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quarta-feira, 28 de março de 2018



O direito do Governo Regional 

ocultar informações


Caro Concidadão, já ouviu falar que “A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa”. (artigo 2º da Constituição da República Portuguesa).

Um dos direitos fundamentais instituído é o do artigo 48.º
Participação na vida pública, CAPÍTULO II- Direitos, liberdades e garantias de participação política, TÍTULO II -Direitos, liberdades e garantias:
“ 1. Todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos.
2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.”

Mas aqui na Região temos o PSD-M a governar…

E não é que uma Secretaria deste Governo Regional alegou perante a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos[i] que não cedeu cópias de uns processos administrativos pois “o verdadeiro fim dos vários documentos que têm sido solicitados é alimentar um blogue para divulgação de informações obtidas junto de entes públicos[ii]. Na opinião do Governo Regional: “esta situação subverte integralmente o espírito da lei[iii].
Isto significa, que essa Secretaria Regional considera que as pessoas que pedirem informações podem ver seus pedidos satisfeitos, mas não os devem divulgar…A única justificação plausível que conheço é que incomoda-lhes que o público saiba o que fazem ou que deixam de fazer. Porquê esse incómodo?


Conclusão

Penso que deve ficar claro para todos que as informações que aqui apresento são verdadeiras.
Também fica claro para todos o conceito de Democracia para o PSD-M, especialmente se Albuquerque não afastar do PSD-M e de funções públicas quem pelo Governo Regional fez aquelas alegações.

Vou ser sincero, se eu tivesse um cargo político relevante e fosse corrupto, também iria argumentar que a entidade por mim dirigida:
1)      tem o direito de responder só aos cidadãos que interessam e só aos temas que me beneficiassem,
2)       a cedência de documentos públicos só devia ser aprovada desde que a entidade por mim dirigida ficasse bem vista;
3)      tem o direito de não ser escrutinada por cidadãos,
4)      Tem o direito de esconder informações[iv].

Lembro que a “manipulação” de indivíduos e grupos baseia-se na transmissão de informação que permite a conclusão desejada e ocultar a informação que permite outro tipo de conclusões[v].
Exemplo: A conclusão de  “40+45=” … Quase todos vão dizer “85”[vi]… mas a verdadeira conta pode ser: “40+45 -253 =”…



Eu, O Santo

P.S.- Desconheço como é que o INE faz as contas das Administrações Públicas. Mas posso dizer que o IMPIC (que é a entidade que gere base.gov.pt, sítio onde são publicados os contratos de entidades da Administração Pública) nada faz se descobrir se uma entidade pública não publicou um determinado contrato (pois essa responsabilidade é da entidade pública).


[i] Processo 441/2017 e 450/2017 da CADA
[ii] Transcrição do resumo dos argumentos escrita no parecer da CADA
[iii] Transcrição da resposta da à CADA
[iv] Uma vez que não sei quem assinou a posição da Secretaria Regional, definitivamente não sei se quem a assinou é ou não corrupto.
[vi] só tem alguma piada responder “quanto quer que dê?” quando nos esquecemos que no final vários vão pagar a diferença entre o real e o valor desejado…

7 comentários:

Anónimo disse...

Here we go again !

Anónimo disse...

Admiro a sua persistência mas ela só se justifica enquanto acreditarmos que as relações entre seres humanos não são teatro!
As leis "naturais" imanentes à natureza humana superam todas as leis escritas e quem as evoca sabendo disso, e eles sabem-no, só o faz temporariamente por que lhe dá jeito. As leis, as regras, são apenas um verniz ao serviço dos interesses instalados e estes descartam-nas impunemente quando não lhes dá jeito. Zele pelos seus interesses pessoais e seja feliz pois não há nada no mundo que justifique tal sacrifício.

Anónimo disse...

E a Cimentos Madeira? Em que termos e valores foi vendida? Quem a comprou?

Anónimo disse...

Que saudades tinha do Eu o Santo! e Adivinhem qual é a temática? os seus diferendos e conflitos pessoais contra uma, ou serão duas Secretarias Regionais, ou será contra todo o Governo Regional? Estamos na Semana Santa por isso serve-me de penitência voltar a ler mais um sermão do Eu o Santo. Permita-me um simples e humilde conselho: Mude de disco ou cassete. Arranje outro tema.
Boa Páscoa

Anónimo disse...

Eu só li o Título e já sabia que era o Santo/Miguel Câncio Silva. O seu problema é com o Eng. Sérgio Lopes, que ganhou o concurso para o lugar que você considerava seu por herança direta. Se ainda fosse por cunha, mas que se saiba o "vilão" era ele e o concorrente com cunha era voçê. Não deu, paciência. Trabalhe.

Anónimo disse...

O Santo tinha cunhas e mesmo assim perdeu o concurso.
Está tudo dito.

Anónimo disse...

O Santo (Miguel Silva) fala tanto, e todos sabemos como entrou na função publica, como tem o que tem. Se a tão invocada lei é para cumprir. então será melhor começar por ele...