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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Delírios da Madeira Nova

'OPERAÇÃO ALMIRANTE' E 'OPERAÇÃO CUBA LIVRE' ESTRANHAMENTE PARECIDAS NO 'MODUS OPERANDI'



Relatório oficial garante que o jantar de Albuquerque provocou 'alarme social' e assumiu contornos que podem configurar a prática criminosa de 'sequestro'


Teatro da 'Operação Almirante'.

Teatro da 'Operação Cuba Livre'.
  

'Fénix do Atlântico' teve acesso ao relatório final do inquérito ao jantar de Albuquerque de que o chefe do governo encarregou uma entidade isenta e independente: a jardinista Direcção de Administração Pública.
Já foi tudo enviado à tutela da Câmara do Funchal.





Relatório

"A equipa de investigação começa por sublinhar o descarado carácter provocatório da 'Operação Almirante', impressão forte que emerge espontaneamente do próprio nome republicano dado às diligências, em afrontoso contraponto com o rei das Angústias. Ou seja, utiliza-se maldosamente um símbolo da tresloucada I República, o Almirante Reis, para ofuscar a memória do rei D. Carlos I e o monarquismo regional há 36 anos alapado ao poder. 


Rua D. Carlos I-Almirante: as cúpulas do movimento municipal agiram intencionalmente para magoar o rei madeirense, apesar do sangue azul que também corre nas veias de Albuquerque.


Assim como o ataque do DCIAP incidiu no Campo da Barca, território encravado entre o Comando da PSP e o quartel da GNR, facto sublinhado logo depois pelo chefe do governo, o assalto municipal ao 'Almirante' ocorreu entre um posto avançado manifestamente hostil ao PPD...

...E um reduto da Madeira Velha, adverso ao clube único, localizado ao lado da 'loja Vitória' e povoado por especialistas em vaias e palavras de ordem hostis a quem faz obra pela sua terra.

Os investigadores da Administração Pública trataram de esvaziar desculpas esfarrapadas para o sugestivo facto da escolha do 'Almirante' para o assalto, como a de que o preço do jantar era mais em conta. Devidamente documentados, seguem exemplos de que, se o Jaquet tem os seus preços...

...E o 'Rival' podia criar equívocos por causa do nome, talvez inconveniente nas disputas intra-partidárias...

...Há nas redondezas do Almirante o 'Ginjinhas', para se tomar um copo, que no fundo era o objectivo, com custos acessíveis e sem ambiguidades políticas.
Assim como o 'Escadinha', na Rua da Boa Viagem.

Algumas pastelarias na Rua Latino Coelho também estavam disponíveis. Não era preciso um bolo de aniversário?


O 'Bar Torneira', ainda na Latino Coelho, tem horário alargado.

O mesmo com o '53' que o empresário Jorge Ferreira, ex-RDP e ex-'Las Vegas', acaba de lançar, portanto com preços para cativar fregueses - mau grado aquele enigma do '53', que se imagina como referência aos 47 deputados do parlamento regional e mais 'meia dúzia' de outros que tais bem instalados na vida. Assim: 47 mais meia dúzia igual a '53'.




Enigma por enigma, até existe ali à mão de semear o carismático 'Raiz Quadrada'.
Mas, voltando à misteriosa zona do Marcado, os cavalheiros da 'Operação Almirante' dispunham de muito por onde escolher. Se dizem ser gente do povo, já provaram a cidra nesta zona? Já puseram pé ou nem conhecem 'Os Aliados'?


Mais acima, seria só escolher.

Na Rua do Hospital Velho, 'A Bica' serve muito bem, a preços acessíveis. Come-se por 7 ou 8 euros. Mesmo os queques de Albuquerque supostamente passam dificuldades nesta época de crise...

Se queriam preço ainda mais em conta, certamente não argumentarão desconhecimento dos sítios na zona onde se bebe um copo com um dentinho substancial. Nunca amanheceram no Mercado, para concluir a 'directa'?

...Até porque, mesmo depois da mais tempestuosa noite, há sempre uma 'mão amiga', como na Latino Coelho.

Já agora, os municipais de Albuquerque podiam ir à sanduiche de carne de vinha de alhos, que faz a vez de jantar, com umas boas imperiais. Mas, o que é de louvar, a gerência da 'Cica' antecipou-se com obras, para ficar fora de confusões.




Então, em vez de bebidas pesadas, os comensais que se ficassem por umas tostas de queijo com presunto e um salutar batido, dirão outros. Conhecem a 'Chique'?


Mas não. Os rebeldes da Câmara preferiram, ao fim da tarde daquela fatídica quinta-feira, dia 3 de Maio, mandar cercar a zona num perímetro apertado à volta do objectivo, sito atrás da Casa da Luz.

Entraram pelo 'Almirante' dentro sem mandado, com o comandante da câmara e tudo. Ora: assim como, no caso da GNR, não se invade o ex-Equipamento Social de metralhadora e colete à prova de bala para apreender meia dúzia de disquetes, como muito bem protestou sua excelência, também não se enche um salão com militantes partidários artilhados de faca e outras armas brancas para deitar abaixo um inofensivo filete de espada e um copo de branco fresco.



Entrando na parte mais sensível deste relatório, informamos que pusemos em campo vários inspectores para surpreender, como ordenou grande chefe, as lojas maçónicas situadas à volta do teatro de operações de Miguel Albuquerque. A primeira pista, que apontava um suspeito objectivo à esquina Latino Coelho-Boa Viagem...

...Levou a investigação, de facto, a uns cavalheiros de 'avental'. Mas que trabalhavam num talho. Para dissimular o verdadeiro serviço do lóbi? Pista falsa?


Sem dar tréguas, os nosso especialistas localizaram depois uns sujeitos de avental na praça do peixe... e aproximaram-se, para identificar os potenciais maçónicos.

Mas logo repararam que se tratava dos homens que trabalham na banca de peixe do antigo futebolista Pedro.

Obviamente que os inspectores continuaram a vasculhar atentamente aquela praça. Na parte norte, Djalma controlava a situação, de faca em punho para descascar uma maçã. Sem avental...

No centro da praça pontuava Jané, um xavelhinha encarado como pessoa de confiança, apesar das suas simpatias pelo vermelho - Benfica e PS.

Na mesma ocasião, outra brigada desta Direcção actuava de surpresa numa loja que tinha sido denunciada como antro de uns sujeitos de avental. Infelizmente, não procederam tão de surpresa como o planeado: quando lá chegaram, deram com uma loja vazia. O relatório é inconclusivo, nesta parte.





De mais inquietante, foi detectada no Mercado uma informação assinada pela vereadora Rubina Leal, avisando que quem precisasse de alterar horários de funcionamento ou de outra autorização qualquer devia tratar directamente com a presidência da Câmara. Um apelo claro à adesão dos funcionários e negociantes do Mercado ao jantar de Albuquerque.




Notas finais

Não persistem dúvidas sobre o 'alarme social' causado pela 'operação Almirante', já que o fotógrafo do JM teve de registar 100 comensais um por um - maçada para ele, que tinha de esperar que eles não estivessem de boca cheia. E trabalheira extra para o exame que sua excelência tem de fazer à carinha de cada revolucionário.
Depois, foi preciso pôr gente da Jota a rondar o quartel da operação, a ver se quem chegava se intimidava e dava meia volta.
Quanto aos dados que possam configurar a prática de sequestro, esta Direcção soube que a gerência teve de ficar até ao fim do repasto para evitar a fuga de algum revolucionário sem pagar. Pior ainda foi para os cozinheiros, amarrados na cozinha por horas esquecidas, já que muitos dos convivas notoriamente não abasteciam devidamente o estômago havia uns dias. E também para os empregados de mesa, sequestrados até à meia-noite porque há sempre uns sujeitos teimosos quando tomam um copo - é mais uma para brindar a isto, é mais uma para a estrada, é a última, é a penúltima, e sabe-se que o relógio não pára.
Já no caso da 'Cuba Livre', a Direcção Regional de Administração entende não ter havido 'sequestro'. Se calhar teme receber também uma visita da GNR...


Como se disse no início, este relatório foi enviado à tutela da Câmara do Funchal. Mas, como afirmou Dr. Jardim relativamente ao relatório da 'Cuba Livre', este trabalho todo vai dar em nada. É o país que temos.


Confidencial só para a Quinta das Angústias:

Sr. presidente: gostaria que me confirmasse se a placa da imagem abaixo foi forjada pelos inimigos da Madeira ou se é genuína. Caso seja verdadeira, então andámos aqui a fazer figura de parvos e a trabalhar para o boneco, desculpe a franqueza.

Cumprimentos
O director regional


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