Declaração Política do PCP
Governo Regional não cria condições
para o desenvolvimento do sector das pescas
Com o início oficial da época de captura do atum os pescadores e armadores revindicam que
as autoridades regionais defendam, efectivamente, os interesses da Região.
As cotas atribuídas pela União Europeia aos pescadores da Região para a pesca de atum são
insuficientes, colocando assim a nossa frota pesqueira atrás das frotas espanholas e chinesas.
É
inconcebível que o Estado Português e o Governo Regional estejam submissos aos ditames da
União Europeia, que é quem decide quanto a quem pesca nos nossos mares. A falta de trabalhadores
nas lotas e entrepostos frigoríficos condiciona também a rentabilidade deste sector.
Os atuneiros
ficam horas e até mesmo dias à espera para descarregar o pescado, situação que provoca uma
redução de rentabilidade da embarcação, com elevados custos financeiros.
Apesar de ao longo dos últimos anos ter sido prometido por parte do Governo Regional a
contratação de trabalhadores para estas infraestruturas fundamentais para o bom funcionamento do
sector, a falta de recursos humanos continua a ser uma realidade.
Quando as embarcações deslocam-se para sudoeste da Ilha da Madeira para a safra do atum
as lotas do Paul do Mar e da Madalena do Mar, pela falta de trabalhadores e pelo facto de terem um
horário de funcionamento reduzido, obrigam a que as embarcações tenham de se deslocar para a
lota do Funchal (que actualmente está condicionada pelas obras de remodelação) ou para a lota do
Caniçal, obrigando assim a gastos superiores de combustível.
Estas são apenas algumas das reivindicações dos profissionais do sector das pescas que de
ano para ano vem as suas condições de trabalho degradar-se.
É importante referir a importância do sector das pescas na nossa Região que emprega
directamente 628 pescadores (dados 2018), que é fundamental para a nossa soberania alimentar e
que garante à Região um rendimento anual superior aos 18 milhões de euros.
Para além de ser um sector fundamental para garantir matéria prima para nossa gastronomia.
que cada vez mais é apreciada pelos nossos visitantes tem um peso significativo para o turismo.
Tendo em conta esta realidade o PCP defende que o Governo Regional mais do que
promessas, deve garantir as condições necessárias para o desenvolvimento do sector piscatório na
Região.
Face a esta situação, o PCP, através da sua representação parlamentar, irá agendar uma
iniciativa de reflexão sobre as linhas de acção para melhor defender o sector das pescas.
O Deputado do PCP
Ricardo Lume
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