 2019





Abril e abriladas







1. Achei pertinente a ideia de a Câmara do Funchal começar a comemorar o 25 de Abril quando Paulo Cafofo chegou à presidência. Até então, a data dos Cravos havia sido enxovalhada ano após ano, no plano do tratamento oficial cá na Tabanca.
Todos se lembram de que a maioria laranja num ano propunha comemorações a 26, noutro ano falava em sessão vulgar, depois impunha uma sessão solene sem deputados a falar, marcava o dia 27, chegou a designar o 24 para festejar; noutra ocasião cantou-se no Parlamento o Grândola às escuras; enfim, o linchamento anual das memórias de Abril.

Alguém abominava a data que pusera fim ao regime policial de partido único, censura, oligarquia, uma teimosia colonialista fora de tempo, numa palavra, um Estado fascista. 
Lidavam nessas águas muitos que, não fora o 25 de Abril, não passariam de adjuntos de regedor de vilarejo.
Paralelamente, os maiorais dos Netos, bem acompanhados pelo resto da direita - os ditos centristas - faziam questão de sobrevalorizar o 25 de Novembro, aí então sim com sessões solenes e concorridas, para ofuscar os já deslavados cravos de Abril. Isso perante os protestos do PCP, da UDP e do PS, formações então de Esquerda e não de "esquerda", como hoje.
Se aqueles queriam ostensivamente fazer do 25 de Abril uma palhaçada no circo parlamentar, então a data da Revolução contaria com as suas comemorações no município da capital, com o respeito devido.
Sem dúvida que a Câmara esteve muito bem. 
Dez pontos para Cafofo e para quem acompanhou o presidente na devolução da importância à Revolução que em 1974 pôs termo ao fascismo. Foi para ver essas tomadas de posição que tantos votaram na Mudança em 2013. 
Acontecia Abril.

2. As coisas entretanto mudaram na Madeira. O fim da crispação troglodita PSD-oposições decretado por D. Albuquerque também quis dizer fim aos atentados gratuitos contra o 25 de Abril. Pelo que hoje em dia não se justificam duas sessões solenes a cem metros de distância uma da outra, numa cidade de dimensões relativas.
Faz sentido a Câmara programar outros tipos de actividades - proporcionar um concerto com músicas de Abril, um espectáculo alusivo que puxe pelo interesse cultural dos munícipes. 
Manter a sessão solene é atitude actualmente prejudicada pelos comportamentos egocêntricos entretanto banalizados pela mesma Câmara que tão bem tinha começado. Ou seja, vê-se hoje a sessão solene como palco de exibicionismo dos narcisos criados no aquário municipal.
Paulo Cafofo, diz-se, convidou pessoalmente Francisco George para vir à sessão solene de quinta-feira, com o argumento de que a Saúde, especialidade do convidado, é uma das conquistas de Abril. Conquistas? A das crianças cancerosas tratadas em contentores no Hospital de S. João do Porto, nos tempos de Francisco George em director-geral da Saúde? As conquistas da Saúde regional tão criticada, por razões tácticas eleitoralistas embora, pela pequenas hordas "socialista"?
É caso para dizer que Cafofo tem todas as razões para trazer alguém que ensine Saúde. Ele é um caso de doente por quem o governo regional nada faz. Quando se sentiu indiciado de crime no arraial do Monte, perdeu a memória, faltou ao inquérito parlamentar e não conseguiu lembrar-se de nada quando o MP lhe fez dezenas de perguntas sobre os 13 mortos e 50 feridos. E não há um Sesaram competente que dê cura ao homem, que lhe devolva a memória?!
Oxalá o Dr. George opere o milagre com uma oração de sapiência.
Talvez por falta de memória, Cafofo também parece ter-se esquecido de que o Doutor convidado pela Câmara que nós todos sustentamos é o mesmo que aparece a debitar um elogio patético a Sara Cerdas no panfleto de campanha das europeias.
Como diz o outro, está tudo ligado.
Na hipocrisia em que se tornaram as comemorações municipais abrileiras, o 25 de Abril continua enxovalhado.
O 25 de Abril não se fez para erguer muros e barreiras nem para criar mais polícias.
Não foi para isso que tantos votaram na Mudança em 2013. 
Acontecem abriladas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Esse prof. mentiras enganou-me em 2013, mas não me engna mais! Ele quer é andar com os sousas, os farinhas e os pestanas desta terreola africana! O meu voto será para quem combater a "máfia no bom sentido"!

Anónimo disse...

A Camara Municipal foi a primeira a respeitar e comemorar o 25 de Abril no dia certo e sem palhaçadas portanto não será ela a alterar as circunstancias mas sim aqueles que posteriormente vieram e que as suas raízes outrora só desonravam os Madeirenses e que agora tentam imitar.

Quanto ao Dr Francisco George acho que é lamentável o querem desprotegiar pois foi um Homem com letra H grande e que está acima dos partidos a quem o País muito deve. Toda a sua vida foi incólume ao contrário de muitos que por cá proliferam.
Quem não se lembra e parece que não é de agrado falar sobre a Inspeção da Direção Geral Saúde fez a Madeira e no qual sem papas na língua mostrou que antes da Construção do Novo Hospital muita coisa seria necessário fazer prematuramente pois coisas sujas em casa nova continua a ser coisas sujas.
Já agora era de aproveitar a sua presença na Região e numa otica construtiva sem interesses partidários lhe pedir ajuda e conselho sobre os casos de lepra que tem acontecido.

Sia disse...

Já aqui foi muitas vezes comentado que esta camara de cafofo faz pouco mas sabe publicitar e fazer parecer que faz muito.
Tudo o que seja para aparecer nas paginas dos jornais (a dizer bem de Cafofo, claro) serve.
Todas as obras tem um plano de segurança que é aprovado pela camara, entao a camara faz publicidade disso.
Agora são os combustiveis. A camara que diz ser tranparente, anuncia esse proposito ao abrir concurso publico. mas a camara não tem mesmo por obrigaçao legal de abrir concurso publico? Claro que tem. mas é importante dizer que vai abrir para dar um ar de transparencia.

Mais, até diz que antes não eram feitos concusos publicos mas ainda assim tinham um desconto de 8 centimos. aqui já evoluiram porque aquando das eleiçoes cafofo dizia durante a campanha que a Camara anterior não fazia concursos e que a camara tinha aberto um concurso e ia poupar centenas de milhares de euros.
Ou seja diziam que iam ter um desconto de 11 centimos mas omitiram que afinal o ganho era só de 3 centimos afinal, porque já havia 8 centimos a abater.
Afinal as centenas de milhares de ueros que iam pagar a menos nao passou dos 60 mil em 3 anos para um volume de negocios de 2 milhoes.
Como são eximios na propaganda agora um concurso que nada de importancia tem fazem disso noticia juntando ainda a boa noticia que agora a camara tem uma condiçao financeira saudavel e por isso ainda esperam maior desconto.mas será que a Camara de Cafofo e Miguel Gouveia tem mesmo uma saudavel situaçao financeira?
bem com 20 milhoes de IMI seria de acreditar que sim, mas o que se vê é que o chumbo de 7 5oo milhoes do emprestimo pelo tribunal de contas deu as voltas a Cafofo e Gouveia. Afinal a situaçao financeira esta pelas portas da morte. Pudera com tantas viagens do presidente a fazer campanha com dinheiros da Camara o que se espera.
Como estamos a falar de comunicaçao e de saber faxer-la lembram-se do titulo do DN a dizer que o Tribunal de contas tiha recusado a intensao de visto? Reparem que nunca disseram que o Tribunal de Contas tinha recusado o Visto ao contrato de emprestimo (até o ignorante do jornalista do Diario prestou-se a esse frete, mas sabemos que o artigo é escrito pela camara de cafofo e não pelo jornalista, que é obrigado a publicar sem piar, só pode ser isso)
Ou seja para Cafof a comunicaçao é tudo, e sabe faze-lo.
Importante é ir passando tudo e tudo coisas boas para criar a tal empatia e mostrar trabalho, mesmo que cafofo não esteja a para de nada do que se passa na sua camara.
Vão as asembleias municipais e veja se cafofo fala. passa logo a palavra as seus vereadores por que esta fora de tudo, mas sabe rir para a foto e uma imagem vale todoas as palavras.

MAS JÁ VAIS CANSANDO RIR DE TUDO

Anónimo disse...

O Albuquerque e o Cafofo são os dois vinagre da mesma pipa. Fazem tudo igual, até lambem o Farinha, os Sousas, os Blandys e os Pestana com o mesmo jeito ganho em 40 anos.