CDS a ouvir a Madeira
RUI BARRETO ESTRANHA
MAUS RESULTADOS NA SAÚDE
A qualidade da medicina evoluiu, a ciência e a tecnologia evoluíram e aquilo que as pessoas perguntam é: por que razão os resultados da saúde na Região são piores? A dúvida foi deixada pelo líder do CDS-PP Madeira, Rui Barreto, perante uma plateia com mais de 100 pessoas, na conferência "Ouvir a Saúde - um problema, uma solução, responder aos madeirenses", que decorreu este sábado num hotel do Funchal, e contou com a participação do bastonário da Ordem dos Médicos, José Miguel Guimarães, e de outros três convidados: José Manuel Teixeira, director clínico e antigo presidente da Sociedade Portuguesa da Cirurgia da Mão, que falou da relação entre o setor público e o privado, sugerindo que se há 21 mil pessoas em lista de espera para cirurgia, os decisores políticos devem procurar respostas no privado; Eduardo Lemos, director da Casa de Saúde S. João de Deus, que referiu a importância das IPSS na oferta dos cuidados de proximidade; e Ricardo Duarte, médico anestesista, madeirense, presidente do INEM na Região norte, que mostrou como os ambientes hostis não favorecem a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde.
Com a saúde a não deixar a agenda política regional, o Conselho Económico e Social do CDS, órgão presidido pelo deputado José Manuel Rodrigues, escolheu a saúde, depois de ter debatido os transportes, a educação e qualificação. Os contributos das dezenas de entidades que participam nestas reflexões vão servir de base ao programa de governo que o CDS irá apresentar às populações nas eleições de 22 de setembro próximo.
"Esta conferência contou com um painel de altíssima qualidade e isso é a prova de que os profissionais de saúde reconhecem que o CDS é um partido que está cada vez mais no centro da decisão", começou por referir Rui Barreto. "O CDS tem feito um trabalho consistente na área da saúde, até porque tem um deputado que é médico", disse, para se situar no objectivo da conferência: "A Madeira tem problema com a saúde, não é apenas um problema social económico, é também um problema político."
Rui Barreto chamou a atenção da plateia para alguns dos problemas: as extensas listas de espera para cirurgias, consultas e exames, as 600 altas problemáticas, o desinvestimento nos cuidados primários de saúde, a falta de diálogo dos gestores políticos com os profissionais de saúde e a negação da realidade. "O que vemos hoje é que não há luz ao fundo do túnel", lamentou o líder do CDS. "Desde 2008, passando pelo novo Governo Regional eleito em 2015, as respostas dadas aos madeirenses não têm sido as mais adequadas. As listas de esperam estão a aumentar e temos um problema grave na Região que é um Governo em permanente estado de negação. Temos que acabar com este estado de negação, assumir o estado em que estamos e construir um plano de futuro, recuperando a confiança dos profissionais, do sistema e das populações".
O apelo de Rui Barreto é no sentido de "reconstruir o Sistema Regional de Saúde", ouvindo os profissionais, as ordens e os partidos. "Isto chegou a um ponto que não é CDS, o PS ou o PSD sozinhos quer resolvem o problema", afirmou o líder da oposição regional. "Este assunto diz respeito a todos os madeirenses e estamos todos convocados, mas é preciso investir nos cuidados primários, é preciso reforçar a rede de cuidados continuados, investir na ciência e na tecnologia, que tantos avanços têm dado à medicina, para ajudar os mais vulneráveis. É preciso que os custos com as altas problemáticas, que recaem sobre a saúde, passem para a área social. É preciso criar um ambiente de confiança e é por isso que o CDS tem defendido a descontaminação da politização da saúde, temos de apostar nos melhores para que voltemos a ter um sistema de saúde como já tivemos, privilegiando aquilo que é mais importante, que é colocar o doente no centro das preocupações".
De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, "o financiamento é o nó górdio" do Serviço Nacional de Saúde. O financiamento do Estado é de 4,8%, na OCDE 6,5%, na UE 7,5%. José Miguel Guimarães disse ainda que entre 2012 e 2014, o tempo em que a Troika esteve em Portugal, o investimento na saúde foi de 26,3 mil milhões de euros, enquanto entre 2015 e 2017, o investimento desceu para 24 mil milhões.
CDS
9 comentários:
Simples Dr. Barreto.
O números clausus foi um disparate que hipotecou o número de médico para décadas.
A falta de dinheiro para contratar médicos e enfermeiros foi, é, e será, outro problema. Tem solução para resolvê-lo? Não me parece.
Não basta abrir concursos. É preciso dar outro tipo de condições para atrair médicos para a Madeira. Emprego para a mulher, habitação, e umas quatro viagens para toda a família ir à terra, durante o ano. Tem solução para isso, em que tal situação não está prevista na lei? Também não parece.
Convém a todos os partidos se deixarem destas demagogias de fazer diagnósticos que toda a gente já conhece, e indicarem qual o remédio.
Mas aí, não há nada.
São sempre aquelas baboseiradas de mais saúde e melhor saúde. Nada mais. Soluções que é bom, zero.
Já farta tanto eleitoralismo bacoco.
O anónimo das 21:29 implicitamente está a propor que o novo Hospital seja universitário (i.e., de formação de médicos) com regras de obrigatoriedade de permanência neste serviço ou devolução de dinheiro investido na formação.
Não é possível um hospital universitário, simplesmente porque a universidade não tem licenciatura, nem tão pouco mestrado em medicina.
Apenas tem os dois primeiros anos.
O que defendo é que os políticos têm de se deixar de demagogia e nos digam como se propõem resolver um problema que está diagnosticado há muito tempo, e que não é possível resolver com a oferta actual.
É preciso assumir aquilo que se quer.
E a formação não tem que ser a universitária. Essa pode ser feita fora. O que o hospital necessita é de capacidade formativa dos serviços das diferentes especialidades, de forma a atrair os estudantes que acabam o ensino universitário a fazer o internato no Hospital do Funchal.
Mas, enquanto algumas especialidades não recuperam essa capacidade formativa, há um problema de curto prazo que tem de ser resolvido.
E vejo os políticos com conversa demagógica, mas sem qualquer ideia ou proposta para resolver o assunto.
Os comentarios anteriores são esclarecedores de como se pegou na saude para fazer politiquice sem que ninguem ainda tenha apresentado nenhuma resposta a não ser dizer mal.
Sobre a fixaçao de medicos que soluçao têm?
Como trazer medicos para uma ilha?
Que incentivos?
Antes de darem uma resposta, seja aumentar salarios ou facilitar casa, escola para filhos, trabalho para a mulher não se esqueçam de um pormenor.
OS INCENTIVOS PARA OS NOVOS TÊM DE VALER PARA TODOS OS MEDICOS QUE JÁ CÁ ESTÃO.
Ou vão descriminar?
Para irem pensando um pouco sobre um outro problema que afeta a prestaçao de cuidados de saúde que é travado porque as camas estão com pessoas que não estão doentes (na madeira metade das camas dos hospitais estão nesssa situção enquanto no continente corresponde a 5%, leram bem 5% lá contra 50% cá) e se não há camas não há cirurgias por exemplo, dizia eu vão pensando porque será que este fim de semana entupiu as urgencias com principalmente idosos.? Conseguem saber a resposta? Não?
Bem vou dar uma achega. Isto tambem acontece nas sextas- feiras antes do NATAL, antes das FERIAS, antes da PASCOA, antes do CARNAVAL.
Porque será?
E que fazem os meios de comunicaçao? Vão lá tirar fotos e bater no velhinho, dizer que é um caos, que assim não pode ser, e outras tontices.
E o Dória? Não foi chamado para botar faladura?
Este Barrete è mesmo um Barrete nem criticar sabe, Vais levar uns Patins da assembleia que nunca mais apareces
Ainda querem mais privatização da saúde? Força PSD e CDS.
Que pergunta mais tonta, ó das 13.21.
Mas, se calhar, seria melhor direccionada para o camarada socialista David Caldeira, um dos donos do novo hospital privado a abrir brevemente no Amparo.
Já viram que estão todos a olhar para os telemóveis e a se marimbarem para o discurso
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