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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Regresso ao Futuro (para esquecer)



Razões aborrecidas impuseram um interregno à crónica. Voltamos à normalização.





12 de Abril 2019




Propaganda camuflada
- é o vale-tudo




Dizem eles que antes era a preto e branco e hoje é tudo a cores




Não vai para muitos anos, os jornalistas da Madeira eram vistos pela oposição como uns miseráveis vendidos ao jardinismo, e pelos vistos com razão, já que hoje os jornalistas desse tempo estão todos ricos, com tachos de luxo, bombas automóveis e bons iates. Curiosamente, naquela mesmíssima época, os mesmíssimos jornalistas da Madeira eram atacados sem dó nem piedade pela maioria laranja, que os denunciava publicamente como perigosos comunistas, inimigos da autonomia e consequentemente ao serviço do neo-colonialismo lisboeta. 

Imagine-se o frenesim nas alturas eleitorais! As "forças" concorrentes digladiavam-se não enfrentando-se umas com as outras, mas batendo no elo mais frágil, os jornalistas - os quais, se falassem muito na reportagem, só falavam uma vez, o trabalho não chegava aos leitores e toca de procurar encosto para outro lado.
E mesmo assim, nessas alturas era um chorrilho de queixas na CNE, já que todos os chulos da política, na luta desesperada pelo tacho, atribuíam as culpas da sua própria incompetência e das naturais derrotas aos tristes que ganhavam o ganha-pão na comunicação social. Como os treinadores fazem com o árbitro sempre que a sua equipa perde.
É por isso que acho muita piada nestes tempos modernos ao ver os partidos todos, de ponta a ponta, caladinhos que nem ratos para não serem queimados pelo órgão A ou B. Mendigam um pequeno espaço ou uns escassos segundos no ar e é quando sequer são ouvidos. E não bufa! Ouvi dizer um dia destes que a RTP-M já se dá ao luxo de escolher quem deve ser o porta-voz de cada partido nas acções políticas: o líder ou um deputado. Ah, e agora o secretário-geral, presume-se porque os "grandes" partidos, com as suas mudanças a esse nível, fizeram finca-pé.
Em suma: se este novo tratamento fosse aplicado nalgum tempo, os chulos da política organizavam manifestações à frente da RTP-Espetada e dos jornais.
Hoje? Bicueites e muito respeitinho com a "comunicação social" que temos. Que aliás, no capítulo de isenção, é de gritos, no real sentido da expressão.
E dá gozo ver como a CNE, que naquele tempo avisava com voz grossa e ameaçava com multas milionárias, para intimidar os jornalistas - por outro lado encostados à parede pelas respectivas administrações -, é giro ver a CNE hoje como uma entidade cega, surda e muda no capítulo da ética e da uniformidade de tratamento às forças eleitorais concorrentes. Os tipos não estão para se chatear.

O governo regional tem actividades propagandeadas todos os dias, que importa se estamos em pré-campanha ou não estamos. Como vos mostro hoje, há publicidade enganosa à vista de todos, como no caso da banana. O governo não faz publicidade. Fá-lo a Gesba. Um panfleto a mostrar o atraso de vida que era no tempo das cooperativas - um terror a preto e branco. E como é hoje no tempo da renovação, um mundo novo a cores.
Publicidade enganosa, sim. Quando está em causa uma entidade de capitais públicos. Diz o panfleto eleitoral que a Gesba paga de 15 em 15 dias. Mas sem explicar que esses pagamentos correspondem à banana cortada dois ou três meses antes. 

O da Câmara do Funchal promete diariamente, nos seus jornais, milhares de euros para esta obra, dezenas de milhares para aquela, centenas de milhares para aqueloutra. Não é publicidade camuflada? E haverá monitorização para se saber se não se trata de mais aldrabices daquelas em que o dito-cujo é pródigo?
E que papel representa um presidente de Câmara aparecendo como emplastro-sombra da candidata Cerdas que concorre às europeias? O Cafofo não larga a moça da mão. E o P"S" justifica que ele actua enquanto candidato a presidente do governo regional. Boa! Candidato a presidente do governo regional é um cargo? A esta distância? Candidato ao governo apoiando candidata ao PE? Atenção, senhores dorminhocos da CNE, ele não está de facto a fazer campanha europeia, porque a candidata está eleita 'a priori' - ele está é a promover-se a si próprio com vista às tais regionais e presidência do governo. Um emplastro sem escrúpulos políticos.

Voltando ao princípio da origem, como dizia o outro: é de rir à gargalhada ver os gatinhos bem comportados nos vários partidos a fazer respeitosas vénias aos jornais e televisões como indigentes a mendigar um naco de coluna ou de TJ. Quem os viu e quem os vê! Querem um conselho? Arranjem dinheiro. Percebem, não?
O mundo dá muita volta.
Quanto aos cavalheiros da CNE, já nem precisam de justificar o tacho. Deixa correr.

15 comentários:

Raul Faria disse...


A memória é uma "coisa chata" mas oportuna.É sempre bom lembrar a história.
Um abraço Calisto

Anónimo disse...

A gesba virou agência publicitária do GR.....

Anónimo disse...

Será a Frente Mar do governo?

Anónimo disse...

É por causa desses mandos e desmandos da Gesba que a banana está à venda nos supermercados a 1,44 euros ao kilo. Se fosse mais barata havia muito mais consumo da mesma aqui na ilha, beneficiando os nossos produtores.

Compare-se com a fruta que vem do Continente, que paga transporte do local de produção até ao porto de embarque para a Madeira, paga frete marítimo, para o transporte do Caniçal até ao Funchal (o mais caro do país por Km percorrido) e muitas vezes conseguimos comprar essa fruta por menos de um euro ao kilo.

Porque será que a banana da Madeira, que é produzida cá e que a Gesba paga ao produtor nem 50 cêntimos por kilo e não tem nem 1/4 dos custos de transporte é sempre tão cara? E porque é que nossa banana é mais barata no Continente do que cá? Porque é que para lá vai sempre a banana de 1.ª e os madeirenses, se quiserem comer banana têm que ficar com os rabutalhos da banana de 2ª e pagá-la a preço de ouro?

Custa assim tanto dinheiro para apanhar, acondicionar e distribuir a banana cá na ilha, para que a Gesba embolse cerca de 90 cêntimos por cada kilo vendido cá?...

Quem souber, que responda.

Anónimo disse...

Estive há pouco tempo em Lisboa e tive oportunidade de ver a banana da Madeira à venda em vários lugares sempre acima dos 3 euros. A de Canarias e America Latina a pouco mais de 1 euro. O que se diz acima não é tudo verdade.

Anónimo disse...

Ó das 22.48,
Não és lá muito dotado nestas coisas da economia.
Comparar uma cultura de baixa intensidade, e numa orografia fraccionada, com outra feita de forma intensiva, em áreas de outra dimensão e com orografia favorável, é o mesmo que comparar a pesca à linha com a pesca de arrasto.
A formação de preços tem a ver com economia de escala e factores de produção. Ora, uma agricultura onde não é possível a sua mecanização, é logo à partida mais cara.
Os custos de transporte fazem parte do preço, mas na sua escala. Não são, no caso, nem de perto nem de longe o factor principal.
E, porque a mão de obra é na agricultura o factor de produção mais oneroso, sim, custa tanto dinheiro para apanhar.
Percebeste, ou precisas doutra lição de economia?

Anónimo disse...

Dispenso. Para lições de economia fico à espera das conferências do Prof. Ricardo Cabral.
Para disparates já basta os comunicados do vice ou as suas palestras no Fênix

Anónimo disse...

Lá vooltou o "avaliador de esperteza". No entanto, não conseguiu resolver a disparidade de preço pago ao produtor com os preços pagos pelo consumidor.
Se o problema é a distribuição, que a GESBA se dedique a isso, baixando os custos dessa distribuição. Pode começar pelos que têm altos salários.

Anónimo disse...

Comentário do inteligente rasca das 08.52 em que nada ilustra a realidade. Porque aqui sem fatores de transporte é tão cara e porque a GESBA é um sorvedouro de empregos do PSD???

Anónimo disse...

Ó cafofiano de serviço às 12.51, 13.01 e 13.14,
Com o teu baixo nível de inteligência, já nos habituaste aos teus comentários disparatados, e em fazer vários para parecer que outros comentadores estão de acordo com as tiradas de cromagon.
Mas, dispensando as lições de economia, ficas muito bem entregue às lições do novo génio que vem animar as conferências do Mentiras.
Depois do representante do Grupo Sousa, nada melhor que alguém que defende o fim de um dos mais importantes instrumentos de angariação de receita fiscal da Madeira, ou que defende mais estado. Um prócer, que já antes colaborava com o partido da Catarina e das meninas Mortágua.
O preço forma-se com todas as componentes. Não apenas com o que é pago ao produtor. Mas acredito que isso seja demais para a tua fraca cabeça.
Mas como queres partidarizar a questão, e não discutir a formação do preço ao consumidor, esse é peditório para o qual não dou.
Isso é coisa para renovadinhos e cafofianos. Não para mim.
Da próxima vez resume tudo num só comentário. Fazes uma figura menos ridícula.

Anónimo disse...

O inteligente das 08:52 diz que a banana é aqui mais cara porque custa mais a apanhar... LOL Apanhar a banana é a parte mais fácil. O explorado do bananicultor tem de planta-la, rega-la, aduba-la, trata-la convenientemente até estar pronta a apanhar. E por todo esse trabalho nem lhe pagam 50 cêntimos por quilo. E depois pelo "difícil" trabalho de apanhar e acondicionar a banana embolsam 90 cêntimos por quilo, quase o dobro do que pagam ao escravo do produtor. Se o preço fosse mais baixo ao consumidor havia muito mais consumo e ajudariamos a periclitante economia regional. Mas a 1,44 ao quilo, não obrigado. Os ilustres administradores da Gesba que a comprem. Devem pensar que somos todos ricos...

Anónimo disse...

Ó das 19.33,
A tua rara inteligência, possivelmente artificial, não te permite compreender que o custo da mão de obra tem um repercussão no preço final do produto.
Mas, a lenga-lenga apatetada que utilizas, não te permite sequer perceber que esse bananicultor vende ao preço de mercado.
Sei que esta abencerragem não consegue compreender estas regras, pelo que é mais fácil falar com aquela demagogia aparvalhada da exploração e de uma alucinada teoria que o preço mais baixo de venda traria um consumo superior para ajudar a economia regional.
A produção é escoada na totalidade, mas esta inteligência rara ainda pede diminuição no preço.
Não podes comprar banana não compres. Problema teu se és indigente. De ideias já demonstraste que o és. Financeiramente não sei. Mas se não podes comer banana, é porque estás mesmo mal. O preço da batata é quase o mesmo, maçã, laranja ou pêras são mais caras, e já não falo da abóbora verde ou amarela.
Se não podes pagar 1.44 por quilo de um produto fruticola, ou hortícola, só na sopa do Cardoso encontrarás solução.

Anónimo disse...

O assunto é mais grave que picardias estéreis meus senhoes!!! CNE proibiu os governos e as camaras de usarem a coisa pública para fazerem campanha eleitoral e Sr. Secretário da Agricultura HV usar o que é do agricultor para fazer canpanha do GR , digo do PSD. Isto é o cerne da questão , o resto são tretas!!! Já agora o que fazer na Gesba os desempregados politicos do PSD ex-vereadores e chefes de gabinete? Norbertos e Ruis!!!!

Anónimo disse...

A Gesba é algum partido político?
A Gesba vai concorrer às próximas eleições europeias?
A Gesba é uma empresa pública que enbala e comercializa bananas ou faz política partidária ?
Os preços praticados no mercado regional ou continental pelo produto , são as regras de mercado que as ditam!!!
Os agricultores não devem continuar a pagar com o seu suor as estravagancias do GR e do seu Secretário HV .... o resto é BLÁ blá blá .....

Anónimo disse...

Só não percebo é porque é que os agricultores não vendem directamente a banana ao comércio, ou até ao consumidor.
Cooperativas não deu muito certo. Deu roubalheira, desvios, cadeia, etc.
Mas se não gostam da Gesba, vendam directamente. É o que eu faço à minha produção de limões e cidras.
Assim eliminam esse bicho papão da Gesba.