‘Tá tudo dito: é Renovadinho

No último texto aleguei que Pedro Fino, na qualidade de secretário regional de equipamentos e infraestruturas fez com que fosse publicada uma notícia para limpar a imagem do diretor que permitiu o furto de pedra da Ribeira dos Socorridos durante anos.

https://www.dnoticias.pt/impressa/hemeroteca/diario-de-noticias/renaturalizacao-avanca-em-13-ribeiras-IM5529921#

Demonstro esta alegação com o seguinte. A 21 de outubro de 2019 solicitei a três entidades públicas acesso a um dos seus relatórios de atividades: o da Direção de Serviços de Hidráulica Fluvial da Secretaria Regional dos Equipamentos e Infraestruturas, o da Direção de Serviços de Inspeção Ambiental da Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente e do Departamento de Ambiente da Câmara Municipal do Funchal.

Em cerca de duas semanas as três entidades responderam:

1. a SREI declarou que não existe relatório de atividades dessa direção de serviços mas que existe o da direção regional do esquipamento social e conservação, entidade na qual a citada direção de serviços se insere, pelo que o solicitei a 8 de novembro de 2019;

2. a DROTA declarou que esse relatório “encontra-se disponível no sítio” eletrónico da DROTA. E lá está, pelo menos o de 2016.

3. A Câmara Municipal do Funchal, telefonou-me para o ir buscar e pagar as fotocópias.

Hoje é 17 de dezembro de 2019 e a SREI/Pedro Fino ainda não me respondeu. Para ser ainda mais ridículo, um dos relatórios de atividades da direção regional de estradas dessa mesma SREI está publicado no seu sítio institucional… e Pedro Fino foi informado disso.

Voltando à notícia da “Renaturalização das ribeiras”. Com esta pequena história demonstrei que a intenção de Pedro Fino não foi informar o público, pois caso ele tivesse vontade, teria publicado os Relatórios de Atividades. A notícia também não foi para se auto-promover, antes pelo contrário: um cínico egoísta (mais conhecido por político competente) esperava um ano para a lançar, e assim a “Renaturalização” seria dele. Se Pedro Fino quisesse melhorar a imagem pública da SREI e aumentar a moral dos trabalhadores competentes teria demitido o diretor da hidráulica fluvial que permitiu o furto de pedra durante anos da Ribeira dos Socorridos. Por exclusão de partes, a ideia de Pedro Fino (caso não seja um perfeito imbecil) só poderia ter sido salvar a imagem pública do diretor que deveria demitir.

Amílcar Gonçalves e Sérgio Marques, predecessores de Pedro Fino, “queimaram-se” perante a opinião pública devido à Hidráulica: um pelos furtos, outro pelas obras que hidraulicamente não fazem sentido e que destruíram o património cultural e turístico da Madeira. Os dois defenderam esse diretor.

A explicação para esta defesa intransigente da incompetência só pode ser Albuquerque ou quem tem Albuquerque na mão… e Pedro Fino deve estar a almejar “cair” para a presidência da Empresa de Electricidade, pois os seus dois hidraulicamente queimados antecessores tiveram como dádivas: a presidência da ARM com a direção do TSD-M (embora no início deste ano tenha sido afastado da Comissão Política do PSD-M), e Albuquerque apresentar-se como candidato para que Marques tivesse o tacho.

Eu, O Santo

P.S.- O acesso ao relatório de actividades permitiria: 

1- Perceber se essa direção de serviços está cumprir com os seus objetivos orgânicos;

2- Saber se o diretor apresentou como seus estudos executados por outrem, nomeadamente de outras direções de serviços da área de hidráulica;

3- Saber as licenças e autorizações propostas por essa direção, incluindo as de “desassoreamento/extração de inertes”;

4- Os trabalhos executados pelo grupo de operários dessa Direção de Serviços;

5- Compreender como é que 55 empresas na Região têm o CAE de “Extracção de saibro, areia e pedra britada” sabendo que o número de pedreiras licenciadas é inferior a uma dezena e a DROTA não autoriza a extração de inertes em praias.

https://www.dnoticias.pt/impressa/hemeroteca/diario-de-noticias/inertes-alimentam-mais-de-meia-centena-de-empresas-na-regiao-DC5488027#