Bagunça Rumo a 2019

QUARENTA E UM

O Professor Mentiras diz que inquirir a tragédia do Monte na comissão parlamentar é aproveitamento político. E explorar os graves problemas da Saúde, que afectam milhares de "Pessoas", é o quê se não aproveitamento mais baixo do que reles? 

É só Saúde!

Sua excelência o Professor Mentiras, também conhecido por Xerife dos Mossos, foi à página do FB, afirmou-se muito preocupado com o estado da Saúde na Região e logo a Madeira, devidamente alertada pelos retransmissores pagos por nós, tremeu a um nível 6,7 na escala de Richter. Aquilo foram posters à Yul Brynner nos on line, 'figura do dia' no papel dos infiltrados, artigalhos de pasquins a dizer "a gente também tem denunciado porcarias da saúde como o sr. presidente da regedoria" - enfim, todos na onda do arrebatado desabafo de sua excelência sobre a falta de seringas, pensos rápidos, papel higiénico e até de medicamentos do foro oncológico no hospital.

Provincianismo a lembrar os tempos caquécticos de velho Soares, quando um artigo  do nosso Bochechas publicado no Diário de Notícias ou no Público com chamada de 1.ª página, a falar da doença do repolho em Nafarros, tinha direito a abertura em todas as estações de televisão da rectangular Espanha Ocidental e citações na Lusa para reprodução na imprensa democrática. Quem não alinhasse na parva reverência era automaticamente rotulado de perigoso reacça de extrema-direita.

Para lá caminhamos na Tabanca.

Baterias apontadas à Saúde tem-nas a LPM já desde o tempo da pré-campanha autárquica. Dizia-se então que não havia um único prédio reabilitado no Funchal, apesar das mil promessas do Almocreve-das-Petas, e eles intrometiam-se: há gente a morrer no hospital. Outros lembravam que o Xerife era o principal suspeito do crime no Monte que levou 13 vidas e feriu 51 pessoas e eles respondiam: há falta de enfermeiros na cardiologia.

E agora está visto que o drama da Saúde, com gente a sofrer por falta de condições hospitalares, numa pálida semelhança com a desgraça do sistema nacional de saúde, que mata portugueses diariamente na lusa parvónia governada pelos patrões súcias destes tipos da Candidatura Cubana - está visto que teremos Saúde a dar com um pau nos escaparates até às eleições de 2019. 

O Cafôfo a mandar uns bitaites sobre saúde é de morrer à gargalhada. O 'culto de personalidade' que lhe devotam uns carreiristas ainda mais ignorantes subiu-lhe à cabeça e o homem já se acha com alguma competência para ajudante de enfermeiro. Isto não pode continuar assim, diz ele no facebook, deixando a "comunicação social" em alvoroço. 

Pois tal como os ratos anónimos que aguardam a viragem em 2019 para se instalarem à volta do gamelão público maior, também ansiamos pelo dia em que isso aconteça. Quantos caracteres não teremos de debitar para elogio das soluções que finalmente alguém - leia-se Cafôfo - vai aplicar para ultrapassar os gravíssimos problemas da Saúde na Madeira! Mesmo que nessa altura o golpista António Costa dê meio hospital e mais meio, teremos um futuro de comédia diária para devorar até às lágrimas. O Almocreve e aquele staff que temos visto à sua volta (não se ria, Leitor) têm solução para os nossos males. Se não passarem de constipação, é claro.

Fica no ar uma inquietude: se os fulanos são "Pelas Pessoas", por que raio deixam morrer mais gente até à sua chegada ao poder? Por que raio não poupam a vida a tantos madeirenses ensinando já ao actual governo como é que se põe aquilo a funcionar? Ou querem ser eles a ficar com as medalhas, mesmo à custa da morte que entretanto ceifará mais madeirenses, como eles antevêem? Desembuchem, ensinem a receita para salvar vidas nestes dois anos, que a gente, reconhecida, depois vota em vocês.

Esta porcaria bateu no fundo. É verdade que sempre desejámos que, depois de tantos anos ao escuro, as coisas mudassem radicalmente. Mas não que mudassem para pior, como acontece. Azar do catano! A Madeira apanha o que apanha desde 1926 a 1974. Depois leva com o que leva de 1974 a 2015. Agora arca com o que arca de 2015 a 2019. E no horizonte descortina um regime de governo civil mandado por Lisboa, de mordomos, aldrabões e vilões como no tempo da colonia. Já é galo!

Só visto! O Professor Mentiras desobedece ao Parlamento dizendo que não vai à comissão por não aceitar que se faça aproveitamento político à custa dos 13 mortos do Monte. Pergunta-se: invocar gratuitamente o drama de milhares de doentes mal assistidos não é usar a desgraça dos outros para aproveitamento político?

  

PS 1 - A propósito da tragédia do Monte, provocada pela displicência criminosa da câmara presidida pelo Professor Mentiras, lembramos o trabalho justo dos tribunais no caso da palmeira do Porto Santo. Haverá dois pesos e 13 medidas?

PS 2 - As paredes do 3.º andar dos Marmeleiros estão mal pintadas. Se o Profe Mentiras precisar de argumento para ser 'figura do dia' amanhã, use à vontade, pregue-lhes com esta.