Porto Santo de Verdade,

a areia para os olhos

Antes de mais, agradecemos e damos os parabéns a quem defendeu os interesses do Porto Santo, recusando o lucro fácil e rápido. Com certeza, não se chamam Farrobo ou Edimade. Nesta luta, os grandes vencedores, os únicos vencedores que interessam, são a nossa Ilha e as suas gentes, independentemente da filiação partidária, incluindo quem vive da extracção de areia e sabe que há vida para além dos “Mornos” e da Fonte da Areia.

Mas aconselhamos igualmente alguma prudência. Não deixem que a vossa boa vontade seja capturada por outros interesses.

Não podemos contar com os meios de comunicação tradicionais, locais ou regionais. Ao contrário do que o Presidente do Governo Regional anda a pregar, não há, agora, mais pluralismo de informação. 

É verdade que o Governo deixou de ser proprietário de um jornal, mas não é isso que garante pluralismo. Prova disso mesmo foi a mudança na linha editorial do Diário de Notícias da Madeira. Algum porto-santense, no seu perfeito juízo, acha que a imagem do Porto Santo que está presente nos artigos do DN Madeira redigidos pelo locutor de rádio corresponde à realidade? Títulos como “Idalino Vasconcelos quer alterar regras na extracção de areia no Porto Santo” ou “Disciplinar a extracção de inertes” têm alguma coisa a ver com o que foi discutido na última semana? Em que planeta? O funcionário do Grupo Sousa que se fique pela “água nas ventas” e piadas do género. Ninguém acredita nos “factos” que relata.

A RTP-Madeira não é melhor. Às 21:05 desta Sexta-Feira, ouviu-se, em pleno Telejornal: “Afinal, nem o Presidente da Câmara Municipal do Porto Santo era a favor da suspensão do Plano Director”. É preciso ter lata… O facciosismo do Miguel Cunha é por demais evidente.

Querem manter o povo na ignorância e os seus “apparatchick”, os seus paus-mandados no poder, sejam eles o pau-mandado de ontem (o ex-Presimente), o de hoje (o Presinerte) ou o de sempre (o vereador “independente” por fora e “laranja” por dentro). 44 anos após o 25 de Abril, estão a amordaçar a liberdade e a apodrecer as nossas instituições por dentro. Temos de olhar para lá da fumaça e impedir que este “gangue” tome conta da nossa Ilha.

A reunião de hoje permitiu-nos confirmar alguns factos:

Os membros da Assembleia Municipal do PSD estão destituídos de massa crítica e reféns das “chefias” (tentaram insistir no erro da retirada do ponto da suspensão do PDM da ordem do dia). Aprovaram Propostas de Orçamento e de Opções do Plano e Plano Plurianual de Investimentos sem qualquer reserva. Só alguém sem qualquer noção da realidade aprova tais propostas sem pestanejar, sem emitir uma declaração de voto). Só um pau-mandado aceita que o Presinerte mantenha a Câmara ligada aos Ribeirinhos, Nepomucenos ou Martins da Cunha desta vida. Não foram peripécias destas a base da crítica ao anterior executivo?;

Os restantes membros emendaram a mão a tempo, dando uma “chapada de luva branca” nos vereadores que apoiam;

A Presidente da Assembleia Municipal já começou a perceber o erro que foi se meter em acordos de bastidores com o marioneteiro Jocelino;

Até o socialista Zézito parece ter mais capacidade para ser Presidente da Câmara do que o Presinerte Idalino.

Há exactamente sete dias atrás, o Presinerte e sus “muchachos” estavam disposta a avançar com um projecto de extracção de areias sem que a população tivesse dele conhecimento (a proposta foi votada numa reunião fechada e os documentos relevantes, ao contrário dos comunicados, continuam a estar ausentes do “site” da Câmara). Entretanto, a população tomou conhecimento do que queriam fazer e a Câmara viu-se forçada a abrir a discussão ao público, o que sucedeu na passada Quarta-Feira. Nessa discussão, perceberam-se três coisas:

O Presinerte, quando não tem um papel escrito pelo chefe de gabinete, não pia;

A população é, por maioria esmagadora, contra os planos da Câmara;

Ou o Eng.º. João Batista mudou completamente de opinião em relação ao livro que escreveu, ou, então, talvez não tenha sido ele a escrever o livro…

Passados alguns dias, na véspera da reunião extraordinária da Assembleia Municipal, a mesma Câmara que queria esconder os seus planos da população pretendeu retirar o tema da ordem do dia porque “a população não está suficientemente esclarecida sobre esta questão”. Porque “a verdade, a transparência, é uma máxima que não abdica”.

Em resumo, para a Câmara Municipal, ou, pelo menos, para o aprendiz do feiticeiro Jocelino, o chefe de gabinete incompetente, sonso e sem princípios que redige as obras de ficção a que chama “comunicados” e para o Presinerte, que assina por baixo, o que se quer é uma população ignorante. Dá jeito quando se aprovam planos em reuniões fechadas, sem qualquer tipo de consulta pública.

Porto-santenses, eis a verdade e transparência da vossa Câmara. Para eles, calados, somos poetas. Quando nos apercebemos, a tempo, das patranhas, passamos a ser uma população “confusa”. Em que ficamos, meus senhores? Vocês querem-nos burros e mansos? Têm dificuldades em demonstrar um semblante sequer de coerência? Ou sofrem de esquizofrenia?

Que fique bem claro: a única confusão, aqui, é a que reina no vácuo que se encontra entre as vossas orelhas. Foram apanhados a prevaricar e, agora, recorrem à auto-vitimização. Querem fazer-se passar pelos “bons da fita”, fazendo antagonistas de quem se preocupou com o Porto Santo. Não com o partido, ou com os “tachos”, mas com o Porto Santo. Segundo vós, “foi lançada na opinião pública a ideia que o município pretendia destruir o património geológico”. Sejam sérios. A opinião pública tem perfeita noção que a destruição do património não seria a vossa intenção, mas sim o resultado da vossa profunda falta de visão. O que se viu em vocês não foi maldade. Foi (mais) idiotice.

A Presidente da assembleia já não consegue esconder as divisões que reinam dentro do grupo de membros da Assembleia Municipal. Muitos dos membros dessa Assembleia eleitos pelo PSD fizeram saber que estavam contra esta proposta e que a iriam chumbar, se a mesma fosse discutida. Por isso é que, em desespero de causa, a Câmara pediu a esses membros da Assembleia que retirassem o ponto da próxima reunião. Para não passarem pelo vexame de serem rotundamente chumbados. Porque, naquelas cabeças, só o ex-Presidente Menezes de Oliveira é que dava “tiros nos pés”.

Ironia do destino, o cenário de “varridela” da discussão do tema para debaixo do proverbial tapete estava nas mãos não dos membros do PSD, mas dos membros do PS. Só uma maioria composta pelos membros destes dois partidos é que concretizaria a dita “varridela”.

Dias como o de hoje têm de ser a regra e não a excepção. Dias em que os porto-santenses percebem com quem podem contar. Continuaremos atentos. Não nos rendemos.

Foram-vos dadas oportunidades para provar que tinham capacidade para liderar um projecto e colocar os interesses do Porto Santo e das suas gentes em primeiro lugar. Falharam. Em toda a linha. Acabou a farra. Os “Profetas pela Verdade” estão atentos. Ao serviço da comunidade porto-santense.

Profetas pela Verdade