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terça-feira, 6 de março de 2012

Bola para o "sarrame"

Marítimo segura raízes
no Almirante Reis


Carlos Pereira conversa com figuras maritimistas na sacada onde os heróis de África foram aclamados pelos sócios verde-rubros depois da digressão de 1950. O mesmo aconteceria com Ângelo (ao lado do presidente na foto) nos anos 60 e 70, depois das triunfais viagens aos Estados Unidos e Venezuela.
O presidente do Marítimo recebeu esta tarde um grupo de antigos jogadores do clube na histórica sede localizada no 17 da Rua D. Carlos I. Carlos Pereira deu conta aos futebolistas de outras eras da sua determinação quanto a conservar firmes as raízes da centenária colectividade verde-rubra na zona velha da cidade, onde o CSM nasceu em Setembro de 1910.
Emanuel de Freitas, Ângelo, António João, Vasco e Chico foram alguns dos antigos atletas que participaram na visita, trocando episódios antigos vividos na sala do bilhar, na sacada, na secretaria, no bar, no quarto acanhado do equipamento onde o massagista e roupeiro Francisco Silva soprava aos treinadores virtudes ou defeitos dos convocados, consoante os queria como titulares ou no banco dos suplentes. Na velha sala da Direcção, hoje depósito de valiosos documentos "mortos", foi Carlos Pereira quem contou um interessante caso, passado numa reunião polémica onde se tratava da contratação de um futebolista estrangeiro, e com os adeptos na rua tentando condicionar a decisão dos dirigentes.
João Carlos Abreu não se conforma com a inactividade em
que mergulhou o Museu do Marítimo. Carlos Pereira também quer
resolver o problema. Na foto, ainda, Anacleto, Emanuel e António João.
Quem acompanhou a visita foi também o antigo secretário regional do Turismo e Cultura João Carlos Abreu, que há 40 anos lançou a sua zona velha do Funchal para uma nova vida, comercial e cultural. E ainda hoje, passados largos anos de governação, mantém o Almirante Reis envolto em animação diária de restaurantes e bares, actividades culturais com destaque para a pintura e a música, e fins-de-semana frenéticos ao gosto da juventude madeirense.João Carlos Abreu coincidiu com o presidente Carlos Pereira na urgência de reabrir a madeirenses e turistas o Museu do Marítimo, já nas bem tratadas instalações do clube a oeste da Rua da Boa Viagem,  tanto pelo património ali reunido como pelo significado histórico dos troféus à espera de recolocação. O museu servirá para reanimar o fervor clubístico dos madeirenses que gostam de desporto, dos quais uma parte esmagadora simpatiza com o velho clube.
Hoje sediado oficialmente nas instalações do complexo da Imaculada, o Marítimo deverá continuar com o coração na Zona Velha. A recuperação está dependente da conjuntura financeira, de momento em estado crítico mas que um dia terá de arejar.

Um centro de mística com antigos atletas

O gosto de Carlos Pereira seria disponibilizar a história sede no n.º 17 aos antigos jogadores maritimistas, para que façam dela um facho onde a mística verde-rubra ganhe alento e persista pelo tempo fora. Nesse sentido, nada como avançar com ideias que possam gerar receitas e a auto-sustentação do projecto avançado pelo presidente, que mereceu total acolhimento dos jogadores convidados para a emocionante visita.
Na sala de troféus de momento desactivada, Carlos Pereira posa com
os antigos jogadores Emanuel, António João, Vasco, Ângelo e Chico, todos
eles com parte no impressionante património que o mais breve possível voltará ao público.

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