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segunda-feira, 1 de abril de 2019




1 de Abril 2019





Maré de azar


O primeiro-ministro anda com azar ultimamente no que se refere à militância socialista feminina.
Há pouco tempo, foi Gabriela Canavilhas a queixar-se em público das suas desilusões no interior do partido do Rato, com agravamento no verdadeiro bàs-fond que foi encontrar na própria Assembleia da República e como vereadora PS na Câmara de Cascais. Tudo junto, a desolada Gabriela, açoriana por adopção e antiga ministra da Cultura, despediu-se dos enigmáticos meandros políticos. Não se sentia confortável num ambiente socialista governado por interesses mercantilistas, segundo revelou.


Agora é Ana Benavente, secretária de Estado da Educação nos governos de Guterres, a contar ao 'Sol' por que bate com a porta do Partido Socialista atrás de si. O seu descontentamento começou no tempo de Sócrates, mas só agora formaliza o adeus a um partido "comprometido com o mercado e com o pior que tem o capitalismo".

Sem esquecer os problemas que teve com as mulheres ao constituir a lista para as europeias, por causa do suposto assédio laboral da eurodeputada Maria João Rodrigues e da 'encomenda' de candidatar uma deputada da Madeira que nunca viu mais gorda, Costa vê bater-lhe novo problema à porta. Leonor Antunes, escolhida por dois ministros como enviada oficial portuguesa à Bienal de Veneza, escandaliza os 'mentideros' ao decidir que no certame só representará a esquerda nacional. O endiabrado 'O Diabo' chama-lhe "artista, elitista e oportunista", acrescentando que ela, Leonor, recebe o subsídio oficial de 40 mil euros na sua totalidade, apesar de os impostos serem pagos pela esquerda, mas também pela direita.

O caso pode complicar ainda mais a vida ao Dr. António Costa, mas também pode servir-lhe de argumento para encostar de uma vez a direita mais para a direita e assumir uma governação abertamente de braço dado com Catarina e Jerónimo - em vez das meias tintas que tanto desagradam às Canavilhas e às Leonores.
De resto, António Costa podia estar livre das acusações de 'pau de dois bicos', se prestasse mais atenção ao que fazem os seus camaradas da Madeira. Ele mesmo já conhece os bofes de Cafofo, porque de vez em quando apanha com o tradicional murro em cima da sua secretária, lá em S. Bento.
Depois, é ver o tratamento 'pão-pão, queijo-queijo' que o futuro presidente das Angústias (não se esqueçam que dia é hoje) dá ao mercado desenfreado e ao capitalismo selvagem que gostam de imperar cá na Tabanca. O grupo 'AFA Fecha-Vias' pode explicar ao pormenor o que tem sofrido com o Profe Pára-quedista. O pobre do Avelino tem sido obrigado a indicar que ruas quer ver fechadas à volta da ex-Insular de Moinhos; a elaborar relatórios diários durante os rescaldos dos incêndios; a continuar com obras apenas no sector poente do Savoy quando Cafofo lhe embarga o lado nascente, aliás de acordo com o plano arquitectónico do empreendimento.

Há também o famigerado caso da Etar. Um grupo hoteleiro, só porque é importante, exigia ter ali o esgoto à mão de semear, junto do seu hotel, para poder fazer os despejos praticamente sem mexer uma palha. Mas Cafofo deu mais um murro na mesa: 'Isso é que era bom! Eu gasto o dinheiro que for preciso dos bananas dos contribuintes, mas a porcaria vai toda para o Lazareto!'

Com esta maioria vereadora, ninguém se governa, seja rico ou seja pobre. É tudo Pelas PSoas. Era bom que António Costa viesse cá mais vezes, mas para ver as coisas como deve ser, e aprender com quem queimou as pestanas a estudar teoria açoriana, e não apenas para almoçaradas na Doca do Cavacas e no Só Espeto. 
Se Costa não aprende com quem sabe, daqui a dias até os quadros masculinos começam a debandar. 
Os Ministérios estão constituídos à luz de uma lógica familiar, mas às vezes os da família são os piores.

3 comentários:

O fantasma que os vai meter na ordem disse...

Amigo Calisto espanta-me que ainda não tenha abordado -eu percebo o incómodo - o facto do DN e do JM estarem transformados hoje em agentes de viagens e promotores de deslocações do poder. Esta colagem ao poder rende mais de 500 mil euros anuais a cada um deles. Será verdade? O DN organiza a ida do autarca de camara de lobos a Jersey não se sabe fazer o quê e já tem o Miguel Albuquerque em agenda, uma vez mais em Londres (quantas vezes lá foi?). O JM mais ambicioso e devido aos interesses imobiliários dos seus donos vai ao Brasil promover o Salão Imobiliário da Madeira. Veja só. No Brasil???? Alguém compra o quê na Madeira? Será que o sr. Calado foi ajudar a vender os apartamentos do seu patrão da AFA a construir na estrada monumental? Que garantias de insenção e idoneidade dão estes dois jornalecos transformados em agentes de viagens? E os seus escribas transformados em fotografo se filmadores das excursões que depois rendem 50, 70 ou 80 mil euros cada uma delas?

Anónimo disse...

Ilustre jornalista Luis Calisto, diga-me por favor o seguinte: quem é esta senhora que o dr.Pedro Ramos contratou para assessora de imprensa da Saúde? A senhora nunca foi jornalista na vida, foi contratada pelo sr. Sergio Marques quando era funcionária de um ginásio no Funchal (li no Funchal Notícia), foi empratelada pelo secretário Amilcar nas obras por falta de competencia da senhora e agora ressuscita como assessora de imprensa segundo o Funchal Notícias - na pasta que mais vai estar debaixo de foto neste ano eleitoral e que mais fragilidades enfrenta. Afinal sr. Calisto, que atributos são necessários? Eu pensava na minha ingenuidade ignorante que para ser assessor de imprensa era preciso ter sido ou ser jornalista. Pelo menos isso. Pelos vistos nalguns casos, nem tanto... Será que nos intervalos das minhas vendas de seguros eu poderia fazer uma perninha como apresentador na RTP-Madeira? Vendia mais e tinha mais clientes. Será que posso?

Anónimo disse...

Das 18.32,
Estou de acordo, embora não conheça a senhora, que pode ter méritos na matéria, por mim desconhecidos.
Mas, se não for o caso, é suicídio. Porque esta é a secretaria mais sensível, e que para além de exigir muita diplomacia, exige também elevados conhecimentos da área da saúde.
Aguardemos, mas reconheça-se que, assessorias de imprensa deste governo, não têm sido muito felizes, e não têm acertado o passo.