Até Setembro

Cafofo de freguesia em freguesia
Por essas freguesias da Madeira estão avisados os guias de opinião de que receberão dentro em pouco a visita do auto-proclamado "candidato a presidente do governo". Uma vez perdido o palco da Câmara do Funchal, Paulo Cafofo confirma o que já aventou em tempos: uma série intensa de contactos com a sociedade madeirense, concelho a concelho, freguesia a freguesia, sítio a sítio.

Boa opção. É nos ambientes de conversas de circunstância com abraços e beijos que o professor melhor se sente. Onde exerce uma campanha mais eficaz sem necessidade de exposição a comícios em palco e oratórias na televisão, cenários próprios para outros que, em muitos casos, se apagam no contacto directo com aqueles que votam.

Cafofo apressou a saída da Câmara

O ex-presidente da Câmara da capital tinha agendado um almoço com os trabalhadores do Departamento de Ambiente para 9 deste mês. Ou seja: o convívio foi marcado para depois das eleições de 26 de Maio e poderia fazer parte de uma via-sacra de operações de charme junto de quem vota, aproveitando a embalagem da esperada vitória nas europeias e com os olhos em Setembro. 
Acontece que não aconteceu. Não aconteceu vitória da facção pró-Lisboa do antigo PS. Bem pelo contrário. E é quando Cafofo encena uma despedida no átrio da Câmara de fazer chorar as pedras da calçada. A imaginação de alguns presentes fê-los ver a Leda e o Cisne agarrados um ao outro de lágrima ao canto do olho.
Depreende-se que o nosso eterno Mayor não contava com tal abada no 26 de Maio, muito menos por 10-0.
Cafofo partiu e o almoço no Ambiente ficou assim, suspenso. O novo presidente, com o caldinho a sobrar para ele, já mandou adiar duas semanas. Almoçar, sim, mas primeiro respirar.  

Cafofo deixa marca no caso Frente Mar
Como se sabe, o JPP apresentou proposta, em Fevereiro, no sentido de uma auditoria à enigmática empresa municipal Frente Mar. Que foi aprovada. A que se seguiu outra proposta de criação de uma comissão de acompanhamento da referida auditoria.
Antes de abandonar a câmara, mas já depois das europeias, Paulo Cafofo enviou um ofício ao presidente da Assembleia Municipal a perguntar isto e mais aquilo acerca da legitimidade da comissão de acompanhamento.
Pergunta-nos um deputado municipal a respeito do 'engonhanço' de Cafofo quando se trata de pôr a nu o caso da Frente Mar: por que será?

Albuquerque: não há fome que não dê em fartura
Os laranjas da Tabanca muito se têm queixado - nalguns casos com razão - das alianças entre a comunicação social e a linha cafofista pró-Lisboa. Mas deixem estar que nos últimos tempos, coincidindo com a vitória local do PSD nas europeias, aquilo é um fartar vilanagem nos noticiários da RTP. Governo de cima a baixo, Albuquerque para aqui e para ali, secretário para acolá, PSD mais além... Tudo no mesmo TJ. A continuar assim, apanhamos uma indigestão de laranjas até ao Chão da Lagoa!
Não há miséria que... 

E volta a Cafofo
Temos hoje mais uma ementa do dia enquadrada no curioso sistema montado há mais tempo. Cafofo falou na televisão sobre a compra que vai fazer de um hospital privado por 75 milhões, provocando um terramoto na opinião pública. Um dos jornais apareceu ontem com uma lengalenga a retirar peso à doidice do canditato. E hoje aparece outro jornal a branquear de vez o assunto. Afinal, os 75 milhões não são apenas para o hospital, mas também para acabar de vez com a lista de espera das cirurgias, para distribuir chuchas na maternidade hospitalar e gratificar os homens das limpezas eventuais.
O candidato que tem dito que os madeirenses não podem esperar mais por uma boa Saúde, exigindo soluções imediatas ao governo regional, agora diz que atenção, não vou resolver isto num só mandato. Mas também não diz que resolve em dois. Se tiver sorte de ainda estar a governar em 2050, não estará em falta com a promessa. Ele só disse que não o faria num só mandato.
Já nos acostumámos: com Cafofo, é uma manchete a anunciar, outra manchete a explicar melhor e outra manchete a dizer que as pessoas leram mal.