QUARENTA E DOIS
Como diz o outro,
"não é admissível que isto continue"
"Identidade do Ministério Público Português: passado, exemplo e futuro" é o tema do XI Congresso do MP a decorrer dias 2 e 3 de Fevereiro no Funchal.
Não peço tanto. Se bem que seja preciso conhecer bem o passado da Justiça, na vertente 'defesa do cidadão', que é a missão que queremos continuar a ver cometida ao MP, a par de uma projecção mais para a frente, gostaria que os dignos magistrados, a par dos debates sobre a definição da sua carreira, olhassem muito, muito mesmo, para o presente. Por via dos exemplos.
Não devia acontecer o MP receber queixa de uma mulher vítima da execranda violência doméstica e deixá-la sem protecção até receber a notícia de que foi assassinada pelo marido, poucas semanas depois. Não é apenas um caso nem dois que, pelo território nacional, indivíduos que deviam estar a viver em cavernas descarregam criminosamente sobre as respectivas mulheres a porca da vida que os governos do troglodita Passos e do golpista Costa (primeiro-ministro sem ganhar eleições) lhes têm proporcionado. É essa porca de vida, é a taradice dos fulanos, é tudo junto.
Vem o próprio presidente do Sindicato dos Magistrados do MP denunciar a falta de meios da instituição para atacar os casos de violência doméstica. Vai lá uma mulher assustada, em perigo de morte, deixa o alerta, como aconteceu em 2015 - um caso entre tantos -, e 37 dias depois noticia-se com toda a naturalidade mais um assassínio de uma mulher às garras do bárbaro marido. Imagina-se o pânico da vítima naquele mês e tal, à disposição do torturador homicida sem que as autoridades lhe garantissem pelo menos o cordão de segurança a que tinha direito.
Muitos casos desses se espalham pelo País da Geringonça, esta preocupada com as eleições de 2019 em vez de dar ao MP as condições que o próprio presidente do Sindicato dos Magistrados, António Ventinhas, garante não existirem - nem meios nem quadros nem sequer a porcaria de uma formação para lidar com os casos de violência doméstica.
Como é que os burrocratas (está bem escrito sim senhor), esses carreiristas político-partidários sem escrúpulos, interessados apenas em abotoar-se nos corredores do poder, poderão olhar aos verdadeiros problemas das "Pessoas" se acham bem a preocupação e a ocupação das autoridades judiciais e judiciárias azafamadas com os e-mails e os vouchers do LF Vieira? Se acham bem os meios mobilizados para investigar até às últimas consequências se o golo do empate do 'Raio que os Parta FC' na 9.ª jornada da I Liga foi alcançado ou não com um golo manhosamente precedido de fora-de-jogo?!
Enquanto o país executivo e da Justiça se entregar às dúvidas suscitadas pelo vídeo-árbitro, claro que não há tempo para despachar em tempo útil processos escabrosos de antigos primeiros-ministros e de banqueiros multimilionários e mafiosos. Muito menos tempo há para umas mulheres chatas que levam às autoridades questões fúteis de bairro, mesmo que a vida delas corra perigo.
E tudo isto se passa sem que o Ministério da Justiça deste governo da Geringonça de súcias, bloqueiros e comunas, aliás no centro de outras situações gritantes, seja mandado ao Tejo à hora da água mais fria.
Como diz o aluado e emproado da câmara do Funchal, um dos comissários encarregados de trazer para cá aquele estilo suicida e assassino de governança da Geringonça que mata desgraçados diariamente, "não é admissível que isto continue". O problema é que 'isto' continuará e Lisboa até conseguirá exportar para a Tabanca aquele estranho interesse "Pelas Pessoas" desde que os votos cantem nas urnas em 2019.
E o que nos espera destas geringonças não se resume à violência doméstica, há-de ser muito pior. O drama da Madeira é que, não sendo esses loucos geringonceiros a pegar nas rédeas da governação, então continuarão a queimar-nos em lume brando até ao último suspiro os laranjas alternativos que prometeram mudar as ilhotas para melhor, acabando por fazer precisamente o contrário. Isto é, os abutres municipais que andam a sobrevoar doentes e moribundos cá na Tabanca, para retirar dividendos eleiçoeiros, estão a ocupar o espaço para uma verdadeira alternância que nos safe do pesadelo.
Ainda falta um acto a este drama regional, pois: é o acto em que se constata que, se nem laranjas nem geringonços revelam estatura mental e competência para responsabilidades públicas, uma terceira via para governar isto só nos sonhos mais absurdos e utópicos.
Bonito futuro.
9 comentários:
E falta falar sobre a violência psicológica que se exerce em alguns corredores da CMF! Os trabalhadores da autarquia sabem de quem falo!
Com Iglésias na Quinta da Vigia, acabou -se a Autonomia.
Autonomia acabou com Jardim a nos colocar em ceroulas, agora até na ADSE os reembolsos são através do Contenente.
Violência psicológica?
Deixem-se de tretas. Trabalhem.
Ninguém fala da "sondagem" do correio da madeira? Parece que o pessoal do Manuel António está ativo. Qual é o comentário que o Luís Calisto tem a dizer?
Tenho a dizer que se Manuel António e o seu pessoal estão activos, alguém terá de dar sebo nas canelas.
Manuel António deve estar a rir-se, pois quem ri por último ri melhor.
A atuação do MP no caso da queda da árvore no Monte também deixou muito a desejar. Desde deixar equipas de peritagem mexer em provas a deixar passar dias sem vedar convenientemente o espaço.
Enviar um comentário