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sábado, 3 de março de 2012

MADEIRA AO VIVO

Funchal deserto esta manhã

Quem diz que o Funchal tem falta de estacionamentos... A sério, por este
andar, os irmãos Henriques arriscam-se a bater à porta do Desemprego.
É que o chefe das Angústias já diz não conhecer os empresários.
Que facilidade na circulação automóvel para um sábado de manhã no Funchal! Algum novo sistema sofisticado comprado (a crédito) pela Câmara tendo em vista fazer fluir o tráfego? Sinaleiros terão voltado para substituir os semáforos que nos fazem parar de cruzamento em cruzamento?
Passa meia hora das nove e a descida da 5 de Outubro, da Ponte Nova para baixo, é aquilo a que se chama... "uma limpeza". Deve ser impressão, coincidência, um momento mais desafogado na avalancha normal de carros. Mas, diachos, os parcómetros à frente do Tribunal, normalmente disputadíssimos... ei-los praticamente vazios!
- Mas que dia é hoje? O 3 de Março será feriado de alguma coisa que tenha escapado ao Passos Coelho?
E vai por aí além, o ardina do "Diário" no Largo do Colégio, rapaz ruivo que às vezes aparece nas fotografias do Chão da Lagoa e das festas eleitorais do cavalheiro das Angústias, o rapaz aflito com a falta de movimento na zona e por consequência de fregueses... Câmara Pestana, Avenida Zarco, Avenida Arriaga, qual vivalma! Sábado de manhã, sábado, dia de trabalho para muitos e de compras para outros... Antigamente.
Já ontem, para comprovar queixas de amigos sobre a pasmaceira diária da capital a partir das sete da tarde, frouxidão que me disseram eles afugentar o contribuinte mais ansioso por uma voltinha na baixa, fomos ao centro funchalense e reparámos no mesmo: seis e um quarto da tarde de sexta-feira, dia usualmente insuportável de movimento a essa hora, e o Funchal parecia mergulhado num dia de Natal, esse dia de Festa em que o malandro do povo fica em casa a curar a ressaca e então diz, azoado, que não tira o pijama por ser dia de estar tudo em família.

Raridade: 3 esplanadas simultaneamente desertas numa
manhã de sábado... e um sábado de trabalho, não algum feriado
que escapasse a Passos Coelho!
Voltando a esta manhã de sábado, poucas horas atrás, registámos um momento para nós inédito: as esplanadas do Apolo, Café Funchal e Centro da Sé, as três somadas não tinham um cliente que fosse. Sábado de manhã, nove e meia, dez horas. A sério, senhores.
"Quando há navios, ainda temos movimento, mas assim..." - desabafo de um empregado do Apolo.
Porém, o "Aida" entrava na Pontinha e o marasmo não desataria. Feriado? Não. Crise? Dupla crise, isso sim. A mundial e a que sua excelência criou nos 30 e tal anos de loucura. Ninguém tem um euro para vir tomar café à capital.

Papelarias fechadas

A velha papelaria onde nos chegaram os primeiros cheiros
a livros e cadernos novos, borrachas e tinta permanente pode voltar,
mas entretanto provoca saudades.
Queixava-se a mãe de uma criança que precisava de um livro escolar e...: "Não encontro uma papelaria aberta!" Sim, ainda esta manhã de sábado. A Papelaria do Colégio parecia a meia porta, a Condessa continua encerrada para remodelação (remodelar para que ramo?), a Livraria Esperança de portas fechadas... E o Centro Tavira deixou de ser solução, porque os lojistas tratam de se desfazer dos negócios uma vez que até ao fim do ano todo o prédio, incluindo o Hotel Monte Rosa nos pisos superiores, fechará para restauração. E depois ninguém sabe o que sairá dali, se expansão do hotel para baixo, se regresso a centro comercial.

Baile de fantasmas à volta da MIMO

Imagem que retrata bem a decadência em que "isto" está.

Responsáveis da CMF e ideólogos de entidades várias continuam a defender a ideia do repovoamento da capital madeirense, que de facto tem cada vez menos habitantes. Mas os resultados não estão a ser exactamente os pretendidos: o Funchal está a povoar-se, sim, mas de fantasmas que chegam sem se dar por eles, apesar de se cobrirem de papel de jornal em vez dos tradicionais e aterrorizadores lençóis com olhos.
Esta manhã vimos a "Mimo"... "fechada para obras". Não sei há quanto tempo se encontra nesse estado, mas é um vazio dar de frente, por baixo do conhecidíssimo letreiro de caracteres garrafais, com o fantasma da tradicional pastelaria, que faz parte da história da baixa: um par de garrafas sujas nas montras abandonadas, poeiras acumuladas, papéis a forrar a porta por onde figuras míticas do Funchal entraram e saíram... e o papelucho com o inevitável "Encerrado para obras".
Não sei a que propósito vem isto, mas em Fevereiro os desempregados devem ter atingido os 22 mil!
Enfim, obras da "obra feita". Esta Madeira Nova desmorona-se como um castelo de cartas!

A MIMO está devidamente acompanhada de mais dois "encerramentos para obras", paredes meias.


O Centro Tavira já deu prazo para que os comerciantes "desamparem as lojas".
Este interessante quadro já tem anos de serviço suficientes para com todo o mérito integrar o roteiro histórico e cultural de S. Pedro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que o povo vai abrir os olhos já nas próximas eleições? O povo madeirense também é culpado pela situação! Vamos ver.....

Luís Calisto disse...

Concordo consigo. O povo é culpado com todas as letras.
LC