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sábado, 3 de março de 2012

DELÍRIOS DA MADEIRA NOVA

Preocupações legítimas

A Dra Violante Saramago de Matos continua empenhada na defesa ambiental da Madeira e disposta, como se percebeu no lançamento do seu livro sobre o 20 de Fevereiro, a continuar a luta sem descanso.
Várias personalidades madeirenses compareceram terça-feira no vetusto convento do Colégio para contactar pela primeira vez com o livro "A história num instante", resultante de um aturado estudo feito pela bióloga para publicar no segundo aniversário do trágico 20 de Fevereiro. E o que todos ouviram da autora foi um quadro aterrador das condições naturais que continuam pelo Funchal e resto da ilha à espera de nova aluvião. Mas, ainda mais arrepiante, é a denúncia contida "num instante" de leitura que desnuda a irresponsabilidade de um governo que não só fica de braços cruzados perante a escalada de atentados contra a Natureza como enxovalha aqueles que sabem da matéria... embora possuídos pelo embaraçoso defeito de não serem da cor política sagrada nem pactuarem com uma defesa do ambiente feita ao sabor das adjudicações a compadres e amigos nos momentos (agora mais raros) de chuva de fundos.

A autora Violante Saramago de Matos mais uma vez apelou para quem detém o poder. Admirou-se de, dois anos depois, não haver um estudo profundo que ajude a prevenir novas situações fatais. Não haver uma simples publicação que explique o que se passou e lance o debate sobre medidas a tomar.
"A história num instante" é um documento a não perder e a legar ao futuro. No caso pessoal, fez-me lembrar essa já distante manhã de sábado em que desci a Pena dentro de um carro governado pela enxurrada que vinha das Babosas, aos trambolhões, entre outros carros e alguns cadáveres, até se deter com estrondo nos pedregulhos e troncos milagrosamente amontoados à entrada da Rua do Pina. O carro foi para a sucata.
Não aconteceu, mas poderia ter sido outra "história num instante".

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