GIL ROSA CONTINUA NO ARCO DA DIRECÇÃO DA RTP-M, PRESUME-SE
Primeira reunião de Miguel Cunha com as redacções da RTP e da RDP trouxe algumas surpresas pouco entusiasmantes
Da reunião que o novo subdirector geral da RTP-Madeira teve esta quarta-feira com as redacções da televisão e da RDP-M, subsistiram algumas surpresas para alguns jornalistas que alimentavam naturais expectativas perante o que poderia mudar com a mexida na direcção da casa.
A primeira dessas surpresas é a manutenção de Gil Rosa na área da direcção, no cargo de adjunto. Ou não se percebeu bem ou...
Além da 'evolução na continuidade', aquilo que surpreende é a passagem de Gil Rosa para adjunto do novo titular do cargo de onde ele se demitiu, o de responsável pelos conteúdos da televisão e da rádio. Ou seja, o antigo correspondente da SIC no Funchal baixa de posto para coadjuvar aquele que ocupa na nova situação o lugar por ele próprio ocupado até aqui. Repetimos: ou há mal-entendido nisto ou o caso dá que pensar.
Alguns jornalistas acharam também estranho que tenha sido determinado o seguinte: na ausência dos chefes de informação da RDP e da RTP, respectivamente Filipe Ramos e Virgílio Nóbrega, não avança para os substituir alguém subordinado; desce, sim, o mesmo adjunto Gil Rosa para substituir os que estão abaixo dele.
O novo subdirector geral fez questão de sublinhar que o seu antecessor continuará com 'estatuto' na nova situação, adiantando que os profissionais da casa estiveram na base da demissão que Gil Rosa acabou por pedir. Crítica que desagradou pelo menos a alguns dos presentes na reunião, que não perceberam tal acusação.
Alguns também não gostaram de ouvir o que entenderam como um aviso: que em Portugal há muitos desempregados e na Madeira também...
Conhecemos suficientemente Miguel Cunha para reconhecermos que seria incapaz de ameaçar quem quer que seja, muito menos em termos de privar alguém do seu posto de trabalho. Ou se trata de má interpretação ou há imposições do liberalismo privado que tenta tomar conta do centro regional da RTP e cuja origem nos escapa, por enquanto.
Também ao contrário do que se esperava, não se percebe qualquer intenção de acabar com situações aberrantes da vida da RTP-Madeira. Ninguém ainda descortinou a intenção de acabar com a restrição de programação, actualmente nas escassas quatro horas diárias, nem com a repetição do Telejornal das 21, pouco tempo após o genérico final.
Para já, o que vislumbram os jornalistas da casa, pelo menos alguns, é uma única mudança na vida da casa: a entrada de Miguel Cunha para o arco dirigente.
Na reunião de ontem, não se percebeu qualquer intenção de avançar para um projecto que devolva rapidamente a importância perdida ingloriamente nos últimos anos.
A nova situãção tem dois, três dias. Poderia ter-se já manifestado um sinal da mudança precisa, é verdade. A reunião com os profissionais da informação da RDP e da RTP era boa ocasião para tranquilizar um pouco as hostes. Não aconteceu. Mas haja esperança.
O projecto e a microestruturada RTP-Açores já saíram em ordem de serviço do conselho de administração nacional - e não nos agrada nada, já agora, pela complexidade que devia ser simplicidade. Quanto à Madeira, resta esperar pela concretização da microestrutura e pelo anúncio do plano de actividades da estação.
Os trabalhadores anseiam por consolidar a posição da sua televisão/rádio junto dos madeirenses, que são quem pode defender a existência do centro perante as ameaças de Lisboa no sentido do seu encerramento.
Atenção, todavia, que em televisão o futuro é hoje.
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