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terça-feira, 20 de junho de 2017



O VELHO, O RAPAZ E OS BURROS


João Barreto

Ao alto da página, o Velho, experimentado em longo historial de manobras florentinas e facadas nas costas. Em longo relambório, lança o milésimo ataque contra a direcção do seu partido. Louve-se a coerência de nunca ter virado a casaca. Atacou todos os líderes, a todos ferrou, na hora certa, o veneno do escorpião. Alguns já saíram; ele por lá se mantém recordando a velha anedota do anarquista espanhol que, apenas desembarcado em terras sul americanas, declarou peremptório: "hay gobierno? soy contra!"

O seu alvo são todos os parlamentares socialistas por via de terem tentado manter na linha o recandidato à Câmara que não hesita em passar por cima de tudo e de todos para afirmar o seu projeto de poder. Para o Velho, eterno especialista em manter-se vociferante à tona d'água, joga-se o retorno à ribalta (ainda que por interposta descedência), desiderato que tudo justifica. Serve até, pasme-se, especular com uma suposta encomenda do voto de protesto a centristas para que socialistas pudessem protestar contra o centralismo desrespeitador dos inquilinos do Largo do Rato.
Mais ao fundo da página, o Rapaz desunha-se em louvaminhas e aleluias. Antes, em todos os recantos do Funchal, só existiam trevas, escuridão, amianto e o abismo infernal; depois do advento do atual Mayor, descido de Santo António (ou será do Campanário) para salvar a humanidade residente no Funchal, paisagens celestiais e cânticos  de absoluta fé e esperança. Heróis em barda, homens destemidos, amanhãs sorridentes.
Descontado o facto do Rapaz não conseguir descrever um único acto ou obra que justifique tanta glorificação, o panegírico até era capaz de convencer os incautos. Diria, até, que fosse a Internet livre naquelas paragens, os propagandistas norte-coreanos empalideceriam de inveja perante tão elaborada bajulação a um líder.
O beneficiário único de tanto elogio impresso vai multiplicando as suas ações de promoção: a próxima é lançar, ainda esta semana, um mapa - supõe-se que smart q.b.-  para turistas, o qual visará, segundo o press release, objetivos não comerciais. Nós que julgávamos, desde o tempo dos bomboteiros, que o turismo servia para ganharmos um dinheirinho, ficamos a pensar que afinal não percebemos nada disto. E aqui, como na velha história, lá entramos nós, os burros contribuintes que vamos pagando estas aventuras editoriais e a promoção política dos velhos, dos rapazes e dos seus heróis.

8 comentários:

Anónimo disse...

Srº João Barreto ainda há "terras do avô" para vender à srªa câmara do Funchal, caso contrário a "zurrapa" fica encalhada lá para os lados do Seixal! Em relação ao rapazito, está coerente com a doutrina socialista que lhe ensinaram, visto que pais, avós e tios faziam parte desse rancho que tem sempre "facas afiadas" à espera do próximo líder! Neste momento é Carlos Pereira que será imolado como o carneiro pascal, para a salvação da trupe socialista do Seixal, do Éden e do paraíso!

Anónimo disse...

E nos contribuintes também pagamos o desgoverno renovadinho e as suas promessas não cumpridas sobretudo na saúde onde se fez zero e continuam 18 mil em listas de espera. Afecta me mais um governo que nada faz que uma câmara que nada faça e pelos vistos o qye ela nada faz incomoda muito os renovsdinhos eheh dói ver que há quem faça melhor né?

Anónimo disse...

Isto agora está cheio de humoristas infelizmente o seu conteúdo é fraco mesmo na parte em que pretende fazer humor aliás é confrangedora a substância e a qualidade de alguns escritos que aqui se publicam como ainda é mais confrangedora a pessoalizacao dos assuntos a ausência de argumentos assertivos e capazes os comentários boçais, difamatórios, sem conteúdo válido etc etc é triste e revela, salvas as devidas e meritórias excepções que por cá aparecem, a qualidade da nossa democracia e a qualidade do nosso debate político quase faz parecer que apesar do bem estar económico e social que abril trouxe a Madeira ainda continuamos a ser a terra mais mesquinha e atrasada de Portugal em matéria de cultura cívica e liberdade democrática

Anónimo disse...

Li um artigo engraxento no DN escrito por um médico frangote com umas orelhas parecidas com um morcego que veio glorificar o Cafofo como o Homem que destronou o Jardinismo. O sr. dr. Frangote não se esqueça que o Cafofo nunca combateu o jardinismo e a vitória da Mudança não foi só dele, houve muitos desgraçados que transpiraram para ele chegar onde chegou. Sozinho, o Cafofo nem subia a torre da Sé!

Anónimo disse...

O careca está feito num 8, o Funchal está em estado lastimável, derrota é certa

Anónimo disse...

O sinistro do Bento já escreveu melhor.
Da próxima escreve um poema, pode ser que saia melhor.
A revisão do texto feita pelo vermelho da rua da alfândega não melhorou, denunciou apenas os seus autores

Anónimo disse...

Pontos e vírgulas também se usam, oh aprendiz de Saramago!

Anónimo disse...

Uma coisa é ter opinião e discernimento outra é ser arregimentado para comentar com ou sem pontos e vírgulas...