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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Audição do ministro em S. Bento



PAULINO ASCENÇÃO DENUNCIA
"PREÇOS ESTRATOSFÉRICOS" DAS VIAGENS AÉREAS 

O ministro das Infraestruturas compareceu hoje perante a comissão de Economia Inovação e Obras Públicas, a encerrar um conjunto de audições relativas ao subsídio social de mobilidade.
O deputado Paulino Ascenção do Bloco de Esquerda começou por sublinhar que os preços estratosféricos praticados nas ligações entre a Madeira e o continente, que em alguns períodos chegam a ser mais altos que os de uma viagem entre Lisboa e Nova Iorque. 
E isso decorre da liberalização das ligações aéreas, decidida em 2008 pelo governo regional, com a promessa que iam entrar mais companhias, fazer concorrência e baixar os preços. 
Passaram nove anos, a concorrência não chegou e os preços não baixaram e é tempo mais que suficiente para percebermos que a liberalização não serve.

O modelo de subsídio, em vigor desde 2015, incentiva as companhias a subirem os preços e isso fica patente nos valores do custo para o Estado, que passou de 8 milhões por ano até 2014 para 31 milhões em 2016.

As propostas que estão em cima da mesa vão reforçar este efeito. A proposta para retirar o limite máximo elegível por viagem para o subsídio de 400€, e o pagamento à cabeça apenas do valor que compete ao passageiro pagar (86€ ou 65€ no caso dos estudantes), vai fazer com que mais pessoas sejam indiferentes ao preço pedido pelas companhias. Se as decisões das pessoas são indiferentes ao preço, as companhias vão aproveitar para subir cada vez mais os preços, agora sem limite. Os encargos para o Estado vão subir ainda mais.

As comissões das agencias de viagens não devem ser elegíveis para o subsídio, pois isso cria uma oportunidade as agências exagerarem o valor das comissões à custa do Erário Público.

As propostas que têm sido noticiadas não dão resposta ao problema da sazonalidade, em função do calendário escolar e do calendário dos cartazes turísticos. Não há nenhuma regra,  e dificilmente pode haver no contexto da liberalização, que obrigue as companhias a disponibilizar mais lugares, de acordo com as necessidades das pessoas, em vez de aumentar os preços.

Questionou sobre o concurso para a ligação entre a Madeira e o Porto Santo e como explica o ministro o facto de o concurso da ligação marítima entre as ilhas ter sido sempre assumido pelo governo regional, sem intervenção de Lisboa. O princípio da continuidade territorial e a Constituição não serão os mesmos quando vamos ao Porto Santo de barco e de avião?

Questionou se este modelo aprovado nas vésperas da privatização da TAP pelo anterior governo, não pode ser entendido como um mecanismo encapotado de ajudas publicas à TAP.

Concluiu que para ter em conta os vários interesses em causa, nomeadamente a necessidade de haver mais voos, mais lugares disponíveis quando há mais procura de viagens, a redução de custos para os passageiros e a redução de encargos para o Estado e considerando as limitações operacionais da pista da Madeira, apenas o serviços público responde de forma equilibrada a todas estas preocupações. 


O ministro respondeu que o problema da subida dos encargos para o Estado não deve ser desvalorizada, mais que triplicou com a entrada em vigor do atual modelo de subsídio.

O concurso para o Porto Santo está a decorrer, as propostas podem ser entregues até 16 de Fevereiro.
Referiu que as negociações sobre este tema com os governos regionais seguem o princípio do aprofundamento das autonomias, para que cada Região Autónoma defina as suas regras de acordo com as suas necessidades.
O ministro acrescentou que os valores médios tanto do preço das viagens como do valor final suportado pelos residentes na Madeira é neste momento superior aos valores médios verificados com o anterior modelo de subsídio que vigorou entre 2008 e 2015.
Texto BE

10 comentários:

Anónimo disse...

Isto é uma loucura. Não vejo de outra forma que não a de um financiamento camuflado, do Estado à TAP.

Anónimo disse...

Vão engonhar, engonhar, para em 2019 oferecerem uma solução mágica se a viloada fizer o Cafofo ganhar. E com o hospital é a mesma coisa.
Gente asquerosa que se está nas tintas para o povo madeirense, e apenas está interessada em chegar ao poder.
Os madeirenses que abram os olhos.

Anónimo disse...

Este deu também golpada no bloco de esquerda.

Anónimo disse...

A gente asquerosa foi quem fez a semiprivatização que o Estado paga e os mamões mamam...

Anónimo disse...

Quem inventou esta linda coisa? Quem eram as cabeças iluminadas que mandavam em Portugal e na Região? Desfazer este nó cego é que são elas.O povo a gramar com os valores estratosféricos e o Governo de lá a pagar quase 4 vezes mais do que pagava, para o povo da Madeira poder sair das Ilhas.Andamos nisto desde 1 de setembro de 2015.

Anónimo disse...

Bem dito .... Os madeirenses que abram os olhos!!!!!!

Anónimo disse...

Também já era tempo de tirarem de lá o Emplastro.

Anónimo disse...

Agradeçam ao Sócrates que assinou com Bruxelas todos os acordos de privatizações.
O Povo e cego e só acredita no que quer ver.
Procurem no Google quem teve que privatizar (Passos Coelho) porque o Sócrates do PS levou o país a banca rota e assinou acordos de ajustamento onde se previa privatizações, todos as que foram feitas e muito mais.
O Paulino deveriater perguntado ao ministro o quevale mais, se os madeirenses ou a Brisa concecionariadas autoestradas de Portugal?
Para a madeira não há dinheiro para a mobilidade que é uma responsabilidade do governo central, mas para a Brisa deu um perdão fiscal no IRC de 125 milhões de euros. Isto só acontece em Portugal porque temos deputados totós que de política percebem zero!
Não há dinheiro para o hospital, mas este perdão custa um terço do seu valor.
Não há dinheiro para a mobilidade, responsabilidade da república, mas este perdão fiscal dava para 4/5 anos de subsídio aos madeirenses.
Continuem a acreditar no PS e daqui a pouco tempo teremos que ter o PSD para apertar cinto e voltar a reequilibrar as contas públicas.

Anónimo disse...

Esta situação podia ter sido evitada se tivessem mantido em funcionamento os 2 sistemas, o anterior que previa um reembolso de 30€ por viagem, permitia a muitos passageiros que pudessem prever as suas viagens com bastante antecedência, viajar por 7 ou 8€, (considerando o reembolso de 30€), poupando muitos milhares de euros ao estado, (reembolso de 30€ é muito inferior a um reembolso de 120 ou 150€), e o novo modelo para os passageiros que não pudessem prever com antecedência as suas viagens. Para obrigarem os passageiros a comprar com antecedência, ou seja a preços mais baixos, impuseram a regra dos sessenta dias, quando o anterior modelo era o maior incentivo para que isso acontecesse. Aproveitem esta oportunidade da revisão para emendar a mão e permitam os dois modelos, optando o passageiro pelo mais benéfico...

Anónimo disse...

Paulino. Tens o meu voto. (Se puseres o Almada e o outro que nem sei o nome andar).