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terça-feira, 8 de maio de 2018

Humor negro na romaria


Verdadeiro arguido das 13 mortes
tratado como herói na imprensa do costume




Miguel Costa


Ninguém ganhou com a queda da árvore no Monte. Qualquer madeirense que viu aquela desgraça in loco ou pela televisão vestiu a sua alma de negro. Por isso é impossível imaginar a dor das vítimas e daqueles que viveram na pele uma tragédia daquela dimensão.
Não que o presidente da Câmara Municipal do Funchal não soubesse do perigo que ali morava, e da ameaça que pairava todos os dias sobre os moradores e os turistas. Os moradores já o tinham avisado, a junta de freguesia já o tinha alertado. E o que fez Paulo Cafôfo? Ignorou todos os avisos que chegaram à autarquia que governa… até que… caiu um raio de uma árvore.
Foi preciso circular um abaixo-assinado que já contava com 500 assinaturas. Foi preciso que esse abaixo-assinado entrasse pelos jornais adentro para que o presidente da Câmara voltasse o bico ao prego.
Fez-se de morto novamente e sem falar especificamente no Largo da Fonte, anunciou que iria reabilitar o centro histórico do Monte.
Espero que este anúncio não passe de mais uma promessa feita de má-fé e que não caia em saco roto. Até porque aquilo que melhor esta Câmara faz é anunciar várias vezes o mesmo projeto, para depois esquecê-lo ou então esperar quatro anos para dar início à empreitada.
Uma das coisas que mais me espantou no caso do Monte, para além do silêncio de todos os partidos, de todos os quadrantes políticos, uns por medo de os acusarem de aproveitamento político, outros porque faziam parte da Coligação e tinham o rabo preso, foi o silêncio do Ministério Público quando a CMF enviou para um LOCAL FORENSE vários ‘especialistas’ que mexeram e remexeram em provas.
Resumindo, TODOS, mas mesmo TODOS se calaram.
Quando pensei que nada mais me surpreenderia, eis que vejo no DN, não uma boa notícia da CMF, porque isso já é habitual naquele órgão de comunicação social, mas Paulo Cafôfo entre as figuras da semana com o seguinte dizer:  "Já percebeu que para dar a volta ao negativismo instalado no Monte, com reprovável aproveitamento político, importa haver uma intervenção especializada e profunda. Mãos à obra.”
Mas está tudo louco?! Será que ninguém tem noção daquilo que se passou?! Nem MP, nem a CMF, nem jornalistas?
Reprovável foi a forma displicente e negligente como a CMF tratou o Monte. Reprovável é a CMF não ter dado ouvidos aos moradores e negligentemente ter causado mortos e meia centena de vítimas. Reprovável foi a forma como este presidente de Câmara se justificou. Reprovável foi se ter recusado a ir à Assembleia.
Na minha opinião nenhum partido político se aproveitou desta tragédia. Bem pelo contrário. Ficaram todos caladinhos. Aqueles que não queriam ser acusados de aproveitamento político refugiaram-se no respeito pelos mortos. Os outros que faziam parte da Coligação e não lhes convinha dizer mal do adorado Paulo Cafôfo, também se refugiaram no respeito pelos mortos.
No meio disto tudo reprovável é também um órgão de comunicação social que se alia a Cafôfo e em vez de apontar que já deveria ter posto “mãos à obra”, vem dizer que houve aproveitamento político. Onde anda a isenção, onde anda a acutilância, onde anda o sentido de justiça de alguns jornalistas desta terra?
Haja paciência para tanta burrice. Sim há jornalistas que perderam o senso crítico para transformarem-se em autênticos burros. E pior, burros com direito a opinião. 

6 comentários:

Anónimo disse...

Não houve silêncio dos partidos. A presidente da Junta foi a correr publicar ofícios ainda corriam operações de socorro no Largo.
Houve aproveitamento político de parte a parte, numa falta de respeito

Anónimo disse...

Muito bem anónimo das 19:46.

Anónimo disse...

Este ateu na véspera do Monte andou por lá no arraial a espelhar sorrisos e a exibir a dentuça ao pessoal
No outro dia hibernou.
Para ir à assembleia regional explicar o sucedido e visitar o Miguel Sousa, não tem tempo
Mas o Miguel vai a ele...
Boa.
Regresse Dr. Alberto João, com chicote para sacudir as moscas dos monstro que criou

Anónimo disse...

O mesmo Alberto João que foi à CMF entregar em mão um exemplar daquela obra de ficção, só para atacar Albuquerque?

Anónimo disse...

Falta de respeito para com mortos e vítimas é ignorar o que aconteceu no Monte...é todos se calarem...
Bem fez a Idalina do Monte em denunciar que a CMF já tinha conhecimento de que havia perigo de quedas de galhos e de árvores. Bem fez a Idalina do Monte em mostrar os ofícios.
Foi pelas pessoas que denunciou!

Anónimo disse...

Realmente pelo teor dos comentários que aqui se lêm.. não há ninguém, mas mesmo ninguém, a quem esta desgraça tenha batido à porta. Nem o mínimo de empatia demonstram para com aqueles que perderam os seus nesta tragédia?
Fariseus malditos deviam ser escorraçados do templo... E como arguidos, espero que lhes seja aplicada a justa sentença, por laxismo e imprudência que levou à morte de 13 pessoas.