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domingo, 20 de maio de 2018


Fica na Cidade!





Gil Canha


Estava passando na Rua da Alfândega quando uma pessoa amiga me chamou, e muito entusiasmada me disse: - Uma cena do além, Gil! Passei agora no Largo do Chafariz e nem vais acreditar quem vi a dançar junto do fontanário, o Cafofo mais o Emanuel Câmara, o presidente do Porto Moniz, e à guitarra está o Vítor Freitas, e junto de um chapéu virado ao contrário, vi estendido o Iglésias, disfarçado de lagarto.
Como este meu amigo tem um sentido de humor refinado, pensei logo numa das suas habituais ironias, e repliquei: - Pois é… andas a acompanhar intensamente os festejos cafofianos “Fica na Cidade” e agora andas com alucinações surrealistas!


- Pela alma da minha avó – e pôs as mãozinhas para o céu –, garanto-te que é o Cafofo a dançar rumba com o Presidente do Porto Moniz, aliás o Emanuel até está bem disfarçado, porque escureceu a cara e está metido dentro dum elegante vestido estampado; agora o Cafofo, apesar da barba postiça, nota-se logo à distância que é ele, porque está com os seus óculos escuros habituais e com aquela roupa que ele levou à procissão dos barcos, na festa da Nossa Senhora da Piedade, no Caniçal. Quem está completamente irreconhecível é o Iglésias, só descobri que era ele, pelo olho-junto e por estar a vigiar obcecadamente o chapéu amarelo do cacau, que ele gosta de recolher para dar ao Blandy, do DN.
- E o Vítor… como é que sabes que é o Vítor Freitas!? – perguntei a rir. 
– Esse nem disfarça… como a Cigarra daquela história da formiga… está sempre agarrado à guitarra e não faz a ponta de um corno, senão dar música à cambada.
Partimo-nos a rir e, sempre gozão, o meu amigo questionou-me: - Ainda andas nessa história de defender a viloada? Deixa lá os gajos levarem nos cornos para aprenderem! Vilão sem canga não é vilão! – e abalou naquele seu jeito gingão de gozar o Mundo; e quando estava prestes a desaparecer no fim da rua, virou-se e gritou eufórico: - Passa no Chafariz para veres o bailarico!
Mal o perdi de vista, fui a correr curioso até ao Largo do Chafariz; no meio do pequeno largo, vi um artista de rua dançando com uma espampanante fantoche que o acompanhava mecanicamente ao ritmo de uma alegre música sul-americana. Ao lado estava outro artista tocando guitarra, e estirado no chão, lá estava o feroz lagarto de papel… Não aguentei e rebentei a rir.
Nisto o meu amigo tem razão… temos que agradecer a Deus todo-poderoso por nos ter lançado nesta terra sagrada, neste filão inesgotável de gozo e de paródia.

4 comentários:

Anónimo disse...

Adorei a do lagarto. Gozo divino para a malta,eh,eh,eh...

Anónimo disse...

Mais um desabafo do nosso Bruno Carvalho politico regional. Vai de retro.

Anónimo disse...

O Bruno Carvalho da Câmara falou para os cabreiros no Paul da Serra. Vai abrir o Parque Ecológico ao gado ordenado....hehehe...

Anónimo disse...

Será o Gil a dançar o fandango e a cantar aquela celebre canção:
Vais partir naquela estrada!!!!