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quarta-feira, 24 de abril de 2019




24 de Abril 2019



Emir Albuquerque 
está maçado com a plebe





Foi com esgares muito, mas muito maçados, que o nosso emir Albuquerque reagiu ontem quando confrontado numa cerimónia por causa da sua ausência da Madeira no pós-tragédia do Caniço. "Tentei regressar, mas foi impossível", suspirou diante das câmaras, visivelmente enfadado.
E lá foi soltando umas frases reveladoras da sua indisposição perante as críticas feitas no novo emirato tabanqueiro enquanto ele recuperava no Dubai das semanas de intenso trabalho a que se sujeitou nas Angústias desde as férias mais recentes.

Albuquerque fez ver aos maldizentes que a sua missão enquanto Presidente do Governo não é fazer show-off nem andar a tirar fotografias, referindo-se ao habitual aparato mediático no teatro das tragédias. Julgamos que não é bem uma indirecta ao Pedro Calado, que esteve sob os holofotes durante as movimentações que se sucederam ao desastre que matou 29 cidadãos alemães. O vice não podia esconder-se dos flashes. Julgo que a expressão azeda do emir é mais o reconhecimento da razão que Jardim afinal tinha quando, no seu tempo de presidente, acusava o autarca Miguel de andar de colete fluorescente a fazer show-off diante das câmaras de TV, durante as enxurradas e os incêndios. Miguel aprendeu a lição e Jardim defendeu-o ontem: "Fez muito bem em não vir [do Dubai] porque assim não gastou dinheiro dos contribuintes para tirar fotografias", disparou Jardim aos jornalistas. 

Sempre maçado, Albuquerque aproveitou uma "mentirinha piedosa" de Calado para tentar convencer pelo menos as crianças das creches de que foi ele, do Dubai para cá, a coordenar as operações todas no terreno Caniço-Funchal. 
Por telefone.
E daí que a operação tivesse corrido muito bem. O que levanta outra questão: nesse caso, dispensava-se também a presença do vice do governo regional. Se o trabalho de Calado se resumiu a retransmitir as ordens do emir, disparadas do Dubai para cá, penso que qualquer assessora se desembaraçava facilmente da tarefa. 
Às tantas, Calado podia ter viajado com Albuquerque e ambos coordenavam as operações pelo telefone. Se um só expert daqueles fez o brilharete que fez à distância, dois deles fariam muito mais e melhor.

Miguel Albuquerque gaguejou estas suas argumentações à margem de uma cerimónia de assinatura de protocolos entre o governo e diversas associações de bombeiros. E aqui sim, a presença do Presidente é indispensável. O povo que se deixe de maçar os nossos dignitários e perceba que uma tragédia como a do Caniço dispensa a presença física ou por videoconferência de um chefe que seja mestre em coordenar pelo telefone. Até porque, diz Albuquerque, o governo não pode depender de uma só pessoa e o vice-presidente existe para alguma coisa. 
Em contrapartida, o Presidente não falta quando se trata da assinatura de protocolos com associações de soldados da paz.

Ainda assim, depois das reflexões e debates que tenho ouvido sobre a cruzada de Miguel ao Dubai, e consequente ausência da Madeira, confesso que cada vez mais me custa perceber para que serve concretamente um Presidente de governo regional. 
Será para fingir que coordena coisas pelo telefone?
Será para dar brilho aos protocolos com bombeiros?
E uma pergunta final ao nosso emir: se estava tudo muito controlado, se a coordenação corria na perfeição, se o êxito da reacção ao acidente crescia com o passar das horas, se a orientação à distância transformou numa maravilha a operação de socorro - para que diabo tentou V.Ex.ª regressar, só não o tendo feito porque "foi impossível"?

PS 1 - Miguel de Sousa, na sessão parlamentar em que se falou da ausência de Miguel Albuquerque, evocou os seus tempos de vice do GR confessando a "cagança" que era ser presidente quando Jardim saía da Madeira. Conheci guarda-redes que foram eternos suplentes. Uns satisfaziam-se com as raras chamadas para jogar. Outros não sentiam "cagança" nenhuma com a condição de suplente, fiéis a um velho princípio das competições: o segundo é o primeiro dos últimos.

PS 2 - Luís do Rosário, grande machiquense que foi excelente jogador de futebol e depois treinador arguto, contou-me que chegou a dirigir jogos de equipas regionais pelo telefone, quando por algum motivo profissional tinha de andar na estrada. Chegava a S. Gonçalo, entrava no Stop, telefonava para a tasquinha próxima do campo e ouvia o informador do clube: apanhámos um golo. E Rosário: mandem o Frisado para o aquecimento. À passagem pelo Caniço, novo telefonema: o Bisalho foi expulso e levámos mais um. E Rosário: mandem o Frisado tomar banho e metam mais um trinco. 

As tácticas por telefone raramente resultavam, segundo a confissão do meu saudoso Amigo Rosário. Tivesse ele a sorte de os seus itinerários passarem pelo Dubai...

10 comentários:

Anónimo disse...

Albuquerque esteve mal porque não regressou de imediato do Dubai. Há imensos voos e o passaporte diplomático abre imensas portas.
Tranquada esteve mal porque não regressou de imediato de Roma. Há imensos voos e o passaporte diplomático abre imensas portas.
O Representante Irineu esteve bem ao regressar da Jordânia, a tempo de apanhar boleia de Marcelo, entre Lisboa e o Funchal.
Não vale a pena gastar mais tempo com justificações e explicações de comando à distância, quando no momento em que as decisões importantes foram tomadas, Albuquerque esteva em pleno voo e nem sequer tivera conhecimento do acidente.
Pedro Calado e Pedro Ramos estiveram muito bem. Foram mesmo irrepreensíveis. E isso é que interessou na situação.

Anónimo disse...

Conheço um jornal diário que em tempos tinha Rosário, Luís, Frisado e Bisalho. Ou será que estou a confundir com coisas do futebol?

Anónimo disse...

Gostei especialmente do PS2.

Anónimo disse...

Há que dar o mérito nesta situação. Nem Al-Buquereque, nem Calado. Isto correu bem porque o Dr. Pedro Ramos tem montado, junto com as equipas da EMIR e dos Bombeiros, o melhor sistema de resposta à catástrofe. É uma grande equipa que dá formação pela Europa. Isto não vem do tempo do Al-buquerque, nem do Dr. Pedro Secretário. São já muitos anos de treino, simulacros, situações reais. Vem do Dr. Pedro cirurgião! Parabéns Dr. Deixe a política, onde só se suja, e volte para a sua área, onde é dos melhores!

Anónimo disse...

De facto ninguém estava a pedir que o PGR fosse salvar vítimas. Apenas que representasse a instituição e a região da qual é presidente!

Anónimo disse...

não percebo tanto alarido

não estava ele estava o Vice o Calado

quando ardeu o prédio da Insular , Cafofo não estava na Madeira , o Vice Gouveia não apareceu e quem apareceu foi um miúdo que nem sabia o que estava a falar

SIA disse...

anonimo das 18:26
tem toda a razão.

Há uma coisa que me preocupa, que é se o edificio da Camara está seguro numa altura em que ardem Notre Dame, edificio da Insular e casa no caminho de Santo Antonio.

Preocupa-me porque aquando do Incendio da Insular Cafofo quando lá foi disse que a empresa AFA dona do Edificio, estava obrigada a entregar um relatorio a cada 24 horas.
Já pensaram no monte de relatorios, isto é, de papel que está a acumular no edificio sede do Municipio?

Muito cuidado.

QUEM TE AVISA TEU AMIGO É

Anónimo disse...

Não digam mal do Principe Albuquerque que ele trouxe stock que vai durar até finais do ano.

Anónimo disse...

Vá lá. O teu stock de burrices só vai durar até setembro.

Anónimo disse...

Ao Sr Calisto não é EMIR é SHEIKH Albuquerque
É que EMIR confunde-se com aquela Instituição de bons cuidados ao contrário da outra pessoa.