A LUTAR PELO BEM COMUM

Os que acreditam em Deus, na Justiça ou na Bondade, para não atraiçoarem a sua alma, têm o dever de lutar pelo Bem Comum e consequentemente contra os Corruptos… mas têm que garantir a sua própria impunidade. Anteriormente, mostrei que essa Luta pode ter consequências nefastas. Então, o que fazer?

Cada caso é um caso. A situação em particular é que define a correção do procedimento… mas como regra geral, aconselho a emitir pareceres por escrito sem dar cavaco aos chefes nem informando previamente ninguém do sentido do parecer. Se for pedido para refazer o estudo com base noutras premissas, faz-se… mas não se altera o que foi entregue e indica-se de onde vieram essas premissas.

Cada caso é um caso, mas a Oposição aos Corruptos traz sempre o aumento de âmbito da Luta, pelo que erros antigos voltam para perseguir os Lutadores.

Na RAM, o Anonimato é a maior necessidade e a maior arma dos Lutadores pelo Bem Comum.

De acordo com Foucault, a Luta mudou. Já não existem intelectuais a indicar o caminho. Não existem Lutas totalizadoras (como por exemplo, a criação de uma nova Sociedade como as do Partido Comunista). As Lutas são pontuais e relacionadas com uma situação específica. Vemos isso na Luta contra as Jaulas de peixes, na destruição das muralhas de Oudinot, no cargo de diretor técnico do SESARAM; etc… Estas lutas específicas são mais apaixonadas que as campanhas eleitorais.

“Ora, o que os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam deles para saber; elas sabem perfeitamente, claramente, muito melhor do que eles; e elas o dizem muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e esse saber.[Leia-se Comunicação Social e Propaganda… mas também pode-se ler o facebook e os comentário aqui no fénix]. Poder que não se encontra somente nas instâncias superiores da censura, mas que penetra muito profundamente, muito sutilmente em toda a trama da sociedade. Os próprios intelectuais fazem parte deste sistema de poder, a ideia de que eles são agentes da "consciência" e do discurso também faz parte desse sistema. O papel do intelectual não é mais o de se colocar "um pouco na frente ou um pouco de lado" para dizer a muda verdade de todos; é antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e o instrumento: na ordem do saber, da "verdade", da "consciência", do discurso. E por isso que a teoria não expressará, não traduzirá, não aplicará uma prática; ela é uma prática. Mas local e regional, como você diz: não totalizadora. Luta contra o poder, luta para fazê−lo aparecer e feri−lo onde ele é mais invisível e mais insidioso. Luta não para uma "tomada de consciência" (há muito tempo que a consciência como saber está adquirida pelas massas e que a consciência como sujeito está adquirida, está ocupada pela burguesia), mas para a destruição progressiva e a tomada do poder ao lado de todos aqueles que lutam por ela, e não na retaguarda, para esclarecê−los. Uma "teoria" é o sistema regional desta luta.”

Michel Foucault, Microfísica do Poder

Neste momento, concluímos que a mera denúncia não serve os lutadores pelo Bem Comum: mesmo denunciados, a corrupção e a gestão danosa continuam a aumentar… (assim como a imbecibilidade. Hoje, vi alguém defender que deter o poder executivo significa o poder de escolher os dirigentes da administração pública; significa mandar na administração pública  conforme os devaneios. Para quem não saiba o papel do executivo é o de fazer cumprir a lei, tal como escrito pela Legislatura e interpretado pelo sistema judicial.)

Os corruptos sentem-se seguros: têm mais 3 anos de mandato (pois aparentemente não há nenhum deputado da coligação com consciência social); os Cafofos que aí perduram vão provavelmente: ou pactuar com eles ou permitir a manutenção dos seus ilícitos ganhos; e, o sistema de Justiça vai manter-se cego. Em face do exposto, não há razão nenhuma para não continuar a roubar… ou aumentar os roubos.

Então, o que fazer?

Revolução? A esmagadora maioria dos indivíduos prefere sofrer e que os seus sejam roubados, a pactuar com que uma gota de sangue de corruptos seja derramada. (Mentalidade cristã ou pequeno burguesa, consoante o especto partidário em que se acredita)

Os trabalhadores da Justiça, individualmente apoiarão a Revolução, mas as organizações em que trabalham provavelmente continuarão a proteger os corruptos, e a perseguir os lutadores pelo Bem Comum. (A disciplina associada à mentalidade reinante tem destas coisas)

Desobediência civil? Para ter algum efeito é necessário invadir o aeroporto durante uma semana… mas isso são vários crimes… e Albuquerque de maneira nenhuma irá se demitir... pois se se demitir irá se desgraçar.

Numa Região em que metade do PIB é controlado pelo GR, pedir a desobediência civil é pedir que os cidadãos se auto-desgracem.

Mesmo assim, se os manifestantes tiverem sucesso terão o problema dos Cafofos.

Forçar eleições? Imaginemos que consegue-se afastar permanentemente Albuquerque ou Barreto da política para quebrar a coligação. Há novas eleições… e depois aparece o candidato do PSD, do CDS… e os Cafofos… pelo que tudo continuará na mesma.

Conclusão, o problema é o Mestre do Reiki. Basta imaginar o “Câncio” na posição de líder da Oposição. Os corruptos teriam algo que temer? Os líderes do sistema de justiça iriam continuar a agir sem receios? Os deputados da coligação que não se rebelassem teriam algum medo devido a serem coniventes com a gestão danosa do GR? As coisas mudariam com a eleição para presidente do GR do líder da Oposição?

Na minha opinião, o sangue já está a ser derramado: o nosso, o das pessoas de bem. Prefiro derramar o dos corruptos.

Eu, O Santo