Um cafèzinho entre Câmaras

É capaz de preocupar a cara de caso que se vê na imagem acima, tanto no meu eterno Amigo Zé Câmara, ilustre Administrador da EDN, como no chefe de gabinete da presidência da CMF Miguel Iglésias. Poderiam ambos, antigos desportistas que são, estar a abordar a situação do futebol nacional, hoje em dia cheio de e-toupeiras e e-mails manhosos, mas não me parece.

Os jogos do passado fim-de-semana já eram e os próximos hão-de vir.

Também pode tratar-se de um simples chàzinho de fim de tarde, já que o nosso K-Kolégio registou este momento no Café do Museu ainda há pedaço, pelas seis horas.    

Até há bem pouco tempo, Iglésias entrava nas instalações do DN, espalhava os dossiers em cima da mesa de reuniões de Amigo Zé e tratavam lá do que havia a tratar, com destaque para as continhas das publicidades por pagar, que ninguém vive do ar.

Sabendo eu que tempos houve em que o nosso Administrador quase tinha de andar de pistola à caça de certos autarcas para que pagassem as míseras publicidades que encomendavam (contra as ordens do então chefe das Angústias), e mesmo assim muitas ficaram 'pregadas no tecto', como diz o outro - e sabendo-se que os autarcas de hoje não se atreveriam a deixar um 'cachorro' nas relações contabilísticas com o castigador DN, será que o problema é outro? Ouvimos dizer que se levanta um novo berbicacho nas famigeradas relações entre Câmaras, que é como pagar suplementos sem que os suplementos sejam publicados. Quando há suplementos à vista é barulho nos ouvidos pela certa, como se sabe. Então, como acertar as contas para que a cidade continue sem buracos, com as passadeiras certas, com o trânsito num sininho mesmo em hora de ponta, sem lombas chatas, sem cartazes de propaganda política ilegais, sem ruas-fantasma, sem casas em ruínas nos locais mais concorridos, sem chapéus de lona ao estilo marroquino, e com estacionamentos livres a qualquer hora, limpeza impecável, esplanadas absolutamente disciplinadas - enfim, todas esses pontos fortes de uma capital que ainda por cima sabe tratar bem da imagem, não da cidade em si, mas dos pára-quedistas que lá têm gabinete.

Como fazer, pois, a permuta normal entre dinheiros e suplementos que divulgam a referida imagem - sem dar nas vistas?

Se não é este, o assunto do chàzinho no Café Museu não deverá ser mais simples. Acostumados que estamos àquela salutar e contagiante gargalhada de Amigo Zé, faz impressão ver as expressões nesta fotografia.

O que vale é que o meu antigo Chefe-Administrador não é de se enrascar, bem pelo contrário. Entre Câmaras tudo se resolve. Como se tem visto. De resto, Amigo Zé não é jornalista.