Hoje
como em Abril de 1931
Os
novos 'bufos de Lisboa'
Tudo começou dois meses antes, em Fevereiro, com a Revolução da Farinha. Só então alguns traidores provaram o endireita-gibas do povo. |
Faz hoje 88 anos que militares continentais e ilhéus, adversários da ditadura nacional, desencadearam um golpe no Funchal implantando um governo democrático, desde a primeira hora apoiado entusiasticamente pelas massas populares madeirenses.
Perante a cobardia dos pseudo-oposicionistas do regime que se haviam comprometido tomar idênticas medidas nos Açores e no Continente, os revoltosos genuínos ficaram sozinhos na Madeira a resistir às forças nacionalistas fiéis ao regime lisboeta, onde despontava o futuro tirano Oliveira Salazar.
Curiosamente, foi um madeirense, Gabriel Pereira, oficial da Marinha, a se assumir na Guiné a favor do golpe democrático.
Um mês depois de escaramuças na costa litoral sul da Madeira, com cerco montado pela conhecida 'esquadra do bacalhau' ou do 'carapau', as tropas revolucionárias renderam-se para evitar um banho de sangue envolvendo a população. Gabriel Pereira foi preso em Bissau.
Os traidores fascistas que não haviam aderido à Revolta, mantendo-se curvados ante Salazar, foram então premiados com mais de 40 anos de posições cimeiras na Madeira, o prémio de terem entregado, uma a uma, as figuras da Revolução, então enviadas para o exílio africano.
A pequena Ilha perdeu a batalha em 1931, como não podia deixar de ser, do ponto de vista militar. Os seus patrióticos intérpretes pagaram a ousadia, mas, apesar de reprimidos durante décadas pelos comissários de Lisboa cá na sua própria terra, jamais aceitaram a reintegração nas forças militares fascistas do Botas de Santa Comba Dão. Oficiais acusados de perigosos comunistas, expulsos do Exército, que viveram pobres, com as suas famílias, impedidos de aceder a cargos públicos e a trabalho nas empresas do regime. Não vergaram.
Como não se espantariam aqueles nossos inesquecíveis heróis caso soubessem que, se por algum motivo a Madeira tivesse de se rebelar hoje, não faltariam dezenas e dezenas de vendidos a Lisboa para entregar os verdadeiros madeirenses e democratas!
Esses potenciais traidores andam aí bem à vista, ostentando a sua subserviência aos chefões da Castela 2. Os invertebrados!
As minhas eternas homenagens aos revolucionários de 1931, na figura do Presidente da Junta Governativa General Sousa Dias.
9 comentários:
Como dizia Salazar:
Somos únicos e já ninguém nos liga. Agora temos de ir e em força para Lisboa porque os nossos filhos já lá foram estudar nas Universidades Cubanas. Só que hoje ainda teremos atualizações dos tempos modernos do Miguel Vasconcelos.
Calisto, invertebrados e subservientes a Lisboa sempre os houve, não entendo esse alarmismo recente.
O que vamos defender?
- a Autonomia? Entregue em 2012 com o PAEF
- o CINM? Queremos desafiar Bruxelas? E depois lá vem o OLAF a remexer em tudo. Ora, boa ideia
- o status quo dos madeirenses? Raios, sao sempre os mesmos a lucrar. E os que esperam também tem os mesmos vicios.
Mário Centeno o CR7 das Finanças apoia e defende o CINM.
O perigo da perca, daquilo que resta da autonomia, é um perigo real, tendo em conta os subservientes e invertebrados agachados a Lisboa terem tomado conta do PS-M.
Por isso os madeirenses devem estar atentos, e dar a resposta mais eficaz em setembro.
Hoje qualquer um é estoriador! Falam numa resistência de um mês quando simplesmente esse era o tempo necessário para fazer o trajeto de barco para cá vir repor a ordem. Celebram a coragem dos madeirenses quando a revolta foi feita por continentais cá exilados. Insinuam que a atual geração no poder é filha desses supostos madeirenses heroicos quando é exatamente o contrário. Insinuam que o madeirense comum estava de alma e coração com a revolta quando o único papel que teve foi o de saquear a farinha para proveito próprio. Fazem crer que os madeirenses enfrentaram um grande perigo mas depois apelidam esses adversários de "esquadra do carapau". Todos os regimes criam heróis que nunca existiram para assim se credibilizarem e mais facilmente esmagarem os "heróis" do tempo presente que mais tarde serão celebrados com o mesmo objetivo. Entretanto, o Calisto que supostamente é um homem inteligente vai servindo de caixa de ressonância para estes fenómenos!
A maioria das elites que agora tentam mitificar esta revolta, para assim tirarem proveito político no presente, provavelmente são netos dos denunciantes que colaboraram depois com as forças da repressão e da PIDE.
Revolta DA Madeira ou revolta NA Madeira?!
Os revoltosos nem madeirenses eram.
Em 1931 defendiam a Democracia quando praticamente desconheciam o conceito?!
Em 1931 opunham-se ao Estado Novo quando nem Estado Novo existia!
Só faltava falar numa resistência heroica de um mês quando esse seria o tempo necessário para o Estado enviar forças para a Madeira de barco.
Se alguns madeirenses participaram foi a saquear a farinha…
Celebram os heróis do passado para mais facilmente reprimirem os potenciais heróis do presente.
1 - A Revolta da Madeira foi feita essencialmente por continentais que foram para cá enviados exilados, após o 28 de Maio de 1926!
2 - Os maiores traidores dos madeirenses são os próprios madeirenses, habituados a criticar à boca pequena e no anonimato mas a bajular pela frente os poderosos.
3 - Essa de ir buscar o inimigo externo para desviar as culpas da porcaria do que aqui se decide mal, deu frutos desde 1974.
4 - A História deve servir para aprendermos a não cair nos mesmos erros, embora há quem passe a vida a distorcê-la para defender o indefensável.
5 - É pena que com a sua responsabilidade, de vez em quando lhe escorregue o chinelo para apetites ou simpatias flamistas.
6 - A MADEIRA É PORTUGAL!
7 - Os nascidos na Madeira SÃO PORTUGUESES!
Excelente reflexão, Luís Calisto. Oportuna, didática. Um farol para os nossos tempos. E porque te sei um autonomista autêntico e um madeirense dos quatro costados, era de imprimir esta tua reflexão em milhares de papelinhos e fazê-la circular por todo este chão insular. Abraço.
Há por aqui uma verdade escrita.
Os piores traidores dos madeirenses são os próprios madeirenses.
Salva-se o Iglesias, porque esse não é madeirense.
Do resto da camarilha, não se aproveita um. Só querem tachos, e a vergonha das nomeações familiares é tal, que até conseguiram que a revista que a denuncia não fosse distribuída na Madeira, com o conluio do DN, proprietário da empresa que faz a distribuição.
Uns traidores à Madeira, de quem o povo não se esquecerá.
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