Porto Santo

Queremos a verdadeira mudança, 

a verdadeira renovação

Já sabíamos que o nosso último texto não seria, de forma nenhuma, tão consensual como os anteriores. De qualquer forma, ser consensual nunca foi a nossa intenção. O que queremos ajudar a conseguir é, sim, a verdadeira mudança, a verdadeira renovação que o Porto Santo realmente necessita e que, até hoje, não se deu.

A nossa Ilha está cada vez mais presa aos interesses da Madeira e dos grandes grupos. Os grandes partidos políticos continuam a escolher os “yes-men”, os “boys”, em detrimento daqueles que, de forma honesta e sem qualquer tentativa de guerrilha ou separatismo ignorante, lutam apenas por manter, nas mãos dos portosantenses, o poder de decidir o seu próprio futuro e escolher o seu próprio caminho, aquilo a que chamamos de independência intelectual, que está morta e bem enterrada, mas que tudo faremos para que ressuscite o mais rápido possível, sob pena de, em breve, pagarmos um preço demasiado alto por tanta passividade.

Que fique bem claro: ao contrário de outros, os Profetas pela Verdade jamais serão um grupo de cidadãos com intenções políticas. Jamais seremos uma plataforma para apoiar candidatos seja a que cargo for. Pretendemos, apenas, dar a nossa opinião sobre o Porto Santo e ajudar a que muitos dos assuntos “tabu” sejam trazidos à discussão. O tempo urge. O debate, actualmente, está minado. Quem beneficia e quer manter o “status quo” mantém-se alegremente calado. Teimam em camuflar a panóplia de assuntos relevantes para os portosantenses. O tempo urge. Os discursos de circunstância não servem para nada. Se nos pusermos com rodeios, não saímos da cepa torta. Se nos cingirmos ao politicamente correcto, continuaremos amordaçados por quem não tem escrúpulos.

Perdemos o rumo, e não é com “paninhos quentes” que retomaremos o melhor caminho. Arrufaremos umas quantas penas. Não massajaremos egos. O nosso único objectivo é um futuro melhor para o Porto Santo. E as soluções para lá chegarmos não residem, seguramente, na repetição dos erros do passado.

Quem não gostou de se rever no que escrevemos rapidamente recorreu à fumaça, alegando um ataque aos professores enquanto classe. Nada mais falso. Nunca esteve em causa o profissionalismo e competência da larga maioria daqueles que ajudam a preparar as novas gerações. É a qualidade do seu trabalho que sustenta a reputação que a profissão ainda granjeia. Quando essa reputação, construída e mantida por uma maioria silenciosa, é instrumentalizada por uma minoria ruidosa para fins políticos, muitos professores dedicados encontram, nesse facto, as mesmas críticas que nós apontámos no nosso último texto. Se essa minoria tem uma agenda política, que o assuma. Não venham é dizer que os políticos e a política estão na lama e se apresentar como neutros, ao mesmo tempo que praticam tudo, menos o que pregam.

Queremos uma escola, e, por escola, entenda-se não só o espaço físico como também todos aqueles que lá labutam, saudável e transparente.

Alguém tem dúvidas que, em breve, iremos ter uma luta pelo poder no “Liceu”, liderada por aqueles que criticam os políticos mas que, por estes dias, não sabem fazer outra coisa senão política? Alguém acha que a solução está na política gastado caciquismo? Da sebenta “Quanto mais benefícios, tipo iogurtes ou tinta, se dá, maiores serão as hipóteses de lá chegar”?

Sabemos o que alguns destes senhores negociaram para fazer parte de listas políticas. Outros, sem coragem de dar a cara, esconderam-se atrás de jovens de grande valor, aproveitando-se da sua pura inocência no amar da sua Ilha. Isto, e muito mais, será trazido para cima da mesa no momento certo. Estamos muito alertas e, no momento certo, iremos dizer tudo o que sabemos.

Estamos bem informados. Assuntos como a Assembleia Municipal, Centro de Saúde, a Misericórdia do Porto Santo, aCasa do Povo, os Clubes Desportivos, a piscina pública, a gestão de espaços desportivos e espaços púbicos, a economia local,a gestão de recursos naturais, a agricultura, a caça e até a maçonaria local serão trazidos a debate, doa a quem doer. Assuntos como a Praia do Porto Santo.

É deprimente a forma como se procura justificar o desaparecimento da Praia (“é normal, a areia vai e volta”) ou a intenção de tirarem a areia que quiserem da Fonte da Areia, dizendo que isso em nada mexe com a praia. Parece que o assunto da protecção e recuperação da praia será tratado como a chegada da maré negra, quando chegar, logo se vê, porque teimamos em reagir e não em agir.

Este desnorte também é evidente no planeamento das comemorações dos 600 anos. Até os cartazes dos festivais de Verão são anunciados com maior antecedência, e o nosso Presinerte, no seu inconfundível estilo, não tem vergonha de, em Março, ainda estar a pedir ideias e colaboração a quem as quiser dar. Entre isto e o bloqueio mental que se viu na BTL, venha o diabo e escolha. Conseguiu gaguejar mais ainda do que no debate das autárquicas.

Assim não vamos lá. Quando um dia, e esse dia vai chegar, se colocarem assuntos como que utilização dar ao terreno do parque de campismo, que força terá este homem para defender o que está correcto? Todos sabemos a resposta. Simplesmente, não existe. A verdade é que, em vez de grandes personalidades e grandes eventos culturais e musicais, talvez o grande evento que se deveria pedir para os 600 anos seja, sem dúvida, o salvar da praia, do género “destruam as ondas, não a praia”, criado,há muitos anos, para os lados do continente, que já passou por estas situações, facto a que, ao que parece, continuam alheios os nossos representantes políticos. O maior contributo que a Câmara Municipal, os Governos Regional e da República e o próprio Presidente da República deveriam dar seria dar meios técnicos e financeiros para que se comece a verdadeira obra, a verdadeira mudança que precisamos nesta terra. É vital a recuperação e revitalização da nossa praia, ela que tem sido tão maltratada, e que tudo nos dá. Chega de entregar o melhor da nossa praia aos grupos Sousa, Pestana e Ferpinta, que em nada contribuem para a protecção do nosso areal. Será que os nossos políticos terão essa capacidade? Ou só servem para suspender o PDM à pressa e a mando dos “senhorios” e dos seus interesses?

Estamos aqui pela Verdade e não apenas pela crítica destrutiva, ao contrário da ideia daqueles que não fazem e teimam e nada fazer pelo Porto Santo, querem fazer passar. Queremos contribuir para o progresso da nossa terra, e não para o seu retrocesso. Somos cada vez mais e não nos desviamos do nosso propósito, doa a quem doer.

Profetas pela Verdade