Golo e cartão amarelo
...mas nova vitória do Glorioso
Ainda há pouco vociferávamos contra os cavalheiros da FIFA, da UEFA ou lá quem eles são, os que mandam os árbitros exibir a cartolina amarela - conforme os 'diseurs' da bola - ao jogador que marca um golo e nos festejos resolve despir a camisola. Foi um dia destes o Nelson Oliveira, do Benfica, e hoje mesmo foi o Fidélis do Marítimo. Este último, avançado que já perdera o ensejo de fechar a contagem - ainda os radialistas - na partida da noite diante do Feirense, nos Barreiros, acabou com o sofrimento à vista do empate caseiro - sempre eles, os relatores - e, já no período de compensação das neutralizações - é assim? - ei-lo a levantar o nosso principal estádio com um chuto de raiva que enfiou magistralmente o esférico no canto superior esquerdo da baliza forasteira. Era o 2-1.
Festa rija dos rapazes verde-rubros, num abraço envolvente, com o treinador Pedro Martins lá pelo meio, que bem merece os louros deste tipo de futebol bem ao estilo do Barcelona e do Braga... mas o Fidélis tinha já corrido direito à bandeirola de canto atingindo-a com o pé à conta de um golpe de kickboxing.
Cartão amarelo. Pela celebração do golo através do pulo sobre a bandeirola? Não. Cartão porque tirou a camisola no meio dos festejos.
Acredito que haja muito dirigente nos organismos internacionais que mandam naquilo sem perceber a sensação delirante que emerge da marcação de um golo. Estão lá nas funções porque o antigo jogo da ralé, como diz o soba cá do burgo insular, hoje só proporciona proveitos a quem consegue nele penetrar. Pois. Mas Platini não só jogou dentro das quatro linhas como se fartou de marcar golos que também festejava exuberantemente. Não podia o nosso amigo gaulês dar uma palavrinha no sentido de fecharem os olhos ao sacar da camisola naquela hora de fascínio?
Se querem ser coerentes, então os senhores árbitros, para quem o jogo só termina quando a feira recolheu toda à cabina, terão de mostrar amarelo aos jogadores que trocam de camisa dentro de campo. E, evidentemente, àqueles que vão excitar a massa associativa atirando a camisola lá para o meio.
Amarelo! Ainda por cima quando os homens têm outras duas ou três camisolas bor baixo!
O importante é que o Glorioso das ilhas averbou nova vitória para deixar a concorrência em sentido. O Sporting pode vencer os milionários Cities ingleses, mas nem por isso tem descanso na prova doméstica, porque o velho Campeão de Portugal e das ilhas não deixa.
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