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sábado, 10 de fevereiro de 2018

Bagunça Rumo a 2019






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Sonhando em espanhol
com a Terceira Via











 




De olhos fechados eu votaria em 2019 numa candidatura que englobasse as revelações dos últimos anos da vida política madeirense e outros jovens de qualidade e competência que até à data não têm sentido a menor atracção pela política desqualificada vigente na Tabanca. Mas já lá vou. 
Primeiro quero saudar a sondagem em Espanha que mostra um Partido dos Cidadãos - o Ciudadanos - destacadíssimo à frente dos dinossauros PP e PSOE, deixando também lá para baixo o flop em que se tornou o Podemos de Iglésias (salvo seja).
O País vizinho está em polvorosa com a tendência que se instalou no eleitorado a favor de uma formação recente e marginal em relação ao sistema de barbas brancas como o do conservador Rajoy e o de palavreado inconsequente como o do socialista Pedro Sánchez. 
Impressionantemente, o Ciudadanos subiu de foguetão até aos 28,3%, deixando lá para baixo o PP com 21,9%, o PSOE com 20,1% e o Podemos cristalizado nos 16,8%.


Que raio de milagre catapultou o Ciudadanos para as alturas? Simples: a sua posição corajosa, objectiva e firme no combate aos independentistas da Catalunha, em contraste com a desorientação do PP, as hesitações do PSOE e a gaguez do Podemos - aquele Podemos que à primeira dificuldade a sério deixou perceber que o discurso que fez furor há um par de anos não passava de retórica oportunista e do 'rabo de cavalo' de Pablo Iglésias.
O Ciudadanos, com a sua líder na Catalunha Inés Arrimadas a mostrar aos fósseis instalados o que é mesmo liderança, e daí a sua vitória em terreno hostil sobre Puigdemont e demais separatistas, não sendo ela sequer catalã - o Partido dos Cidadãos provou ter fibra de ganhador. O líder nacional do jovem partido, Albert Rivera, estribou-se no sucesso retumbante da companheira Inês e agitou um modelo diferente e de progresso para toda a Espanha.
Os caquécticos do PP estão em choque e os indecisos do PSOE sem palavras. Agora a Espanha faz questão de levar o Ciudadanos ao poder e instalar Rivera na Moncloa. Não há eleições no horizonte, mas a tendência de momento é essa: a jovem equipa do novo partido, fundado em 2006, cresce de forma galopante e agora é questão de os seus componentes não cometerem um erro grave qualquer.
A um nível muito mais pequenino, apetece sonhar em espanhol. Porque as duas candidaturas que disputarão o poder madeirense em 2019 são do mais vazio que já se viu na Tabanca. Nem os governadores civis nem os presidentes da Junta Geral e das câmaras mostraram o sentido político vago e oco dos figurões dos tempos modernos. O PSD está velho e a recauchutagem não resultou, têm de encarar a realidade. A estrutura desfaz-se por dentro dia a dia. Depois, a alternativa no terreno não vem de um partido ou de uma coligação, mas de um sorriso. O diabo seja surdo (sinceramente), mas se por algum motivo Paulo Cafôfo não pudesse concorrer daqui a 2 anos, acabava-se a tal 'Esperança'. Nem estados gerais, nem acção concelhia e local, nem unidades ou desunidades, nem projectos faz-de-conta: pura e simplesmente, a não haver Cafôfo, concorreria o partido do carro de aluguer sem condutor - com 5 a bordo. Que é o que há, estruturalmente.
E convém alargar o contexto da análise. Mesmo com Cafôfo em condições de ser o candidato, como certamente acontecerá, é imperioso que em Lisboa aquela Geringonça pregada com saliva não dê de si. Se der, e porque com aqueles loucos que a compõem tudo é possível, adeus efeitos na política da Madeira. Vai tudo ao ar. Ou melhor, os efeitos serão outros, perniciosos para a tal alternativa.
Se o processo correr sem solavancos fatais, teremos em 2019 PSD vs PS, ou seja, Albuquerque vs Cafôfo. Os eleitores não terão esquerda em quem votar. Será direita vs direita, numa luta fratricida entre facções que, depois de uns primeiros tempos de relutância, tentam desesperadamente conquistar as boas graças dos velhos e novos tubarões e do capital. É que as coisas mudaram radicalmente no panorama regional. Já não são os grandes empresários a tentar captar a simpatia do poder político, como até 2015, mas os políticos que, por uma questão de sobrevivência pessoal e 'clientelista', tentam garantir a protecção dos grandes empreiteiros, armadores, hoteleiros e barões da comunicação social. Sabeis quem escolherão os tubarões entre o PSD de Albuquerque e o PS de Cafôfo? Igual ao litro. Estão ambos, Miguel e Paulo, devidamente amestradinhos, e desde que se portem bem não morrerão ao frio. O que perder não ficará sem um lugarzinho pr'aí ou pr'a lá. Uma versão endinheirada da que vigora entre os pata-rapadas tesos: entre os dois candidatos, o diabo que escolha. Se bem que, ao correr do campeonato, as preferências devam - perdoem o coloquial - recair na sorridente cremalheira.
Ora, perdido por perdido, faria bem chegar-se a 2019 com uma Terceira Via em quem votar. Onde figurassem elementos que têm revelado qualidades e firmeza para dar um murro em cima da mesa, expulsar as mediocridades que se instalaram como cracas e dar voz aos Cidadãos, mas com sinceridade política. Apesar das suas diferenças abismais de uns para os outros, eu votaria numa candidatura onde aparecessem os perfis, e outros semelhantes, de Miguel Gouveia, João Paulo Marques, Rui Barreto (com carta de alforria na mão, claro), Sílvia Vasconcelos, João Pedro Vieira, Raquel Coelho, Sara Madalena; mais alguns, de qualidade lá para cima, emergentes em artigos de opinião na imprensa regional; ainda outros que certamente existirão por aí sem disponibilidade mental para gastar os seus anos na política desta terra; e ainda aqueles que desertaram da parvónia e actualmente mostram pelo mundo fora o que valem - e nem sequer ouso pedir a jovens, como engenheiros madeirenses que subiram na hierarquia da Google em Nova Iorque, uns tempos para uma perninha na Madeira.
Essa Terceira Via seria uma geringonça para implodir numa semana de trabalho - dirão. Possivelmente. Citei elementos que integram o sistema e outros relegados para o anti-sistema. Mas o próprio Albert Rivera não é hoje o Rivera do início da carreira política. Ele começou por aparecer num cartaz de campanha eleitoral todo nu, só com as mãos a tapar as partes, chocando as mentes, mas com uma mensagem: anunciar aos catalães que acabava de nascer o partido deles, catalães. Nessa altura, com o próprio Rivera em candidato ao governo da Catalunha, o Ciudadanos recebeu votos para somente 3 deputados no parlamento da província. Mas, desde então, com o amadurecimento dos jovens componentes do partido, aconteceu vitória na Catalunha em Dezembro, e Inés Arrimadas só não se candidata ao lugar de presidente da província por saber que a geringonça dos independentistas tem maioria absoluta. Passadas essa e outras batalhas anteriores, eis que o Ciudadanos se assume neste momento, já ao nível nacional espanhol, como um partido de poder, o partido mais perto da Moncloa. 
Mas - observareis - o Ciudadanos segue uma linha de centro, fazendo uma secante com a direita e um pouco com a esquerda. É verdade. Mas, enquanto o pau vai e vem... Quem sabe se não colocariam a terra acima das ambições?
Não acredito no aparecimento de uma Terceira Via em 2019. Mas, tal é a qualidade dos actuais pretendentes e as circunstâncias que os rodeiam, qualquer coisa de novo acontecerá a caminho de 2023. Tem de ser.
Entretanto, deixem-me sonhar.

12 comentários:

Anónimo disse...

Perdoe-me o pessimismo mas só mesmo em sonhos.

Infelizmente em Portugal não temos cultura nem estrutura moral e cívica para 3ªs vias. E mesmo esses madeirenses que triunfam além fronteiras só o fazem por isso mesmo, porque saíram deste marasmo e deste colete de forças social-partidário que asfixia toda e qualquer tentativa de verdadeira mudança.

Repare que qualquer figura que sobressaia neste país é logo sequestrada pelos poderosos e ou coopera com o sistema ou desaparece da agenda mediática.

Dos nomes que falou a nível regional:
- Rui Barreto foi uma enorme desilusão, no momento interno de se impor, agachou-se.
- Miguel Gouveia associo logo ao Cafofo e isso não me traz confiança.
- João Paulo Marques e o João Pedro Vieira ainda não deu para perceber o que poderá sair dali.
-Sara Madalena de inicio pareceu-me só imagem, mas felizmente está a demonstrar ter capacidade e valor para muito mais.
- Raquel Coelho, volto a dizer, se ela trabalhar a comunicação e evoluir, poderá ser um caso sério. E digo isto porque aquele discurso do pai, foi importante no combate ao Jardinismo, mas o momento já é outro, já não basta a contestação e agitação, é hora de alternativas e construção.

Já em Espanha, o problema da Catalunha foi não haver um estadista, alguém com capacidade para unir o país, o Rajoy foi o maior aliado dos independentistas com decisões discutíveis. O Sanchez não conta, e o Podemos teve de escolher entre o país e a ideologia, ficaram em cima do muro.

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com a sua opiniao respeitante a praxis politica da Doutora Raquel Coelho. Que seria do PTP sem a Raquel?

Anónimo disse...

E ainda ninguém pensou no JPP (Juntos Papamos o Povo), que vai ocupar o lugar do PS (Partido dos Sócios).
Aguardem e ainda vão ver estes Chavistas/Populistas terem mais votos que o PS.

Anónimo disse...

So acho piada a Raquel Coelho.
Os outros pouco valem e pouco sempre valerao pois chegaram aonde estao nao por qualidade nem por trabalho; foram uma opcao discricionaria do dono, pelo que as teias ja se assenhoraram deles.
O pseudomedico e um individuo extremamente perigoso, nao por capacidade, mas por incapacidade em perceber a sua falta.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:31 esqueceu-se do PSD ( Partido dos Sócios Duradouros).

Anónimo disse...

Acrescente an lista o deputado de São Vicente.

Anónimo disse...

João P Marques o arrogante? A grande revelação do PSD foi enviada para Lx: Sara Madruga tem feito um trabalho notável, humilde e trabalhadora, uma grande mulher.

Anónimo disse...

Esse ainda existe...

Anónimo disse...

É mais fácil encontra-lo na poncha do que em Sao Vicente. Parece que agora investe na Calheta, nem ele próprio acredita em São Vicente.

Anónimo disse...

Acertado, esse agora nao se dáo com os da sua terra. Nem a poncha de S. Vicente é boa ara ele. É vê-lo todo janota em jantares in e privados. Só servimos para votar nele e agora nem nos conhece.

Anónimo disse...

E onde está aquele grande deputado do Porto Santo?

Anónimo disse...

Quem?! Sara Madruga?! Mas que trabalho é que essa tem feito? Nunca fez, ia fazer agora... O trabalho que ela faz melhor são intrigas com os colegas deputados e com o próprio partido. É o que ela faz melhor.