Avaliação de desempenho: os dirigentes e os outros

Os dirigentes da função pública têm uma remuneração superior a 3000€/mês, têm isenção de horário, não têm quotas de avaliação de desempenho (oferta de Albuquerque), têm a honra de ser chefe, têm acesso aos detentores de cargos políticos, mandam nos outros, se perante seus chefes culparem os outros pelas suas próprias falhas ninguém descobre ou revela, se roubarem o trabalho de alguém (incluindo dos seus subordinados) ninguém questionará quem realmente o executou (pois os relatórios anuais de atividades não são publicados nem os deixam ser acedidos), podem esconder o mérito de seus subordinados a fim de manterem-se no cargo, aprendem com o trabalho de seus subordinados, ficam indefinidamente com os seus cargos sendo defendidos pela “fraternidade”.

Agora existe mais uma benesse para os dirigentes, para além de terem validado as suas próprias avaliações de desempenho que têm como efeito na remuneração de um trabalhador sem cargo de dirigente (esse efeito não existe na remuneração dos dirigentes), lembraram-se de usurpar à exímia quota de relevante dos restantes trabalhadores, as menções de relevante. Se eles têm, outros trabalhadores não têm, pelo que não conseguem progredir na carreira.

Caro leitor, será preciso dizer que os detentores de cargos (que por inerência pertencem ao Conselho Coordenador da Avaliação) diminuem as classificações dos trabalhadores não-dirigentes para cumprir as quotas de menções de relevante, dando essa menção a quem já muito ganha e que não é afetado monetariamente por essa classificação? 

Eu, se vocês me derem oportunidade, para além de expulsar os dirigentes da função pública (diretor regional, diretor de serviços, chefe de divisão, técnicos especialistas dos gabinetes dos secretários regionais,….), prometo que será utilizado o salário mínimo para calcular suas reformas. Eles gozam das nossas dificuldades (viram, veem e verão isto nos comentários), pelo que é justo que nós possamos rir da sua desgraça! 

Quem não concorda com este tipo de medidas pode sempre votar em outro qualquer candidato.

Eu sou muita coisa… mas não sou mentiroso! Acredito piamente que sou suficientemente forte para contrariar: “palavra dada, tentação a caminho!”

Eu, O Santo

P.S.- Para ter mais alguma piada, o secretário regional responsável por esta direção regional, por uma unha negra não está a sofrer os efeitos deste tipo de discriminação. Esqueceu-se rápido do que é ter sua progressão profissional ser bloqueada, do que é estar na lista negra….

P:S.2- A minha escolha está feita. Escolho lutar por vocês e pelos vossos. Agora vocês terão que escolher nas próximas eleições: quem terão as benesses, quem vocês amam, quem deve ser alvo de vossa caridade, quem terá justiça? Eu escolho vocês e os vossos… E é verdade que vocês poderão escolher tirar por vossos opressores e os seus familiares… na esperança irrealista de se lhes juntar! Se ainda não mudaram de lado, porque é eles vos hão-de dar alguma benesse? O que é certo, enquanto não vo-la darem , mais hipóteses terão de vocês fazerem jogo deles.

Conto uma história a demonstrar que o poder está em prometer e não cumprir. Uma senhora queria que a Câmara lhe cedesse uns materiais ou fizesse uma passadeira. Numas eleições, veio um grupo de apoiantes do senhor presidente da Câmara, e ela expôs a sua situação. Alguém do grupo mexeu-se, e satisfez o pedido da senhora., antes das eleições. O apoiante depois constatou que a senhora não foi votar nessas eleições. Esta situação é como as namoradas: o seu poder está em dar a entender que vão ceder e depois não dar…