UM PAÍS DE MAGISTRADOS
Visitamos o Portugal e a Madeira das internetes e é um fartote de juízos e sentenças acerca de José Sócrates. Com as formas mais estrábicas de comentar a mudança da prisão em Évora para prisão domiciliária sem pulseira electrónica.
Finalmente libertaram o homem! - temos lido a torto e a direito. Como se prisão domiciliária significasse ou sequer indiciasse absolvição e libertação.
Na outra ponta do diâmetro, os apoiantes do antigo primeiro-ministro - obviamente da área socialista -, dão largas ao regozijo de verem em "liberdade" um homem contra quem ninguém conseguiu provar o que quer que fosse.
Uma espécie de juízes com uma intuição tão perfeita que dispensa investigações para ver logo que Sócrates está a ser vítima de uma cabala política e, se calhar, intra-partidária, montada por alguma sinistra facção rosa em busca de espaço onde fazer vingar os seus esquemas.
Claro que há um sector do Partido Socialista mais frio de coração, para quem esta medida desagravante da coacção é como um soco no estômago, dadas as circunstâncias do timing: pré-campanha eleitoral. Entrando aqui a controvérsia sobre a natureza do processo decorrente da 'Operação Marquês" - se é política, como pretende o espertalhote arguido, ou criminal, como realmente é.
Depois aparece então a casta dos 'juízes' que exararam a sua sentença logo na noite da caricata detenção. Para estes, as carecas de Sócrates estavam descobertas havia muito tempo. Além de mentiroso, era um corrupto com as letras todas. Agora tenta dar a volta às investigações, mas está metido até ao pescoço nos favorecimentos e na milionária troca de influências, na compra de apartamentos piramidais e nas malas de dinheiro a viajar para cá e para lá.
Um José do Telhado que devia levar 30 anos.
E que ninguém se atreva a lembrar que qualquer arguido até ser condenado é inocente. E que 'in dubio pro reo'. Quem o disser apanha logo: 'Olha outro igual a ele.'
Ora, quando se vê que os tribunais andam há longos meses a trabalhar dia e noite no assunto sem terem ainda conseguido elementos que ilibem claramente o suspeito, ou então indícios que justifiquem uma acusação, pergunta-se: por que não recorrem os investigadores da Justiça a estes 10 milhões de magistrados que conhecem José Sócrates de ginjeira e que deduziram logo ao primeiro relance a sentença que deve ser aplicada àquele ex-chefe deste País?
Andamos a perder tempo desnecessariamente.
2 comentários:
E o Cuba Libre? O Tio Sócrates vai precisar de companhia para debate no futuro. Despachem- se para ele não ficar sozinho.
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