Roberto Vieira no Dia da Cidade

DISPONÍVEL PARA UMA COLIGAÇÃO ANTI-PSD

MAS COM PAULO CAFOFO NUNCA MAIS

Não há melhor altura para fazer um balanço do passado, falar do presente e projectar o futuro colectivo do que num dia festivo. Este dia da cidade traz-nos lembranças que nos envergonham de um passado de liberdades limitadas. Mas também de um passado mais recente de esperança e enormes expectativas para o futuro que acabaram goradas numa raiva incontida de quem, como eu, confiou num projecto de mudança que falhou. E começou por falhar precisamente nesta autarquia, nesta cidade com uma governação autárquica quase tresloucada por ser tão egocêntrica numa fogueira de vaidades que comprometeu o futuro, não apenas da cidade mas da Região. 

Uma cidade mal governada onde não salta à vista nenhum projecto marcante e onde grande parte das promessas foram “para inglês ver “ , não passando de propaganda barata paga a peso de ouro em certa imprensa regional . Aliás quem não se lembra do projecto do matadouro. Não cumpriram! Quem não se lembra do projecto da praça do município anunciado à exaustão: não cumpriram! Quem não se lembra da requalificação da Felisberta: não cumpriram! Quem não se lembra da promessa de ordenar as esplanadas: não cumpriram! Quem não se lembra da promessa da requalificação do Monte: não cumpriram! Quem não se lembra da requalificação do Museu de História Natural: não cumpriram. Pelo contrário lembramo-nos da arrogância em não comparecer na ALRAM lembrando o passado arrogante e autoritário; lembramo-nos do desvario a cortar árvores sem apelo nem agravo; lembramo-nos do abandono às vítimas e familiares da tragédia do Monte; lembramo-nos de uma cidade que continua suja e jardins que continua, por arranjar e finalmente não nos esquecemos desta ideia peregrina da polícia municipal que norteia esta autarquia num folhetim que mais parece um filme de política e ladroes em que estes artistas autárquicos se disfarçam de polícias e insinuam que os cidadãos são os ladroes. Infelizmente é este o retrato de uma gestão que me envergonha e deve envergonhar quem confiou nesta gente. É preciso dizer basta para esta trapalhada e impedir que tudo isto se estenda ao resto da Região . É o nosso imperativo de responsabilidade. 

Se no passado jardinista o medo invadia a sociedade e corrompia tudo e todos num lastro de corrupção e compadrio, o passado recente demonstrou que nem todos estão preparados para promover a mudança e sobretudo não têm nem palavra nem competência para se arrogarem ser gente de confiança . 

Não é de confiança quem rebenta, sem dó nem piedade, duas coligações com vários partidos empenhados em contribuir para uma alternativa política que seria gerada na câmara e se estenderia ao resto da Região. 

Esse protagonista que dá pelo nome de cafofo que fugiu desta câmara há pouco tempo, depois de perder umas eleições europeias onde nunca deveria ter estado envolvido, comportou-se ao longo do tempo que aqui andou como um elefante dentro da sala e estoirou tudo o que era possível construir para gerar a mudança com a confiança necessária. Não é possível esperar estabilidade e diálogo construtivo através de alguém que é o principal factor de instabilidade. 

Senhor Presidente da Assembleia Municipal é importante dizer isto de forma clara neste mesmo lugar onde acreditei num futuro melhor para a Madeira: sou candidato à Assembleia Regional mas digo de forma objectiva que tenho disponibilidade para ajudar a construir um governo alternativo ao PSD -Madeira mas há uma condição que não abdico: estarei numa coligação pós eleitoral para mudar a Madeira desde que Paulo Cafofo não a lidere. Com ele nunca mais! 

Hoje quem pode acreditar numa mudança efectiva se o principal partido da oposição está refém deste embuste onde abundam troca de favores, cumplicidades com poder económico perseguição a quem não concorda e quebra sistemática de compromissos. Não nos esqueçamos que o protagonista que é o elefante a meio desta festividade sempre prometeu não abandonar os munícipes mas como não cumpre o que promete hoje está muito claro que abandonou! Mentiu e revelou que não é de confiança. Mas se é verdade que a fuga do cafofo traduz um comportamento não confiável, também não podemos esquecer que a autarquia está entregue a outro protagonista que não tem legitimidade para governar a câmara em nome dos madeirenses. Nenhum funchalense votou no dr Miguel Gouveia para Presidente da Câmara. A seriedade e os respeito pelos munícipes exigia que se sujeitasse a eleições para legitimar a sua ação . Mas pior. Para completar o governo autárquico, depois da saída daquele que prometeu que nunca saia, o presidente ilegítimo, que nunca foi a votos, foi buscar um vereador suplente, amigo pessoal para se substituir a si próprio . Um comportamento típico do PS e, pelos vistos, de presidentes ilegítimos que promovem descaradamente familiares e amigos a torto e a direito, tirando os lugares de gente capaz e com competência. Mataram por isso também a política por mérito que tanto propalaram mas que sempre fizeram ao contrário: veja-se a vergonha da Frente Mar e até dos serviços da autarquia onde os familiares dos vereadores e gestores de topo ligamos ao PS e ao núcleo do Cafôfo invadem gabinetes de alto nível . 

Sendo assim este é um dia da cidade que não nos permite estar efusivos e a festejar. Devemos sim reflectir no futuro e pensar no presente. Olhar para os maus resultados de quem prometeu fazer diferente e tirar as conclusões necessárias. A cidade do Funchal precisa de outro governo e este tem de ser sufragado pelos munícipes. Não vivemos numa monarquia e é preciso respeitar as regras democráticas. Sem esse respeito perde-se o respeito pelos munícipes e não se dignifica a governação em democracia que tantos aqui nesta sessão lutaram. 

Senhor Presidente da Assembleia Municipal termino cumprimentando todos os funchalenses e deixando uma mensagem de esperança, fazendo, ao mesmo tempo, um apelo para que o governo autárquico do Funchal se legitime o quanto antes e faça o que ainda não fez até hoje que é defender o interesse dos cidadãos do Funchal e não o interesse pessoal e de promoção de jogatinas que tem prejudicado a cidade.