Powered By Blogger

sábado, 6 de abril de 2019




6 de Abril 2019




Primos afastados
- os mais perigosos



O País e a Madeira continuam obcecados pela história dos primos metidos a martelo em governos e câmaras, mesmo que haja primos afastados a tentar esconder o regabofe da tacharia nacional e regional.
António Costa reagiu inicialmente à 'escandaleira' dizendo que se trataria de uma coincidência ou outra. Mas o escândalo tomou as proporções de um incêndio de Pedrógão e o 'bombeiro' Marcelo teve de saltar a terreiro para deitar água na fervura. Mas necessariamente com medidas drásticas.
Quais sejam umas novas leis que impeçam a pouca-vergonha de os eleitos atafulharem a máquina estatal de primos, primas, maridos, mulheres, filhas, tios e tias - e até sogras, como no caso da Câmara do Funchal.   
O Presidente da República, mesmo interpretando aquele papel de 'Avô Cantigas' que se contenta com abraços, beijos e selfies a meio da multidão, não aguentou a pressão e já disse que a nova legislação tem de avançar rapidamente para que os próximos governos lidem nas suas funções sem que a imprensa de vez em quando publique os álbuns de família que temos visto com este governo do nosso Primeiro e com esta Câmara funchalense do Profe Mentiras.
Marcelo não aceita, pois, a teoria de que ninguém deve falar no assunto porque antigamente se fez igual. E é verdade que se fez igual. Ou melhor, antigamente, no caso da Madeira, não se fez igual, fez-se pior. A ponto de já ninguém achar estranho que a secretária do secretário regional fosse mulher do próprio secretário. Mas acontece que muita gente votou diferente porque os novos projectos prometeram acabar com os tiques asfixiantes e possessivos do passado recente. 
Se os erros do passado são justificação razoável para as falcatruas dos oportunistas de hoje, vou ali e já venho.
Só falta os trogloditas da Madeira Nova dizerem que os seus compadrios foram justificados pela situação ante-25 de Abril de 1974, quando imperavam os padrinhos e as cunhas - desde que o artista não se esquecesse de se fardar de MP e  da inscrição na Legião e na UN. Qual a diferença?
O escândalo dos primos e primas está à vista. O Estado parece disposto a pôr-lhe cobro. Mas o pior são os primos afastados, acredite o Leitor. Aqueles que o pessoal julga distantes dos esquemas mas que, aproveitando a imagem de insuspeitos, praticam ilegalidades diariamente em conluios proporcionados por ligações perigosas que os mais antigos conhecem de ginjeira. São primos colocados em lugares nevrálgicos da sociedade a manipular o jogo mediante as instruções diárias dos primos colocados noutras esferas de influência, os tais eleitos que decidem o valor das prebendas que cabem aos primos afastados. Os que chegaram aonde chegaram trepando pelo cano do esgoto acima.
É outro capítulo da história.
O conhecido jornalista João Marcelino deu ao seu artigo de opinião no 'Jornal Económico' de sexta-feira o título de "Todos Primos", abordando o clima de demissões criado no governo de Costa por causa da primalhada. Mas do próprio jornal em que escreve Marcelino emergiu uma coincidência que também cheira a dedo de primo afastado, logo muito perigoso. 
O jornalista Emanuel Bento escreveu durante 15 meses artigos de opinião nas edições em papel e electrónica do JE. Sempre a zurzir sem dó nem piedade a política do presidente da CMF Paulo Cafofo, com quem trabalhou no plano de assessoria de imprensa antes da incompatibilização entre ambos. Aquilo era cada artigo, cada lavagem de criar bicho no pobre do autarca também candidato às Angústias. E claro que as relações entre a Câmara cafofa e o jornal em questão não eram as melhores.
Felizmente, os ares tornaram-se frescos. Surpreendentemente, essas relações melhoraram como do dia para a noite. Ainda nesta última sexta-feira, houve fórum económico no Funchal com representantes do Económico e da edilidade. Uma parceria impensável há poucas semanas. Foram 30 mil a arder para duas ou três horas de paleio sobre tretas sem o menor efeito? Qual o problema?! Se o PS está falido, há sempre um saco azul ou a pequena ajuda de um tubarão económico para selar a nova amizade.
É interessante ver também as transformações editoriais nos números regionais do JE. Como a de sexta-feira. Um festival de Cafofo, Câmara Municipal e PS dos PSoas.
Como se deu então esta aproximação inesperada quando o jornal já levava 15 meses a malhar no Cafofo, pelo teclado de Bento?
Boa pergunta. Eu também quis saber. Procurei o meu companheiro Emanuel Bento e ele assegurou-me nada saber do fenómeno, que presumo engendrado por primos afastados.
Acredito na palavra de Bento: ele não deve saber mesmo. Está afastado das andanças desde Fevereiro, mês em que recebeu um e-mail a dispensá-lo de colunista do jornal.

4 comentários:

Anónimo disse...

E passam-se horas e dias a discutir algo que deveria ser inerente à função de representante do povo e entretanto o país continua a caminho do abismo.

Num país dito civilizado e com o mínimo de ética qualquer um dos casos vindos a publico nos últimos meses (viagens, presenças, familiares, etc...) daria azo a que os ditos representantes do povo pedissem para serem libertados das suas funções.

Tragicamente para o país, o resultado tem sido os políticos a apontarem o dedo mutuamente e o povo a formar claque enquanto é sempre prejudicado.

E depois vem o sr. presidente exigir leis, quando devia exigir cabeças, pois o comportamento dos representantes do povo devia regular-se pela ética e a moral, não por leis.

Anónimo disse...

Esse tipo de comportamento, seguindo regras de ética e moral, não é prática corrente entre países latinos do sul da Europa, nem das recentes democracias de leste.
É coisa anglo-sexónica, da Europa do norte, ou da Escandinávia.
Entre nós é uma raridade tomadas de posição individuais que não sejam por obrigação partidária.

Anónimo disse...

Até a SOGRA fogo não tem mesmo vergonha este CafofO,

Anónimo disse...

Já agora meta as sogras do Iglesias do Miguel Gouveia do Caldeira do Sergio Abreu do Pedro Vieira da Sara cerdas entre outras mais,...