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sábado, 3 de março de 2012

BOLA PARA O "SARRAME"


FC Porto x Benfica - Taça de Portugal

Infelicidades na Luz


Dispõe dos condimentos necessários para dar muito que falar a derrota do Benfica (2-3)  no seu belo estádio perante um FC Porto injectado com oprtunidade pelo colombiano James (foto Google). O golo da vitória pelo ex-nacionalista Maicon, em fora-de-jogo, caiu do céu na mesa dos comentaristas de estúdio e de café. Enquanto Pinto da Costa se ri, alegando que os seus jogadores também se queixam de lhes terem negado para aí meia dúzia de penaltis, os homens do SL Benfica digerem a pior derrota que lhes podia cair em sorte, cônscios de que o resultado é inalterável:3 pontos à vida e o campeonato a fugir.

 Jaime Graça

Mas, pior do que essa noite infeliz para os vermelhos, foi aquela fatalidade que dias antes roubou a este mundo um antigo médio de categoria internacional: Jaime Graça (imagem Google). Tive o privilégio, nos meus tempos de Marítimo, de o defrontar em campo, ou melhor, de andar atrás dele a tentar roubar-lhe a bola... em vão, como se imagina. Jaime Graça, em quem percebi um desportivismo raro, era dos jogadores que corriam o campo contagiando todos os colegas com os seus apelos práticos a uma vistosa circulação de bola, como já fazia no V. Setúbal, clube que representou antes de se mudar para o Benfica. E dizia ele estar "cheio de tabaco"!
Como internacional português, passou pelo zénite da carreira, com Eusébios e demais craques lusos, por alturas do Mundial de 1966, impondo-se como titular indiscutível entre os 11 Magriços do 3.º lugar. E, à época, ainda vestia à setubalense.
Jaime Graça deixa-nos magoada saudade. Conheci-o mais de perto numa confraternização organizada no "Avião Novo", aqui no Funchal, inícios dos anos 70, depois de ele, mais Eusébio, Humberto Coelho e demais temíveis pupilos de Jimmy Hagan, nos terem infligido 4-0 nos Barreiros, num particular à noite. Sim, naquele jogo em que Eusébio, muito marcado pelo Hilário Perneta, resolveu aplicar um puxão de Orelhas no meu colega, quase debaixo da pala da Central. Afável, Jaime Graça aceitou responder a perguntas e satisfazer curiosidades, antes, durante e depois do jantar. E pensar que, meia dúzia de anos atrás, fazíamos colecção de cromos a batalhar pelo difícil boneco do Jaime.
Pena ter perdido essa caderneta de famosos que mais tarde eu veria passar a vertiginosa velocidade perto de mim, em direcção à baliza, de tal modo que só lhes sentia o vento.

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