O CLAMOR EUFÓRICO DOS ILHÉUS
Donato Macedo
Já não se pode aguentar!!
O Funchal está cada vez mais parecido com a capital da Coreia do Norte Pyongyang!! Não há esquina ou lugar para onde nos viremos, em que se não escute de forma estridente um histérico clamor, porém sofrido da população, a reclamar a presença do grande timoneiro das Ilhas de Zarco chamado Paulo Cafôfo. É nas Repartições de Finanças, nos Centros de Saúde, nos hospitais, nas autarquias e sobretudo nas serras onde alguns pastores vagueiam perdidos com os seus rebanhos de bordão estendido ao Altíssimo mais perto do Céu, a suplicar entre copiosas choradeiras - cujas lágrimas por falta de gramíneas não penetram o ventre dos solos, e engrossam o caudal das ribeiras nos vales encaixados por onde se precipitam na cidade - e bradam bem alto: "Cafôfo avança, faz a mudança!"
É na paragem dos autocarros; é à espera que o semáforo abra; é nos percurso de, e para as missas dominicais; é nas caixas do supermercado, etc. Todo o tema é "Cafôfo, vem e salva-nos!". Trombetas parecem ecoar pela alvorada em uníssono, ressoando vagarosamente nas paredes da cordilheira do maciço montanhoso central, o nome do magnânimo candidato. Que o digam algumas agências de viagens, quantas peregrinações têm vendido a Fátima, em redor das promessas pela da sua candidatura!
Perante tudo isto, não há homem providencial, ungido pelos Deuses que tenha a desprezível frieza de negar a messiânica anuência a toda esta histeria colectiva, que se sente na nossa Região. Só Deus saberá o custo pessoal - qual cordeiro sacrificado - para um homem destes dar guarida a tão grandioso clamor popular, para gáudio e salvação do seu povo. Pão e Circo dava Roma Antiga aos seus cidadãos. Agora é "mudança", "esperança", "confiança" e mais outros conceitos rendilhados por entre carpideiras emotivas que rasgam as vestes perante as aveludadas quimeras que transpiram daquela reluzente figura.
Depois do culto da personalidade instituído na Coreia do Norte pelos seus "grandes líderes" a que o Povo é devoto, a Região (ainda) Autónoma da Madeira envereda os seus primeiros passos pelo desbagado culto deste futuro líder supremo do nosso destino colectivo.
«Surge et libera nos»!
5 comentários:
Sempre eloquente Sr. Macedo.
Caro Danato,
O que nos salva é que o homem (AINDA) não tem nenhuma estátua de corpo inteiro espalhada por esta Ilha Afortunada. Se assim fosse e a exemplo do camarada da Coreia do Norte seriam iluminadas a noite inteira para culto dos seus seguidores, enquanto nós passaríamos a noite inteira na escuridão à espera que o Sol nascesse... se ele deixasse.
Mais um a proteger o tacho!! Pode acabar em Setembro!
Vai ficar na história, o derrotado dos 15%, tipo o primeiro damo, e final da história para o destruidor e estagnador do Funchal, em 6 anos só estragou, nada acrescentou á cidade
Para quando a Paradise!
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