COSMOS contra crimes ambientais
A Cosmos - Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida, vem por este meio manifestar o seu repúdio e apreensão pela reabertura de um grande aterro, localizado na zona do Porto Novo, Concelho de Santa Cruz. Este aterro foi criado na orla costeira sem qualquer proteção marítima, mesmo com o objetivo de o mar levar com o tempo as terras ali depositadas. Infelizmente, este grave atentado ambiental causou (e tem causado) a destruição da flora e fauna marítima daquela zona costeira.
Assim, esta associação não pode aceitar que seja de novo reaberto este foco de poluição marítima, com novos descarregamentos de inertes, sem que se veja qualquer intervenção da Secretaria do Ambiente e dos Recursos Naturais.
Também informamos, que esta associação tem feito o acompanhamento não oficial da obra de aproveitamento hidroelétrico que está a ser realizada no Paúl da Serra. E dizemos não oficial, porque pela dimensão desta obra e seu impacte ambiental, as associações de ambiente da região deveriam fazer parte da Comissão de Acompanhamento. Infelizmente não aconteceu, o que lamentámos.
Contudo, nas visitas que fizemos ao local verificámos que as terras depositadas no planalto e provenientes do aterro onde irá ser construída a grande represa de água, não está a ser devidamente protegida das intempéries, nomeadamente da chuva, havendo locais onde o geotêxtil está degradado, provocando a libertação de inertes “finos” para as linhas de água da zona do Rabaçal, verificando-se o aparecimento de “plumas” de material sedimentar que apresentam um inestético tom acastanhado a essas águas.
Também constatámos, que há uma má gestão desse aterro pela empresa/consórcio da obra, porque os locais já consolidados e com a cota certa, deveriam ser objeto de plantação imediata de sementes de gramíneas e leguminosas da flora regional, para ajudar a combater a erosão e a libertação de material “fino” para as linhas de água circundantes. Esta ação de emergência já deveria ter sido tomada, e assim se reduzia significamente os impactes negativos desta obra, que considerámos de grande importância para a região, não só pela criação de uma energia renovável, mas também para o aproveitamento agrícola dessas águas. Sendo até benéfico para o erodido planalto do Paúl da Serra, o recebimento de terras com alguma fertilidade e que ajudarão sem dúvida alguma, a reflorestação do planalto.
Funchal, 11 de Janeiro de 2018
A Direção
Dionísio Andrade
3 comentários:
E a Câmara de Santa Cruz dirigida pelos Juntos Pela Paródia, nada faz?
Se é um atentado ambiental e está no seu concelho, deveriam tomar medidas.
Será que o grupo "paralamentar" do JPP agora fica calado?
Quando é para outras coisas aparecem logo a emitir posições e comunicados.
Faz pena! O Porto Novo já teve uma praia espectacular, mas a poluição e os areeiros deram cabo daquilo tudo!
De facto passei no Paul da Serra e vi que já podiam plantar uma relvinha em alguns lugares para a chuva não arrastar a terra.
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