O CALOTE ÀS FARMÁCIAS
E OS IDOSOS SEM REMÉDIOS
Para esclarecimento de alguns comentadores do Fénix, alguns a tratar o assunto com elevação e outros a tentar desacreditar o artigo das farmácias fuzilando sumariamente o mensageiro com um disparo 'fake news', venho reforçar o que ficou dito.
Numa farmácia de S. Martinho, o farmacêutico disse à cliente idosa - com muitos anos de casa - que ou pagava os cerca de 10 € pelo medicamento (tensão) ou não o levava. A senhora costuma pagar 3 €. Deixou os cerca de 10.
Explicação à freguesa: não descontamos a comparticipação enquanto o governo regional não nos pagar o que deve.
Acrescento que a mesma conversa não foi feita somente àquela senhora, mas a muito mais pessoas.
A maior parte dos idosos voltaram para casa de mãos a abanar, sem remédios. Que remédio!
Vamos mais longe. No centro do Funchal há farmácias a proceder da mesma maneira. Ali pela Fernão de Ornelas há gente a sair sem os medicamentos das farmácias e a reclamar, como se compreende.
Num dos casos, a senhora que pagava 8 € pelo medicamento do marido foi intimada a pagar logo ali os 45 € que é o custo sem a comparticipação.
Ninguém parece ouvir, mas as pessoas estão a trocar estas 'felizes novidades' por aí.
Há um sr. comentador a garantir que os pagamentos do IASAUDE à ANF estão escrupulosamente em dia, pelo que se a ANF não paga às farmácias associadas, estas que lhe peçam explicações.
Não sabemos quem é que deve a quem.
Nem sequer se há mesmo dívida.
O que sabemos é que há doentes sem medicamentos porque algumas farmácias recusam fornecer os produtos sem o pagamento integral.
Há muitas hipóteses em aberto.
Uma delas é as pessoas de idade terem sido atacadas por um agudo delírio colectivo, dando-lhes para inventar um caso com as farmácias.
Não é impossível.
Se isto é tudo uma ficção, apresento-me amanhã no Pelourinho.
Outra hipótese é haver um quiproquó qualquer entre a ANF e as lojas associadas, atrasando-se os pagamentos. Mas aqui pergunta-se o porquê de os farmacêuticos acusarem o governo dos calotes.
Outra possibilidade é o governo se ter 'esquecido' de cobrir uma ou outra continha, levando a ANF a reagir com estrondo.
Não é impossível, apesar de o nosso leitor se dizer seguro de que está tudo em dia.
E quanto às soluções encontradas no passado por causa dos calotes do GR à ANF, é verdade que não chegou a haver ruptura no fornecimento aos utentes, mas vimos muitas farmácias a sobreviver na penúria. O chefão da ANF chegou a ameaçar penhorar o Mercedes do Presidente do Governo!
Achamos também esquisito este silêncio do governo, quando a sua imagem anda na lama sob acusação de privar os nossos idosos de medicamentos essenciais à sua sobrevivência.
Finalmente: há comentadores a insinuar que a informação que difundimos é própria do "tempo eleitoral". Ou seja, seria um jeitinho à oposição.
Vieram bater à porta certa.
Esses desesperados e também os loucos do outro lado.
19 comentários:
Quem sofre com este infortúnio é a classe mais fraca e especialmente os nossos idosos que o governo quer mandá-los embora.
Este governo é uma vergonha e desculpem lá que quem vier pior do que isto não faz. Portanto para meu bem/dos meus Pais e dos meus Filhos vou mudar o meu sentido de voto.
Este governo está a se afundar a cada dia que passa.
Isso só pode estar a acontecer com utentes da PSP ou GNR uma vez que neste momento não há acordo com o GR. Quanto às restantes entidades como o SRS e a Adse entre outras está tudo em dia não havendo nenhum problema com as comparticipações. Ainda hoje foram pagas às farmácias as comparticipações referentes ao mês de Julho.
Hum.... estranho o silencio do Governo Regional. Por onde andará o Calado/o SEcretário da Saúde tudo gente muito dinâmica para denegrir os outros e pedir mais dinheiro a Lisboa. Aqui há gato escondido com o rabo de fora. Devem estar a aguardar que algum Banco lhes de cobertura ao Cheque para posteriormente virem cá dizer que estava tudo liquidado a tempo e horas.
Nossa Sra Monte nos livre desta gente.
O que é que tem a dizer sobre esta pouca vergonha o MADEIRENSE JUSTO do FAIALEIRO e a JACINTA NUNES da RIBEIRA BRAVA.
Devem ter metido o rabo dentro das pernas e hibernaram.
Já que anda tão bem informado, aconselho a dar uma palavrinha ao seu secretário para emitir um comunicado de forma a esclarecer esta situação. É que a história dos utentes da PSP/GNR é manhosa.
Não dizem nada, claro. A culpa não é do Cafofo nem de Lisboa
Aqui há gato!E o Governo Regional calado.Dá para desconfiar... Então Jacinta Raquel e madeirense justo não se diz nada?
Luís Calisto,
Dado o teor do seu primeiro artigo, reforçado com este segundo, cabe-lhe o dever profissional (não preciso de lho dizer), de contactar as entidades competentes no assunto, ANF e IASAÚDE, para cabal esclarecimento do mesmo.
De nada serve relembrar as ameaças do Dr. João Cordeiro à anos atrás.
Interessa sim o tempo presente, e a realidade dos factos na actualidade.
Perdoe-me ainda o facto de ter algumas reservas. Porque eu próprio comprei medicamentos no final da semana passada, e foram descontadas as respectivas comparticipações. E também porque o DN não trouxe ainda tal assunto na primeira página.
Mas aguardarei os esclarecimentos.
Será que existe confusão de comparticipações com determinados sub-sistemas? Será que se trata de utentes com ADSE, e que pelo facto de haver atrasos do ADSE (que não depende do governo regional) a ANF tomou essa posição?
Impõe-se o esclarecimento, até porque é um assunto sério, que não deve ser tratado à luz de comentários patetas tão ao gosto de alguns comentadores, como acima fica patente.
Coitados dos idosos.Ficar sem remédios é coisa que não se faz a ninguém.Calotes do governo, porquê? O povo paga impostos todos os dias!
12.12 (entre outros)
O sr. Comentador veio lembrar-me o meu dever profissional.
Obrigado. Mas preciso de um minuto para dar uma palavrinha aos pressurosos senhores.
O meu dever profissional é veicular as verdades que me chegam ao conhecimento.
Dar notícias. Verdadeiras, passe o pleonasmo.
Eu apontei dois casos em que as farmácias (duas) recusaram levar em conta a comparticipação, justificando-se com os calotes do governo. E as pessoas tiveram de pagar o preço de rótulo, porque precisam dos remédios e no caso arranjaram os euros exigidos. Outras pessoas foram-se de mãos a abanar.
Isto aconteceu com toda a certeza.
Tem interesse público.
Logo é notícia.
Sim, para o trabalho sair ainda melhor, era de seguir o assunto e explicar a origem do caso: se há dívidas mesmo, quem deve a quem, se foi mal-entendido, se é delírio geral da nossa velhada, se é sabotagem política.
Se eu estivesse a fazer jornalismo profissional, como outrora, ia por esse caminho. O caso estava arrumado à primeira. Mas então não estaria no Fénix, que é um blogue (aliás boicotado e diabolizado desde sempre pelos "jornais" da Tabanca, felizmente).
Por outro lado, não posso mandar investigar o caso porque tenho metade da redacção de férias e metade destacada a fazer campanha eleitoral. Vê, caro Comentador?
Além disso, como deve saber, o blogue não é uma das minhas actividades principais, pelo contrário. Ainda por cima o patrão não me paga há cinco meses.
Conclusão: não posso cumprir as ordens dos chefes comentadores que me mandaram investigar. Desculpem lá, mas vão vossas excelências.
A notícia que dei é verídica (pelo menos em dois casos concretos) e mais nada.
Obrigado por este minutinho.
LC
PS - Se não ter saído noutros 'jornais' é critério para dizer que o que se diz aqui inexiste, como pretende um comentador, então há tanta coisa que não aconteceu com certos políticos nova vaga porque houve branqueamento OMO noutros locais. Como continua a haver. Com tantas páginas disponíveis na Tabanca e ninguém ouviu que "comigo no governo não haverão filhos nem haverão enteados"? E que "é preciso que hajam condições para..." Ah pois é, não houve foco, não aconteceu.
O Luís Calisto parece nervoso com o assunto. Não há motivo para tal. Aliás, se verificar no meu comentário das 12.12, tive o cuidado de escrever que não tenho que lhe dizer do seu dever profissional.
Há duas farmácias que, confirmadamente do seu conhecimento, não fizeram desconto das comparticipações. É de interesse público, logo é notícia. Estou de acordo.
Mas, como é notícia com impacto na vida das pessoas, parece-me de interesse público a confirmação das razões que levaram a esta situação e qual, ou quais, a(s) entidade(s) responsáveis. Parece-me interesse público e de bom tom.
E, mesmo não fazendo hoje em dia jornalismo profissional, é fácil ao Calisto o esclarecimento, pelo menos do IASAÚDE, mesmo que tenha mais dificuldade com a ANF. A dimensão atingida pela Fénix assim o exige. Pelo menos é a minha opinião, de leitor assíduo que sabe que este não é um espaço "comprado" por interesses políticos ou económicos, como alguns órgãos de comunicação social da nossa praça.
E, ainda por cima, como o seu "patrão" não lhe paga à cinco meses, nada melhor que lhe aplicar essa bofetada de "luva branca", antes de apresentar queixa na Inspecção de Trabalho.
E, convém não confundir a minha estranheza em ter reservas. O Calisto terá que concordar que tal notícia é uma primeira página e tanto no DN. A menos que o mandante no diário tenha guardado para melhor data. Manifestar esta estranheza, não é afirmar que não aconteceu. É apenas manifestar estranheza, até porque como escrevi, não aconteceu comigo na passada sexta-feira.
Concluindo, apenas lhe digo que, confirmar as razões que levaram a essa atitude nessas duas farmácias, o diferenciará, tanto de políticos que dizem uma coisa e o seu contrário, como das "páginas disponíveis na Tabanca"!
Também lhe agradeço o minutinho.
19.18
Tem razão. Estou nervoso. Nervosíssimo.
A ponto de quase ficar convencido com a sua sugestão de eu me encher de brios e ir por aí abaixo a despachar fruta, na mira de "confirmar as razões da atitude das farmácias" - e desse modo me diferenciar de certa gente que hoje diz uma coisa e amanhã outra.
Quem sabe se não me espera ainda uma promoçãozita a chefe de secção ou editor da necrologia?!
Mas veio o diabinho ao ouvido: Deixa-te de tretas. Dás a notícia e ainda tens de ir apanhar as canas?! Queres tirar o trabalhinho dos profissionais da imprensa no activo?!
E assim volto mais umas horas ao meu trabalhinho (também não remunerado, oh más-línguas da praça!).
Em todo o caso, obrigado pelo seu esforço.
By the way, acho-me suficientemente diferenciado, mesmo sem ir à farmácia, deixe lá.
PS - Quanto ao meu estado de nervoseira miúda, é normal em quem tem a vida dependente dos resultados de 22 de Setembro. Que a Providência tenha piedade de mim!
Calisto,
Mas você nesta altura da vida ainda anda atrás de promoções? Já pensava que tivesse ultrapassado essa fase.
E não tem que agradecer pela sugestão. Foi sincera, e pensando que estava a dar uma indicação pro bono, tal como você exerce o seu mister. Não foi esforço algum.
Quanto à diferença, perdoe-me o desabafo, mas, deixando a coisa pela metade, torna-se igual aos outros, os tais da "imprensa no activo".
Mas, evidentemente, você se estará nas tintas para a minha opinião. Mas não estarão alguns leitores da Fénix, como eu. Embora, você esteja no seu pleno direito de se marimbar para a minha opinião. A diferenciação faz-se na confrontação da notícia com o contraditório, para o apuramento cabal da verdade.
Se a sua vida é dependente dos resultados de 22 de setembro, uma novidade me está a dar. E aí a Providência poderá ser-lhe mais útil do que as minhas opiniões, que não dependo de 22 de setembro, 6 de outubro, ou de qualquer outra calendarização eleitoral.
Apenas gosto do respeito pela verdade.
Saudações.
Todos dependemos do 22 de setembro e do 6 de outubro. Se não for para o emprego,para o tacho, para o penacho, é para todo o resto, que é muito.As políticas públicas que os governantes concebem interessa e atinge todos.
12.34,
Evidentemente que as políticas públicas dependem de resultados eleitorais, mas também não tanto quanto muitos pensam.
Mas, o que quis dizer é que eu, pessoalmente, não dependo de resultados eleitorais.
Vão a Ribeira Brava que a clarinha paga ela pagas as quotas do partido do clube pode pagar na farmácia no entanto a quem pagou quotas vão votar Psd penso que não clarinha já foste.
Faz-me rir.
Já há remédios para os idosos? Dinheiro o governo tem, é só ver o que o Conselho do Governo distribuiu ontem por várias associações.
E comprou um carro para a casa do voluntário.
Enviar um comentário