Fica
na Cidade!
Estava passando na Rua da Alfândega quando uma
pessoa amiga me chamou, e muito entusiasmada me disse: - Uma cena do além, Gil!
Passei agora no Largo do Chafariz e nem vais acreditar quem vi a dançar junto
do fontanário, o Cafofo mais o Emanuel Câmara, o presidente do Porto Moniz, e à
guitarra está o Vítor Freitas, e junto de um chapéu virado ao contrário, vi estendido
o Iglésias, disfarçado de lagarto.
Como este meu amigo tem um sentido de humor
refinado, pensei logo numa das suas habituais ironias, e repliquei: - Pois é…
andas a acompanhar intensamente os festejos cafofianos “Fica na Cidade” e agora
andas com alucinações surrealistas!
- Pela alma da minha avó – e pôs as mãozinhas
para o céu –, garanto-te que é o Cafofo a dançar rumba com o Presidente do
Porto Moniz, aliás o Emanuel até está bem disfarçado, porque escureceu a cara
e está metido dentro dum elegante vestido estampado; agora o Cafofo, apesar da
barba postiça, nota-se logo à distância que é ele, porque está com os seus
óculos escuros habituais e com aquela roupa que ele levou à procissão dos
barcos, na festa da Nossa Senhora da Piedade, no Caniçal. Quem está
completamente irreconhecível é o Iglésias, só descobri que era ele, pelo olho-junto
e por estar a vigiar obcecadamente o chapéu amarelo do cacau, que ele gosta de
recolher para dar ao Blandy, do DN.
- E o Vítor… como é que sabes que é o Vítor
Freitas!? – perguntei a rir.
– Esse nem disfarça… como a Cigarra daquela história da formiga… está sempre agarrado à guitarra e não faz a ponta de um corno, senão dar música à cambada.
– Esse nem disfarça… como a Cigarra daquela história da formiga… está sempre agarrado à guitarra e não faz a ponta de um corno, senão dar música à cambada.
Partimo-nos a rir e, sempre gozão, o meu amigo
questionou-me: - Ainda andas nessa história de defender a viloada? Deixa lá os
gajos levarem nos cornos para aprenderem! Vilão sem canga não é vilão! – e
abalou naquele seu jeito gingão de gozar o Mundo; e quando estava prestes a
desaparecer no fim da rua, virou-se e gritou eufórico: - Passa no Chafariz para
veres o bailarico!
Mal o perdi de vista, fui a correr curioso até ao Largo do Chafariz; no meio do pequeno largo, vi um artista de rua dançando
com uma espampanante fantoche que o acompanhava mecanicamente ao ritmo de uma
alegre música sul-americana. Ao lado estava outro artista tocando guitarra, e
estirado no chão, lá estava o feroz lagarto de papel… Não aguentei e rebentei a
rir.
Nisto o meu amigo tem razão… temos que
agradecer a Deus todo-poderoso por nos ter lançado nesta terra sagrada, neste
filão inesgotável de gozo e de paródia.
4 comentários:
Adorei a do lagarto. Gozo divino para a malta,eh,eh,eh...
Mais um desabafo do nosso Bruno Carvalho politico regional. Vai de retro.
O Bruno Carvalho da Câmara falou para os cabreiros no Paul da Serra. Vai abrir o Parque Ecológico ao gado ordenado....hehehe...
Será o Gil a dançar o fandango e a cantar aquela celebre canção:
Vais partir naquela estrada!!!!
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