MANIFESTO
INCÊNDIOS FLORESTAIS NA MADEIRA: MEDIDAS DE PREVENÇÃO A CURTO PRAZO PARA 2018
Sou um dos cinco subscritores deste manifesto, que envio em anexo.
Se estiver de acordo com o seu conteúdo, partilhe e pressione as autoridades regionais e municipais a implementar as medidas preconizadas.
Se é proprietário dum terreno infestado de mato e árvores invasoras, não espere pela notificação. Proceda à limpeza imediatamente.
Mais vale prevenir do que remediar.
A Madeira merece!
Funchal, 14 de Março de 2018
Raimundo Quintal
MANIFESTO
Incêndios Florestais na Madeira: Medidas de Prevenção a Curto Prazo para 2018
a) Considerando que os incêndios florestais na ilha da Madeira são um grave problema que se
arrasta há séculos;
b) Considerando que os incêndios florestais nos últimos anos têm assumido proporções e
características mais preocupantes, principalmente pela penetração em áreas residenciais;
c) Considerando que desde 2010 a área ardida e reardida na ilha da Madeira corresponde a um
terço (25 mil hectares) da sua superfície;
d) Considerando que o abandono do território, em particular pela redução da atividade
agrícola e do aproveitamento da floresta exótica, conduziu à proliferação de matos e florestas
de espécies invasoras;
e) Considerando que as necessárias medidas de fundo, a médio e longo prazo, nomeadamente
as previstas no Plano Regional de Ordenamento Florestal (aprovado em 2015) e no futuro
Plano Regional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, mesmo sendo iniciadas agora, não
terão ainda grande efeito no ano de 2018;
f) Considerando que, mesmo que sejam reduzidas, haverá sempre ignições de origem humana,
de forma dolosa ou negligente, com potencial para originar fogos florestais;
g) Considerando que o Decreto Legislativo Regional nº18/98/M de 18 de agosto prevê a
limpeza de matos em terrenos florestais, incultos e agrícolas;
h) Considerando que, salvo algumas intervenções pontuais, não é visível no terreno uma ação
preventiva que acautele males maiores nos meses mais quentes e secos que se avizinham;
Os cidadãos subscritores do presente MANIFESTO, relembrando os violentos incêndios dos
últimos anos e a situação de grande vulnerabilidade a que continuam sujeitas as nossas
serras- bem como, cada vez mais, as zonas urbanas - desafiam o Governo Regional e as
Câmaras Municipais, de acordo com as suas competências e respetivas áreas de intervenção,
a desenvolverem nos próximos meses as medidas preventivas contra incêndios florestais
que abaixo se enunciam:
1- Identificar cartograficamente as zonas de maior risco de incêndio decorrente do excesso de
material combustível, nomeadamente matos, e, além de divulgar essa informação, definir as
zonas e formas de intervenção tendo em conta a necessidade de criar faixas de gestão de
combustíveis, proceder à compartimentação do território e proteger as infraestruturas
existentes;
2- Criar equipas técnicas de orientação e coordenação por forma a que os trabalhos de
remoção do material combustível sejam realizados garantindo um procedimento dirigido às
espécies invasoras, mas evitando a degradação do património natural indígena;
3- Notificar os proprietários para a limpeza dos terrenos identificados (ponto 1) de acordo com
o previsto na Lei (eliminação de mato e material suscetível de propiciar ou propagar fogos,
numa faixa de 30 m medida a partir da extrema para o interior do prédio, ao longo de todo o
seu perímetro, e 30 metros em torno dos edifícios); 2
MANIFESTO- Incêndios Florestais na Madeira: Medidas de Prevenção a Curto Prazo para 2018
4- Criar equipas de operacionais para a execução de trabalhos de remoção de matos em
terrenos públicos e privados;
5- Proceder à remoção do material combustível nos terrenos públicos, como exemplo para os
privados e como contributo imprescindível à redução do risco de incêndio;
6- Proceder à remoção de matos exóticos ao longo das bermas das vias de comunicação
sempre que atravessem zonas florestais ou terreno incultos nas zonas identificadas (ponto1).
7- Proceder à limpeza dos terrenos privados identificados (ponto 1) caso os respetivos
proprietários não o façam no prazo estipulado, imputando-lhes os respetivos custos (de
acordo com o previsto na Lei);
8- Colocar no terreno, com os adequados meios e formação, equipas de educação cívica e
ambiental, assim como de policiamento e fiscalização, responsáveis pela promoção de
comportamentos de prevenção dos incêndios florestais;
9- Reforçar significativamente a rede de vigilância contra fogos florestais em sintonia com um
dispositivo de primeira intervenção capaz de suprimir fogos nascentes de forma rápida e
eficaz.
Funchal, 10 de março de 2018
Os cidadãos subscritores:
Nome Nº CC/BI Concelho
Hélder Spínola 10401780 Funchal
Raimundo Quintal 04571058 Funchal
Violante Saramago Matos 00136774 Santa Cruz
Thomas Dellinger 12242894 Funchal
Miguel Menezes Sequeira Ponta do Sol
5 comentários:
Que é isto? Chover no molhado?
Lá para as zonas altas da serra a carqueja invadiu tudo, nas bermas das estradas já está ocupando a faixa de rodagem, há zonas em que até já é complicado se cruzarem 2 viaturas, o mato já tapou metade da via, em algumas curvas o condutor depara-se de repente com a carqueja à sua frente tendo que usar o travão no meio da curva, situação perigosa, ou tendo que atirar o carro para a faixa da esquerda arriscando uma colisão com outra viatura... nem esse mato limpam... assim que moral é que têm para exigir aos privados que limpem?
"7- Proceder à limpeza dos terrenos privados identificados (ponto 1) caso os respetivos proprietários não o façam no prazo estipulado, imputando-lhes os respetivos custos (de acordo com o previsto na Lei); "
Pergunta: à semelhança do que acontece com muitos edifícios devolutos com vários herdeiros emigrados, a quem imputar "os respetivos custos (de acordo com o previsto na Lei);"?...imagine-se 1 na Austrália...outro algures em África...outro na Ásia...etc.
O 5 subscritor não é o Prof. Sequeira e ex director regional de de florestas, que foi posto na rua por não ser filiado?
Ao menos tem coerência e não se vendeu
Lamento a atitude do Instituto das florestas que nada faz para sensibilizar as pessoas.
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