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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020




DEFESA DA ZONA VELHA




Intervenção de Carla Baptista
de Freitas (CDS) quarta-feira na AMF





Sobre o “Debate Específico sobre Deveres de Preservação e Defesa da Zona Velha da Cidade do Funchal”, requerido pela ‘Representação da CDU’, na Assembleia Municipal do Funchal, o Grupo Municipal do CDS PP reconhece a pertinência do mesmo e a necessidade de se escrutinar a ação da autarquia nesta matéria, sem preconceitos, com críticas construtivas e sempre no sentido de fazer parte das soluções. Para nós, este debate não é uma opção, é uma obrigação moral e política. 
Devemos recentrar algumas prioridades de investimento. Não basta anunciá-las. São necessárias respostas globais e aglomeradoras. Que reúnam as forças vivas desta zona nobre e histórica da cidade. Ouvir as famílias que lá vivem, ou sobrevivem. Os arrendatários e os proprietários. Os comerciantes e os consumidores. Os investidores. Os trabalhadores. A Zona Velha da Cidade do Funchal é um organismo vivo. Tem características próprias. Problemas antigos que devemos corrigir. Não a queremos ver transformada num museu. Vazia, sem gente. 
É necessário associar a estas caraterísticas soluções pensadas e trabalhadas à medida: promover um sistema de mobilidade urbana sustentável, com vista à melhoria do ambiente urbano e da revitalização desta Zona Histórica da nossa cidade. A reabilitação não é nem deve ser reconstrução. A reabilitação e regeneração física deve ser integral. Não deve ficar pelas R/C dos prédios. A reabilitação económica e social deve ser aprofundada. Só assim podemos falar de um desenvolvimento urbano sustentável. 
É preciso pensar verdadeiramente a cidade. A Zona Histórica da Cidade. 
Para além de todas as questões de defesa e proteção cultural, patrimonial e arquitetónica aqui apresentadas, o CDS PP reafirma a importância de se concretizarem medidas e políticas ativas que possam dar respostas aos problemas que afetam o coração da nossa Zona Histórica da Cidade do Funchal, nomeadamente no campo social. A habitação, ou a falta dela, deve ser encarada com o rigor e a honestidade que tanto apregoamos nesta casa. 
É importante que sejam criadas condições para que os custos com uma habitação, adequada e permanente, sejam comportáveis para os orçamentos das famílias. É imperioso que se concretizem os princípios orientadores da ‘Nova Geração de Políticas de Habitação’, de acordo com as particularidades e carências do nosso município. 
Ao longo dos últimos anos, o CDS PP tem-se debatido pela promoção de soluções de habitação condignas e sempre se disponibilizou para cooperar em ações com vista à concretização de objetivos comuns. 
O CDS PP sabe que as carências habitacionais da cidade do Funchal são um problema antigo e uma promessa difícil de resolver e de cumprir. De acordo com o levantamento elaborado no âmbito do último PDM (2018), estamos a falar de cerca de 3700 famílias (não são 3700 pessoas singulares, são 3700 agregados familiares) que procuram resposta para o seu problema de habitação, o que para nós, CDS PP, constitui uma grande preocupação, um grande problema. Para solucioná-lo, é preciso criar e estabelecer pontes. 
Pontes que resolvam os problemas das pessoas, que secundarizem a falta de uma política e visão conjunta. 
A prioridade e o foco deve ser sempre as pessoas e as suas famílias, e são por elas que o CDS PP reclama a ausência dessas pontes que, no nosso entender, são tão necessárias para assegurar a preservação e a defesa da Zona Velha da Cidade do Funchal, que só pelo facto de ser ‘velha’ já merece todo o nosso tempo, todo o nosso empenho e respeito. 
É preciso medir a nossa Zona Velha da Cidade. Garantir a mobilidade de pessoas e veículos, ordenar o estacionamento caótico, sobretudo na rua principal deste núcleo histórico, a Rua de Santa Maria; promover a integração social, a estabilidade e a equidade; a segurança – um bem precioso, apreciado por todos nós, e elogiado pelos que nos visitam; garantir a diversidade sociocultural, a multiculturalidade, por forma a evitarmos os fenómenos de segregação e de exclusão social. Estes, entre outros já hoje aqui enunciados, devem ser o nosso foco. A nossa prioridade. 
Para terminar, gostaria de lembrar que no próximo mês de março, no dia 28, comemora-se o Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses. Esta data poderia e deveria constituir uma oportunidade acrescida para a divulgação e promoção de ações concretas por parte do nosso executivo camarário pela preservação e defesa da Zona Velha da Cidade do Funchal – como, por exemplo, o anúncio da conclusão do Plano Prévio de Intervenção do Centro Histórico de Santa Maria Maior, anunciado no Dn M de hoje, ou ainda (aqui também com o voto do CDS PP), a implementação do ‘Habita+’, Programa de Arrendamento Jovem específico que será proposto pelo grupo municipal do PSD. 
Com disse inicialmente, este debate não é para nós, CDS PP, uma opção, é uma obrigação moral e política. É pelos deveres de preservação e defesa da Zona Velha da Cidade do Funchal, aquela que tão bem acolheu o nosso primeiro povoado. 
É por ela que estamos cá todos, hoje. Podem, por isso, contar com o CDS PP.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma das soluções para tornar a zona velha como zona de habitação, passa por fazer o que em diversas cidades europeias foi feito.
Dou apenas um exemplo. Na cidade de Valletta em Malta, cidade turistica por excelência, essa é uma realidade durante o dia.
De noite não há restaurante e bares para turistas.
Isto é. Os turistas usufruem da cidade durante o dia, mas a partir da 17.00 a cidade é para os residentes.
Esta é uma solução. Porque evidentemente ninguém quer viver num local que tem barulho e muita gente nas horas de descanso.

Anónimo disse...

Tou admirado desta vez o PTP não publicou nenhum comunicado.