Récita melhorou
Os trabalhos da primeira sessão da manhã do debate orçamental melhoraram de repente, face aos negros pressentimentos que me assaltaram preliminarmente. Tudo começou com o final do discurso de Ventura Garcês, de uma deprimência de contornos perigosos. Dois pontos fortes ao mesmo tempo: o términus da gaguejada do secretário das Finanças e sequente abandono da sala por sua ex.ª o "rei das Angústias", decisão tomada do alto da superioridade do Único Importante, que não lhe permite ficar a ouvir a oposição, e que veio desanuviar a olhos vistos e tornar mais salutar o ambiente na casa da democracia.
Ficaram algumas caras novas para equilibrar outras já fossilizadas naquele desgraçado hemiciclo. O secretário desatou a tomar notas de perguntas incómodas colocadas por deputados oposicionistas, com destaque para Carlos Pereira, que perguntou objectivamente se o governo se vai demitir, se o orçamento falhar. Saliência sobretudo para Rubina Sequeira, que com a sua mordacidade peculiar silenciou literalmente o desordeiro parlamento; provocou um incómodo vermelhão nas faces do director de Finanças João Machado (estava na bancada do público), por causa de um processo sobre branqueamentos; e estragou o café do intervalo a Ventura Garcês, acusado de mentiroso pela deputada PND.
...Mas Ventura Garcês já está outra vez a debitar respostas e duvida-se que a turma de estudantes há pouco sentada na galeria reservada ao público aguente até ao almoço.
Sem comentários:
Enviar um comentário