Morreu uma democrata
no Dia da Mulher
Há um par de anos, a Dra Isabel Sena Lino deu-me a honra de uma entrevista onde em várias páginas do "Diário de Notícias" falou de si e da sua carreira multifacetada com a franqueza que todos lhe reconheciam. Experiências marcantes desde os seus tempos africanos até à vida reerguida na Madeira, depois da descolonização. Uma história de muito trabalho profissional na escola e de apaixonada entrega à política portuguesa e madeirense, deputada socialista que foi na Assembleia da República e na Assembleia Regional.
Democrata intransigente, foi uma lutadora incansável contra os atentados aos direitos das mulheres que se verificam com particular violência nesta Região. Várias foram as diligências que liderou nessa cruzada, muitas delas no âmbito partidário.
Além da visita em serviço jornalístico a casa do Engº Sena Lino, nome ligado à construção do Estádio Nacional e durante décadas o rosto do Porto do Funchal, cuja ampliação dirigiu com brilho profissional, tive também a honra de trabalhar lado a lado na Redacção do DN com a descendência Sena Lino, os filhos da Dra Isabel - Leonor e Luís, a quem dirijo condolências e um abraço incapaz de palavras.
Recordo-me com incontida emoção do espírito superior da Dra Isabel. Custa-me crer que jamais voltarei a sentir a força e o carinho que irradiavam da sua personalidade através de seu fascinante sorriso e das palavras encorajadoras.
Depois de tanto lutar pela igualdade, pela democracia, a Dra Isabel deixou-nos quinta-feira, 8 de Março. Dia em que devia estar a ser homenageada pelo muito que fez a favor das causas da mulher.
(Imagem Google)
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