Adivinhou quem ia jantar? Óbvio: Albuquerque e os seus apoiantes
100 MILITANTES DO PSD-M DESAFIAM JARDIM
O JM fotografou todos os presentes, um por um, para o rei apreciar; os telefonemas de intimidação aos inscritos foram chamadas perdidas; elementos da Jota rondaram o restaurante
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Os militantes social-democratas apresentaram-se de cara descoberta, mesmo com o piscar de olhos à esquerda que o lenço de Albuquerque pode significar. |
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Descontracção foi o que mais se viu naquele jantar. Os comensais estavam cientes de que as fotografias seriam publicadas? |
A esta hora da manhã de sexta-feira, sua excelência já deve ter dado ordens aos serviços secretos das Angústias para que lhe ponham rapidamente em cima da mesa o cadastro dos 100 militantes laranja presentes no jantar organizado para lançamento da candidatura de Miguel Albuquerque à liderança do PSD-Madeira. Demasiado tarde.
Como avisámos várias vezes por estes dias, a ementa revolucionária foi servida nesta quinta-feira à noite.
Enquanto chefe das Angústias se perdia nos remoques aos inimigos ameaçando ventos e trovões por altura do jantar de anos do 'João', agendado para 30 de Junho, nós alertávamos aqui, como fizemos uma semana inteira, para outro jantar bem mais perigoso do ponto de vista de sua excelência. Nada. O homem preferia prometer exílio aos correspondentes do 'Público' e do 'DN'-Lisboa e festejar com charuto e champanhe as medidas restritivas no DN-Madeira.
Pois bem: o jantar de quinta-feira perpetrou-se mesmo e num restaurante com nome sugestivo - 'Almirante', posto naval que Miguel Albuquerque se propõe disputar ao próprio grande chefe, rei das Angústias. Rei 'sem monarca nem roque', despromovido assim do pedestal de intocável e de quem todos tinham medo. Há 100 pelo menos que se riem das ameaças que ele vocifera do alto da quinta.
O jantar desta quinta-feira à noite, que reuniu miguelistas todos sorridentes, é um marco na política regional. É-o para a oposição, agora com novos dados em cima da mesa quando definir estratégias para derrubar o sistema implantado há mais de 30 anos. É-o para sua excelência o rei, para quem redobram as ameaças à eternização no poder.
Mal andou o Palácio das Angústias no trabalho de prevenção
Sua excelência 'borrifou-se' para os avisos que lhe enviámos deste modesto sítio. Ficou a mandar fumo do charuto para o bico das araras em vez de recuperar o Machadinho e pô-lo a descobrir 'em menos de um fósforo' quem se inscrevera para o jantar de apoio, arrasando-os à sua maneira: aquele foi visto na manif do 1.º de Maio, o outro bebeu uns copos na Herdade, este é filho de um suspeito maçónico, aquele é assinante do Diário, aquele teve um caso com a secretária, e o mais que só ele sabe inventar.
Mas não. Sua excelência ficou-se no ambiente calmo e tépido que a presidência lhe proporciona. Parece um instalado, como certos comodistas que conhecemos. É verdade que mandou fazer uns telefonemas a possíveis comensais amigos de Albuquerque, mas de forma desgarrada, sem as ameaças de outrora, já que todos foram na mesma ao 'Almirante'. Chefe mandou que o fotógrafo do seu JM/'lição de imprensa livre' registasse na digital todos os convidados, um por um. Agora, naturalmente, vasculhará o cadastro de cada um, para descobrir defeitos familiares, pessoais e profissionais. Mas entretanto aquele repasto subversivo já se deu! Vamos que o resto dos cidadãos descobre que vossa excelência afinal não passa do bluff que é, na realidade? Lindo serviço! Qualquer dia, vossa excelência chama 'maricas' ou 'vendido' a um maluco e ouve uma resposta desagradável. Ou, pior, apanha algum lembrete para ficar marcado acima da papada e inscrito na História deste desgraçado período a que fomos condenados. Raio de falta de respeito, por negligência de vossa excelência! Uma pessoa perde qualidade pela vida fora, mas, quando isso acontece no campo disciplinar, percebe-se que o futuro acabou.
Ementa sem medos nem receios... e os heterónimos do chefe Jardim no JM
O jantar de apoio à candidatura de Miguel Albuquerque ainda por cima correu bem aos rebeldes municipais. Uma enchente. Sem sombra de medos. Já se viu a gravidade? Todos bem dispostos, alguns a rir. Numa mesa ou noutra correram mesmo piadas atingindo o venerando sua excelência da quinta. Ao que isto chegou! Há que passar 'a pente fino' os bonecos registados pelo fotógrafo do 'lição de imprensa livre' e tratar de recuperar o que for possível dos estilhaços resultantes do péssimo trabalho de prevenção.
Na nossa modesta opinião, sua excelência deve escrever um artigo dedicado a cada um deles, numa secção que poderia ser chamada 'os 100 perdão'. Assim mesmo, para recordarem sem delongas o peso da mão real. O chefe das Angústias até deveria evitar voltar às iniciais A.B. nos seus artigos, porque toda a gente percebeu que se trata do autor Alberto Bokassa. Que infantilidade. Mais conveniente nos parece a mais recente solução, que consiste em assinar com heterónimos. Há dias o rei utilizou o nome 'Miguel Ângelo'. E hoje também nos parece muito bem o sonante heterónimo 'Miguel Fernandes', embora se possa confundir com um nome da casa - 'José Miguel Fernandes'. Se calhar a ideia é mesmo essa, que sabemos nós!
Deu boa manchete, isso deu. Mas, a propósito, mal andou vosselência na tentativa de limpar das memórias aquela inconveniente aproximação de Cunha e Silva ao rebelde Miguel Albuquerque. 'Tentativa', sim, desculpe vosselência que lhe digamos. Raios, se não houve aproximação, por que mostrar tanto receio dela, por que remexer mais na...
Caramba, sr. rei!
Bem sabemos que o Dr. Cunha e Silva meteu os pés pelas mãos ao cumprir a ordem régia para desmentir a cena do Campo da Barca. Arrazoado muito mal parido, como se diz nas redacções de jornal. Quando acabámos de ler o diacho da composição que deve ter levado dois dias de trabalho e 20 reuniões na vice-presidência, ficámos na dúvida se Amigo João e Amigo Miguel não se teriam encontrado no Arco ou no Estreiro da Calheta; e ficámos convictos em absoluto de que o jardim do Campo da Barca é que não existia, que só foi inventado pela oposição e pela imprensa para fazer azedar mais o caldo laranja.
Tudo especulação! - gritava o nosso Amigo vice, disparando caracteres pelo computador fora! Tudo especulação o que se escreveu sobre o assunto!
Ou seja: foi especulação dizer que vice João Cunha e Silva estava em Canárias quando Manuel António se candidatou por ordem do chefe máximo. Foi especulação que ninguém lhe disse nada. Foi especulação que ficou aborrecido e daí ter-se candidatado também. Outra especulação: que, desde o tempo em que os animais falavam, ele, vice, não aparecia lado a lado com Miguel Albuquerque. Outra: especulou-se ao dizer que o nosso Amigo foi ao Campo da Barca quando pura e simplesmente podia ficar a contar a dívida oculta do governo ou então argumentar que havia plenário do governo, apesar de ninguém lhe pedir satisfações, porque o normal era não aparecer. Finalmente não passaram de especulação aquelas fotografias todas com João e Miguel lado a lado, sorridentes como se estivessem a ouvir o chefe máximo a contar anedotas.
Enquanto o João não faz anos...
"Homem, tenha calma, deixe estar que no dia 30 de Junho esses laranjas municipais terão a resposta, porque o jantar de anos do 'João' será para rebentar", dirá chefe-rei neste momento.
Pois dirá.
Por um lado, achamos que não haverá muita gente nesse jantar. O rei terá a seu lado, quem?, talvez o nosso Amigo Bragança, o Gabriel Drumond, o Almeida, o Machadinho (apesar de exilado na Fundação, com vencimento pago pelo erário), quem mais? Nem Jaime é assim tão seguro que lhe faça claque.
As coisas estão a mudar.
Nesta quinta-feira, às oito da tarde já havia gente de cara descoberta no Almirante, para o jantar de apoio a Miguel Albuquerque. Foram vistos elementos da Jota laranja a rondar o restaurante, e mesmo assim os inscritos entraram todos. Mesmo os que durante as últimas horas haviam recebido intimidações pelo telemóvel. E mesmo com o repórter fotográfico do JM, a tal 'lição de imprensa livre', a tirar as medidas ao rosto de cada um (dizia-se no jantar que aquela sessão fotográfica tipo casamento era o Afonso Almeida prestando um serviço ao patrão das Angústias, que já deve ter recebido a pen com a gravação), apesar dessas fotografias, os convivas ficaram no seu lugar com um certo ar desafiante, alheios a represálias.
E o sr. presidente recomenda-nos calma! Mas o homem já sabe que os vereadores estiveram lá, os que são militantes do PSD? Bruno Pereira encontra-se ausente no estrangeiro, não sabemos se compareceria caso cá estivesse. Mas Rubina Leal jantou no Almirante. Assim como Costa Neves e Pedro Calado. Sim senhor. João Rodrigues, não, até porque não é militante do PSD.
Calma, sr. presidente? Sabe que Rubina Berardo esteve no malfadado jantar com outros jovens da sua Jota? Então aqueles 4 mil e tal votos jovens para o congresso?
Não somos denunciantes, mas julgamos prestar um serviço à Região informando 'sua excelência o rei' sobre este aparatoso incidente de 3 de Maio - que ficará na História como o último do chefe enquanto UI. Agora há mais. Bem feita!
Alguns convidados... Olá!
A Dra Sara Madruga, que já pertenceu ao Conselho Jurisdicional do PSD, esteve lá. Também compareceu Humberto Vasconcelos, que teve problemas perante uma advogada funcionária da Câmara de São Vicente com ligações privilegiadas aos serviços da Presidência das Angústias. Mas se, nesse caso de Humberto, o sr. rei pode alegar ressabiamento, quando escrever na 'lição de imprensa livre' o artigo para o enxovalhar, já não sabemos o que fazer perante outros convivas. Rui Marote, ex-vereador, presidente da AFM e cunhado do seu secretário-geral Jaime Ramos! João Carlos Gomes, nome importante na ASSICOM presidida por... Jaime Ramos!
Olá!... Pois, olá, dizemos nós, sr. presidente!
E já sabe da presença de Eduardo Abreu, que João Cunha e Silva diatanciou do IDE? Esteve lá, sim senhor. E Duarte Gomes, ex-vereador, também (mas aqui o sr. presidente relaciona-o com o DN, mete a maçonaria, o porto de Sines, enfim, o sr. sabe melhor do que nós como aniquilar essa presença).
Élvio de Encarnação não foi o único a vir de Machico. Nem foram poucos os que vieram de São Vicente, Boaventura... Diachos, como dizer agora que o Miguel é só Funchal? Sua excelência parece condenado a mais duas luas na quinta e rua! Desculpe a franqueza. E o que fará Miguel, se for ele a ganhar? Bom, a oposição não deve estar a dormir como vossa excelência parece estar.
Presidentes de junta à mesa
E presidentes de juntas de freguesia, esses ingratos, sr. presidente? Até Simplício Pestana, do Imaculado. Mas também João Pimenta, de São Martinho, e o nosso Amigo Alcino, distinto'regedor da Sé'. E o João Machado, de São Gonçalo. E o Rui Santos, de Santo António (não foi tirar o Dr. Marcelino?).
Até um pastor presbiteriano, Aires Gameiro, resolveu aparecer para jantar. O sr. rei não andou a subsidiar apenas as igrejas de Teodoro e António?
Aí tem a resposta. Quem semeia ventos...
O que queremos com este arrazoado? - pergunta o sr. presidente. Queremos dizer que estas pessoas estiveram no primeiro jantar de laranjas organizado em 36 anos para derrubar vosselência. Não entra nessa cabeça? Para o derrubar e meter lá Miguel Albuquerque!
Ao que isto chegou, pois, também achamos. O sr. presidente está em vésperas de ir para a rua. Essa é que é essa. E, aqui para nós que não há espiões, já é mais do que tempo de vosselência ir passear pela baixa e comprar o 'Diário' de cá e o de lá, mais o 'Público'... Cruzes, perdão! Comprar o 'Diabo' para ler na esplanada e escrevinhar artigos a massacrar os governantes que o sucederem no mando, sobretudo se forem PSD's.
Discurso de Albuquerque apontado a Jardim
E sua excelência vai para a rua porque o próprio Miguel Albuquerque lhe perdeu o medo, em definitivo. Já sabe do que ele se atreveu a dizer no discurso do Almirante (sr. presidente, mande a inspecção a esse restaurante pecaminoso)? Miguel disse que não há política sem princípios! Descarada piada para o sr. presidente, que nem sequer sabe se isso de princípios, em política, é de comer. E afirmou, aplaudido por aqueles traidores da Madeira Nova, que uma pessoa precisa de ter respeito por si própria e respeitar a liberdade dos outros.
Como vê, um discurso direitinho à sua mania déspota, sr. monarca, de tratar os outros.
E esta? "É preciso cumprir as normas democráticas num partido democrático como é o PSD-Madeira." Isto é com quem? Com o Zé dos Anzóis? É o Zé dos Anzóis que altera os estatutos do PSD para mudar datas de congressos como quem muda de assistente? Ora!
Aliás, Miguel Albuquerque especificou melhor: "Não há militantes de 1.ª, 2.ª ou 3.ª, são todos militantes." Mais: o congresso deve ser em Abril de 2013 e não há mais discussão, vincou o presidente da Câmara, muito aplaudido pelos 100 apoiantes (afinal, sr. presidente, já não pode falar de 'sem' apoiantes; foram 100).
O candidato à sua cadeira na Rua dos Netos, saiba vosselência, esclareceu que não quer dividir o partido, quer é uni-lo. E aqui prende-lhe o rabo, salvo seja. Porque Miguel foi o primeiro a se assumir. Daí para a frente, quem se apresenta candidato pode ser acusado de querer fracturar o partido (como se já não estivesse em cacos).
"Não vamos ficar calados!", afirmou Miguel Albuquerque, para mostrar que nada será como dantes nesse laranjal que já foi só seu, sr. presidente.
E a parte mais dolorosa para vosselência: a confirmação feita por Miguel Albuquerque de que avançará mesmo, quando do próximo congresso, com uma "alternativa de esperança para a Autonomia da Madeira". E com um plano económico estrategicamente elaborado "para tirar a Madeira da crise em que está mergulhada, demasiado grave".
Senhor, estou farto!
Posto isto, e prestado este serviço a vosselência, espero que já tenha os jagunços em marcha para chamar nomes aos proscritos convivas daquele jantar de quinta-feira e vasculhar todos os pormenores para lhes tramar o emprego. Não há ninguém ali, sr. presidente, com casa do governo? Que trabalhe na Função? Que tenha um familiar de fama duvidosa?
Embora à estrada, sr. presidente. Mas convoque mais tropas para o trabalho sujo, porque, e não lhe dizemos isto para o desmotivar, já é a população inteira que não suporta este jardinismo. Não cabem é todos num só jantar. Nem são todos do PSD.
Ou nos enganamos ou este longo período de hibernação e cobardia parece estar a terminar. As gerações passadas e as futuras agradecem.
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6 comentários:
...Ufff!!!
Cheguei ao fim deste seu longo texto.... arrepiado! E com medo!
Aproxima-se a "noite das Facas Longas", o "Pogrom"?...
V.D´A.
Por causa da 'Noite das Facas Longas', deixei de dormir há uns dias. É um treino para ficar acordado nessa altura.
Sabe o perigo que é o nosso nazizito...
Caro Luís Calisto
É uma grande notícia sim senhor! Algo está a mudar para melhor nas hostes do jardinal e na Madeira.
Mas sugiro que todos os que são contra toda esta vergonha sigam o exemplo destes 100 corajosos que deram a cara.
Não tenhamos medo, porque Jardim não terá bombas para tanta gente.
Os mastins, tentaram trazer ao redil todas as ovelhas tresmalhadas,conscientes já da impossibilidade, deixaram-se de fidelidade e assumem uns resquícios de lealdade para com o futuro.
O "Santo" anda pelo adro,já sem convencer, mas a procissão ainda não saiu, está, calmamente,a formar-se no interior do templo. Aguarde-se. Estando, como está, inclinado o plano onde se concentram os "irmãos" que transportarão o andor, pode ganhar grande velocidade esta procissão.
Para isso, os opositores devem estar unidos na accao e apressar a caida do Ditador...
Quanto mais tempo o Che das Angustias estiver no poder piores serao as consequencias para os Madeirenses e mais graves e mais dificeis de debelar serao os problemas economicos e financeiros.
Quanto mais tempo se mantiver o regime maiores serao os prejuizos para as proximas geracoes.
Pensem nos vossos filhos e filhas e facam mais e mais. Por mais que facam para derrubar o regime, lembrem-se que nao ainda nao sera suficiente...
Um ultimo esforco e teremos a nossa liberdade.
1. Dr. Jorge Figueira, o comentário reflecte a sua habitual inspiração quando se trata de analisar a situação regional, que tão bem conhece. O 'santo' nos adros? Pois, só até a procissão sair.
2. Caro João Guerreiro, quando sua excelência das Angústias cair (salvo seja), avise.
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